Segredos mágicos, contidos nos Vedas. A transferência voluntária de vida do Hierofante ao candidato

Enviado por Estante Virtual em sex, 23/11/2012 - 18:43

Mesmo entre os epoptai superiores dos mistérios maiores havia aqueles que nada sabiam do último e terrível rito - a transferência voluntária de vida do hierofante ao candidato. Em Ghost-Land, essa operação mística da transferência do adepto de sua entidade espiritual, após a morte de seu corpo, no jovem que ele ama como todo amor ardente de um pai espiritual, é descrita soberjamente. Como no caso da reencarnação dos lamas do Tibete, um adepto da ordem superior pode viver indefinidamente. Sua casca mortal se desgasta, não obstante certos segredos alquímicos que prolongam o vigor juvenil muito além dos limites usuais, embora o corpo raramente possa manter-se vivo além de dez ou doze anos. O velhos envoltório é então esgotado, e o Ego espiritual forçado a deixa-lo, escolhe para sua morada um novo corpo, fresco e cheio do sadio princípio vital. Caso o leitor se sinta inclinado a ridicularizar essa afirmação, sobre o possível prolongamento da vida humana, poderemos remetê-lo às estatísticas de vários países. O autor de um excelente artigo na Westminster Review de outubro de 1850, é responsável pela asserção de que na Inglaterra há o exemplo autêntico de um certo Thomas Jenkins, que morreu com a idade de 169 anos, e o de "Old Parr", aos 152 anos (nascido em 1483 e morreu em 14 de novembro de 1635, Dict. of National Biography N. Org.); e na Rússia alguns camponeses são "conhecidos pelo fato de terem atingido 242 anos". Há também casos de centenários registrados entre os índios peruanos. Estamos ciente de que vários autores desacreditaram recentemente essas pretensões quanto a uma extrema longevidade, mas, no entanto afirmamos nossa crença em sua verdade.

Verdadeiras ou falsas, há "superstições" entre os povos orientais com que nunca sonharam Edgar Alan Poe ou Hoffmann. E essas crenças estão no próprio sangue das nações em que tiveram origem. Se cuidadosamente escoimadas dos exageros, descobriremos que elas encarnam uma crença universal nas almas astrais incansáveis e errantes chamadas de fantasmas e vampiros. Um Bispo armênio do século V, de nome Eznik, dá várias de tais narrativas numa obra manuscrita (Livro I, §20,30), preservada há cerca de trinta anos na biblioteca do Mosteiro de Etchmiadzin *. Entre outras, há uma tradição que data dos dias do paganismo, segundo a qual sempre que morre no campo de batalha um herói cuja vida ainda é necessária na terra, os aralezes, os deuses populares da antiga Armênia, fecham as feridas do cadáver e sopram nele até infundir-lhe nova e vigorosa vida física. Depois disso, o guerreiro se levanta, apaga todas os traços de suas feridas, e retoma seu lugar na luta. Mas seu espírito imortal parte; e para o resto de seus dias ele vive - como um templo deserto.

Uma vez iniciado o candidato no último e mais solene mistério da transferência de vida, o terrível sétimo rito da grande operação sacerdotal, que é a teurgia superior, não mais pertence ele a este mundo. Sua alma ficava então livre, e os sete pecados mortais que estavam à espera para devorar-lhe o coração, (pois a alma, liberada pela morte, estaria cruzando as sete câmaras e as sete escadas), não mais poderiam afligi-lo; ele havia passado pelos "catorze julgamento", os doze trabalhos da hora final. (Livro dos mortos. Os hindus têm sete céus superiores e sete inferiores.).

Só o Sumo Hierofante sabia como realizar essa solene operação infundindo sua própria vida e sua alma astral no adepto escolhido por ele como seu sucessor, e que assim se tornava dotado de um vida dupla.

 

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