Morte Astral

Enviado por Estante Virtual em qua, 14/12/2011 - 16:24

 

Chegamos agora ao fim da historia da vida do corpo astral e pouco resta a dizer no que se refere à sua morte e dissolução final.

O contínuo desprendimento do ego, conforme vimos, causa, num espaço de tempo que varia dentro de limites muito amplos, a cessação gradual da função das partículas do corpo astral, tendo lugar este processo, na maioria dos casos, em camadas dispostas em ordem de densidade, das quais a mais densa é a exterior.

O corpo astral vai, assim, desgastando-se lentamente e se desintegra conforme a consciência vai gradualmente se desprendendo dele pelo semi-inconsciente esforço do ego. Assim, o homem se livra, passo a passo, de quanto o prende longe do mundo celestial.

Durante o estágio no plano astral, em Kamaloka, a mente, tecida com as paixões, emoções e desejos, purificou-os e assimilou sua parte pura, absorvendo em si própria tudo quanto é apropriado para o ego superior, de forma que a porção remanescente de kama se faz mero resíduo, do qual o ego, a Imortal Tríade de Atma-Buddhi-Manas ( conforme é muitas vezes chamado) pode facilmente livrar-se. Lentamente, à Tríade, ou Ego, traz para si as memórias da última vida terrena, seus amores, esperanças, aspirações etc., e prepara-se para passar do kamaloka para o estado de beatitude do devacan, a “morada dos deuses”, o “mundo celestial”.

Na historia do homem que chegou ao mundo celestial não podemos entrar agora, já que fica para além do escopo deste livro: esperamos, contudo, tratar dela num terceiro volume desta série.

No momento, contudo, pode ser dito brevemente que o período passado no devacan é o tempo para a assimilação das experiências da vida, a reaquisição do equilíbrio, antes que um novo período de encarnação seja empreendido. É, assim, o dia que antecede à noite da vida terrena, o período subjetivo em anteposição com o período objetivo da manifestação.

Quando um homem sai do kamaloka para entrar no devacan, não pode levar consigo as formas-pensamentos de tipo mau. Matéria astral não pode existir no devacânico nível e a matéria devacânica não pode responder às grosseiras vibrações das más paixões e desejos. Consequentemente, tudo quanto o homem pode levar consigo quando finalmente se desprende dos remanescentes de seu corpo astral, serão os germes latentes ou tendências que, ao encontrarem nutrição ou vazão, manifestam-se como maus desejos e paixões no mundo astral. Isso ele leva consigo, e eles permanecem latentes através de sua vida devacânica, no átomo astral permanente. Ao fim da vida kamalókica, a tela dourada, de vida desprende-se do corpo astral, deixando que ele se desintegre e envolva o átomo permanente, que então se retrai para o corpo causal.

A luta final com o elemental de desejo tem lugar ao fim da vida astral, porque o ego está então tentando atrair para si mesmo tudo quanto deixou ao encarnar, no inicio da vida que acaba de terminar. Quando consegue fazer isso, encontra firme oposição do elemental de desejo, que ele próprio criou e alimentou.

No caso de todas as pessoas comuns, algum tanto da matéria mental tornou-se tão entretecida com a sua matéria astral que lhes é impossível ficar inteiramente livre. O resultado da luta é, portanto, ficar certa porção de matéria mental e mesmo de matéria causal (mental superior) retida no corpo astral depois que o ego se destacou dele completamente. Se, por outro lado, um homem durante sua vida dominou de todo seus desejos inferiores e conseguiu livrar por completo o mental inferior do desejo, não há luta praticamente e o ego está capacitado para reter não só tudo quanto “investiu” naquela encarnação em particular, mas todos os “proveitos”, isto é, as experiências, faculdades etc. que tenha adquirido. Há também casos extremos em que o ego perde tanto o “capital” investido como os “juros”, sendo esses casos conhecidos como os das “almas-perdidas” ou elementares. (Ver capítulo XVI).

O tratamento completo do método através do qual o ego larga uma porção de si próprio na encarnação e então tenta retirar de novo essa porção, deve ser reservado para o terceiro e quarto volumes desta série, que tratam dos corpos mental e causal.

A saída do coro astral e do plano astral é, assim, uma segunda morte, deixando o homem um cadáver astral que por seu turno de desintegra, sendo sua matéria restituída ao mundo astral, tal como a matéria do corpo físico ao mundo físico.

O cadáver astral e as suas varias possibilidades já foram tratados no capítulo XIX. Entidades Astrais, sob Sombras, Cascões e Cascões Vitalizados.

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