Estritamente falando, é difícil conceber o Livro do Gênese judaico como outra coisa que uma chispa do tronco da árvore cósmica da Cosmogonia universal, traduzida nas alegorias orientais. Assim como todo ciclo é sucedido por um ciclo, e uma nação após outra vem ao placo do mundo para representar o seu breve papel, no majestoso drama da vida humana, cada novo povo deriva das tradições ancestrais à sua própria religião, dando-lhe uma cor local, e assinalando-a com suas características individuais. Embora cada uma dessas religiões tenha os seus traços distintos, pelos quais, na falta de outros vestígios arcaicos, a categoria física e psicológica pode ser estimada, todas preservam uma vinculação comum a um protótipo. Esse culto primordial não era outro senão a primitiva "religião da sabedoria". As Escrituras israelitas não são exceção. Sua história nacional - se podem elas reclamar qualquer autonomia antes do retorno da Babilônia, onde não eram mais do que seitas migratórias dos párias hindus - não pode remontar a antes de Moisés; e se esse sacerdote anteriormente egípcio deve, por causa da necessidade teológica, ser transformado num patriarca hebreu, devemos insistir em que a nação judia seja retirada dos juncos do Lago Moeris. Abraão, seu pretenso pai, pertence à mitologia universal. É bastante provável que ele seja um dos numerosos aliados de Zeruan (Saturno), o rei da idade de ouro, que é também chamado de Ancião (emblema do tempo).
Está agora demonstrado pelos assiriólogos que nos antigos livros caldeus, Abraão é chamado de Zeru-an, - um homem rico em ouro e prata, um príncipe poderoso. Ele é também chamado de Zarouan e Zarman - um velho decrépito.