Entidades Astrais: Não-humanas

Enviado por Estante Virtual em qua, 14/12/2011 - 16:21

 

1. Essência elemental. – A palavra “ elemental” tem sido usada por vários escritores significando muitos tipos diferentes de entidades. Ela é aqui empregada para denotar, durante certos estágios de sua existência, a essência monádica, que por sua vez pode ser definida como uma efusão do espírito ou energia divina na matéria.

É da máxima importância que o estudante compreenda que a evolução dessa essência elemental está tendo lugar na curva descendente do arco, tal como ele é chamado com freqüência: isto é, ela progride em direção ao completo envolvimento na matéria que vemos no reino mineral, e não afastando-se dele. Consequentemente, para progredir, deve descer à matéria, em lugar de subir para planos mais elevados.

Antes que a “efusão” chegue ao estágio de individualização, em que anima o homem, já percorreu e animou seis fases anteriores de evolução: o primeiro reino elemental ( no plano mental superior ), o segundo reino elemental ( no plano mental inferior), o terceiro reino elemental ( no plano astral) e os reinos mineral, vegetal e animal. Às vezes é chamada mônada animal, vegetal ou mineral, embora isso seja claramente uma fonte de confusão, já que muito antes de chegar a qualquer desses reinos a essência se tornou não uma, mas muitas mônadas.

Estamos tratando aqui, naturalmente, apenas da essência elemental astral. Essa essência consiste de efusão divina que já se envolveu em matéria descendo ao nível atômico do plano mental, e então mergulhou diretamente no plano astral, reunindo em torno de si um corpo de matéria astral atômica. Tal combinação é a essência elemental do plano astral, pertencente ao terceiro reino elemental, o que precede imediatamente ao mineral.

No curso de suas 2.401 diferenciações no plano astral, ela atrai para si própria muitas e várias combinações de matéria dos vários subplanos. Contudo, isso é apenas temporário e a essência continua a permanecer, essencialmente, um reino.

Estritamente falando, não há a tal conexão de um elemental com o grupo que estamos considerando. O que encontramos é um vasto depósito de essência elemental, maravilhosamente sensitiva aos mais fugidios pensamentos humanos, respondendo com delicadeza inconcebível, numa fração infinitesimal de segundo, a uma vibração provocada por inconsciente exercício da vontade ou desejo humano.

Mas do momento em que, pela influência de tal pensamento ou desejo, ela é moldada como força viva, torna-se um elemental e pertence à classe “ artificial”, a que chegaremos no próximo capítulo. Mesmo então sua existência separada é habitualmente evanescente, pois depress, conforme seus impulsos se desprenderam, ele recai na massa indiferenciada de essência elemental de onde veio.

Um visitante do mundo astral será, inevitavelmente, impressionado pela multiplicidade de formas da maré incessante de essência elemental, sempre girando em torno dele, com freqüência ameaçadora, contudo sempre se retirando diante de um determinado esforço da vontade. E ficará estupefato diante do exército imenso de entidades temporariamente evocadas, saídas daquele oceano para uma existência separada, através dos pensamentos e sentimentos do homem, sejam eles bons ou maus.

Podemos, de forma ampla, classificar a essência de acordo com a espécie de matéria em que se encontra, isto é, em soída, liquida, gasosa etc. São esses os “ elementos” dos alquimistas medievais. Eles afirmam corretamente que um “ elemental”, isto é, uma porção da adequada essência elemental viva, é inerente em cada “elemento”, ou parte constituinte de cada sustância física.

Cada uma dessas sete classes de essência elemental pode ser também subdividida em sete subdivisões, formando assim 49 subdivisões.

Além, embora separados, dessas divisões horizontais, há também sete tipos perfeitamente distintos de essência elemental, nada tendo a ver a diferença entre eles com o grau de materialidade, antes com o caráter e a afinidade. O estudante se familiarizará com essa classificação como “ perpendicular”, relacionada com os sete “ raios”

Há ainda sete subdivisões em cada tipo de raio, formando 49 subdivisões perpendiculares. O numero total de tipos de essência elemental é assim de 49 X 49 = 2 401.

A divisão perpendicular mostra-se claramente mais permanente e fundamental do eu a divisão horizontal, porque a essência elemental, no curso lento da evolução, passa através de várias classes horizontais, em sucessão, mas permanece em sua própria divisão perpendicular durante todo o tempo.

Quando qualquer porção da essência elemental permanece por alguns momentos inteiramente intocada pela influência externa – condição dificilmente obtida – não tem forma que lhe seja própria, definida. Com a mais leve perturbação, porém, ela irrompe em espantosa confusão de formas inquietas, em continua modificação, que se plasmam, correm e desaparecem com a rigidez de bolhas à superfície de água fervente.

Essas formas evanescentes, embora geralmente as de criaturas vivas de algum tipo, humanas ou não, não expressam mais a existência de entidades separadas na essência do que as igualmente mutáveis e multiformes ondas erguidas durante alguns momentos sobre a superfície até então tranqüila de um lago, que súbita rajada de vento encrespasse. Parecem meros reflexos tirados do vasto depósito da luz astral e, ainda assim, têm habitualmente uma certa relação com o tipo de corrente de pensamento que as trouxe à existência, embora quase sempre com alguma grotesca distorção, algum aspecto aterrador ou desagradável.

Quando a essência elemental é projetada em formas apropriadas à corrente de pensamentos semiconscientes, involuntários, que a maioria dos homens permite que fluam ociosamente através de seu cérebro, a inteligência que seleciona a forma apropriada não é, isto é claro, derivada da mente daquele que está pensando, nem pode derivar da própria essência elemental, porque esta pertence a um reino que está para além da individualização mesmo do mineral inteiramente destituído de poder menta desperto.

Não obstante, a essência possui maravilhosa adaptabilidade que muitas vezes parece aproximar-se muito da inteligência e, sem duvida, é essa propriedade que levou os livros antigos a falarem dos elementais como “ criaturas semi-inteligentes da luz astral”.

Os reinos elementais propriamente ditos não admitem a concepção do bem ou do mal. Apesar disso há uma espécie de inclinação ou tendência difundida por todas as subdivisões, que as torna mais hostis do que amistosas para com o homem. Daí a experiência habitual do neófito no plano astral, onde vasta multidão de espectros de mutável aparência avança ameaçadoramente sobre ele, mas sempre se retira ou dissipa, tornado-se inofensivos quando enfrentados com coragem. Condissipa, tornando-se inofensivos quando enfrentados com coragem. Conforme disseram os escritores medievais, essa inclinação ou tendência é provocada inteiramente por culpa do homem e causada pela sua indiferença e falta de simpatia em relação a outros seres vivos. Na “ idade de ouro” do passado isso não se passava assim, como não se passará no futuro, quando, em conseqüência da atitude modificada do homem, tanto a essência elemental como também o reino animal novamente se tornarão dóceis e úteis para o homem, em vez de agirem ao contrário.

Fica, assim, claro que o reino elemental, como um todo, é, em muito, aquilo que o pensamento coletivo da humanidade faz dele.

Há muitos usos para os quais as forças inerentes às múltiplas variedades da essência elemental podem ser acionadas por alguém que tenha sido treinado para manejá-la. A vasta maioria das cerimônias mágicas depende quase que inteiramente dessa manipulação, seja diretamente, pela vontade do mago, ou através de alguma entidade astral mais definida que ele tenha evocado com esse propósito.

Por meio dela quase todos os fenômemos físicos da sala de sessões espíritas são produzidos; é ela igualmente o agente em muitos casos de pedras atiradas, toques de campainhas, casas assombradas, sendo este último caso o resultado de esforços desatinados para atrair a atenção, esforços feitos por alguma entidade presa à terra, ou simples travessura maliciosa de algum dos espíritos-da-natureza menores, pertencentes à nossa terceira classe. Mas o “elemental”jamais deve ser considerado como aquele que promove, pois ele é simplesmente uma força latente que precisa de poder externo para ser posto em movimento.

2. O corpo astral de animais. – Esta é uma classe extremamente grande, e ainda assim não ocupa lugar importante no plano astral, já que seus membros habitualmente fica ali por um curto espaço de tempo. A grande maioria de animais ainda não se individualizou permanentemente, e quando um deles morre, a essência monádica que se esteve manifestando através dele flui de retorno à alma-grupo de onde veio, levando consigo o avanço ou experiência que obteve durante a vida terrena. Não é, contudo, capaz de fazer isso imediatamente. O corpo astral do animal torna a arranjar-se, tal como acontece ao do homem, e o animal tem uma existência real no plano astral, existência cuja extensão, embora nunca seja grande, varia de acordo com a inteligência que ele desenvolveu. Na maioria dos casos, ele não parece estar mais do que semiconsciente, mas parece perfeitamente feliz.

Os relativamente poucos animais domésticos que já atingiram a individualização e portanto não tornarão a nascer como animais, neste mundo, têm no plano astral vida mais longa e mais animada do que seus companheiros menos adiantados.

Um animal assim individualizado, em geral, permanece próximo de seu lar terreno e em contato intimo com seu amigo e protetor especial. Esse período será seguido de um período ainda mais feliz, que durará até que em algum mundo futuro assuma forma humana. Durante todo esse tempo ele estará em condição análoga à de um ser humano no mundo celestial, embora em nível um tanto inferior.

Uma interessante subdivisão dessa classe consiste nos corpos astrais daqueles símios antropóides mencionados em A Doutrina Secreta, que já estão individualizados e estarão prontos para tomar a encarnação humana na próxima ronda, ou talvez alguns deles façam isso ainda mais cedo.

Nos países “civilizados”, esses corpos astrais de animais acrescentam muito ao sentimento geral de hostilidade no plano astral, porque a matança organizada de animais nos abatedouros, e por “esporte”, manda milhões para os planos astrais, cheios de terror, de horror e de medo diante do homem. Nos últimos anos esses sentimentos têm sido intensificados pela prática da vivissecção.

3. Espírito-da-natureza de todas as espécies. – Esta classe é tão grande e tão variada que só é possível darmos aqui alguma idéia das características comuns a todos eles.

Os espíritos-da-natureza pertencem a uma evolução muito diferente da nossa. Nunca foram nem serão membros da humanidade como nós. Sua única conexão conosco está no fato de ocuparem, temporariamente, o mesmo planeta. Parecem corresponder aos animais de uma evolução superior. Estão divididos em sete grandes classes, habitando os mesmos sete estados de matéria impregnados pelas variedades correspondentes de essência elemental. Assim, há espíritos-da-natureza da terra, da água, do ar, do fogo(ou éter) – entidades astrais definidas, inteligentes, residindo e funcionando em cada um desses meios.

Só os membros da classe do ar residem normalmente no plano astral, mas seu número é tão prodigioso que estão presentes ali em toda a parte.

Na literatura medieval, os espíritos da terra são muitas vezes chamados gnomos, os espíritos da água ondinas, os espíritos do ar silfos, os espíritos do éter salamandras. Em linguagem popular têm sido chamados, variadamente, fadas, duendes, elfos, gênios, dijins, sátiros, faunos, espíritos domésticos, diabretes, trasgos etc.

Suas formas são muitas e variadas, porém a mais freqüente é a humana, em tamanho diminuído. Como quase todas as entidades astrais, podem assumir qualquer aparência à vontade, embora tenham, sem dúvida alguma, suas formas prediletas que usam quando nada os leva a assumir qualquer outra. Habitualmente, são invisíveis aos olhos físicos, mas têm o poder de se tornarem visíveis pela materialização, quando desejam ser vistos.

À frente de cada uma dessas classes está o grande Ser, a inteligência dirigente e orientadora de todo o departamento da natureza, que é administrado e galvanizado pela classe de entidades sob seu controle. São conhecidos pelos hindus como Indra, o senhor do Akasha, ou éter; Agni, senhor do fogo; Pavana, senhor do ar; Varuna, senhor da água; Kshiti, senhor da terra.

O vasto reino dos espíritos-da-natureza, conforme ficou dito acima, está, em sua maior parte, no reino astral, embora uma grande seção dele pertença aos níveis etéricos do plano físico.

Há um número imenso de subdivisões ou raças entre eles, indivíduos que variam em inteligência e disposição, tal como acontece com os seres humanos. A maioria deles evita inteiramente o homem: seus hábitos e emanações lhes são desagradáveis e o constante ímpeto das correntes astrais produzidas pela sua inquietação, pelos seus desejos mal-regulados, os perturbam e contrariam. Ocasionamente, contudo, podem fazer amizade com seres humanos e mesmo auxiliá-los.

A atitude auxiliadora é rara. Na maioria dos casos mostram ou indiferença ou desagrado, ou sentem uma diabólica satisfação no enganar e iludir os homens. Muitos exemplos disso podem ser encontrados nos solitários distritos montanhosos e nas sessões espíritas.

São grandemente assistidos em seus manejos pelo maravilhoso poder de encantamento que possuem, de forma que suas vitimas vêem e ouvem apenas o que essas fadas lhes imprimem, exatamente como se fossem sujeitos mesmerizados. Os espíritos-da-natureza, contudo, não podem dominar a vontade humana, a não ser nos casos de pessoas mentalmente muito fracas, ou daquelas que permitem ao terror paralisar sua vontade. Eles podem enganar apenas os sentidos e sabe-se que lançam seu encantamento sobre considerável número de pessoas ao mesmo tempo. Alguns dos mais maravilhosos feitos dos prestidigitadores hindus são realizados pela invocação do auxílio deles, para obterem alucinação coletiva.

Habitualmente, parecem ter pouco senso de responsabilidade e são, em geral, menos desenvolvidos do que o homem comum. Podem portanto ser dominados com facilidade, mesmericamente, e ser empregados para realizar os desejos do mago. Podem ser utilizados para muitos propósitos e realizarão suas tarefas dentro de seu alcance, fiel e seguramente.

Também são responsáveis, em algumas regiões montanhosas, por lançar seu encantamento sobre o viajante retardatário, de forma que ele vê, por exemplo, casas e pessoas onde sabe que nada disso realmente existe. Essas ilusões não são momentâneas, quase sempre, mas podem ser mantidas por um espaço considerável de tempo, passando o homem por uma série de aventuras imaginárias, mas impressionantes, e depois subitamente descobrindo que todo aquele brilhante ambiente desapareceu, e que ficou a sós num vale solitário ou numa planície batida pelo vento.

A fim de cultivar seu conhecimento e amizade, o homem deve estar livre das emanações físicas que eles detestam, tais como as da carne, do álcool, do tabaco, da falta geral de asseio, bem como da luxúria, da cólera, do ciúme, da avareza e da depressão, isto é, o homem deve ser limpo e irrepreensível, tanto física quanto astralmente. Sentimentos elevados e puros que ardem com firmeza e sem ímpetos selvagens, criam uma atmosfera na qual os espíritos-da-natureza adoram banhar-se. Quase todos os espíritos-da-natureza também adoram música: podem mesmo entrar numa casa a fim de gozá-la, banhando-se nas ondas sonoras, pulsando e balouçando-se em harmonia com elas.

Aos espíritos-da-natureza também podem ser atribuídos os que chamam fenômenos físicos nas sessões espíritas: realmente, muitas sessões têm sido feitas inteiramente por aquelas maliciosas criaturas. São capazes de responder perguntas, passar pretensas mensagens através de batidas e inclinações, exibindo luzes do “espírito”, fazendo o transporte de objetos à distancia, causando a projeção da escrita ou de desenhos, e mesmo materializações. Poderiam, naturalmente, empregar também seu poder de encantamento a fim de suplementar seus outros manejos.

Podem não pretender, de forma alguma, prejudicar ou enganar, mas regozija-se ingenuamente com o seu sucesso no realizar a sua parte, e com o respeito temeroso da devoção e afeição que lhe são tributadas, como “queridos espíritos”e “anjos da guarda”. Compartilham da satisfação dos assistentes e sentem que estão fazendo um bom trabalho, já que estão confortando os aflitos.

De vez em quando também se disfarçam e formas-pensamentos que os homens fizeram e pensam ser uma grande piada isso de exibir chifres, sacudir uma cauda bífida e soprar fogo enquanto correm de cá para lá.

Ocasionalmente, uma criança impressionável pode ficar aterrorizada com aquelas aparições, mas, para sermos justos em relação aos espíritos-da-natureza, devemos recordar que eles próprios não conhecem o medo, e, assim, não compreendem a gravidade do resultado, provavelmente pensando que o terror da criança é simulado e faz parte do jogo.

Nenhum dos espíritos-da-natureza possui uma individualidade permanente para reencarnação. Parece, portanto, que em sua evolução uma proporção muito maior de inteligência é desenvolvida, antes que a individualização tenha lugar.

Os períodos de vida das varias classes variam grandemente, sendo alguns muito curtos, outros muito mais longos do que nossa existência humana. Sua existência, no todo, parece ser simples, jovial, irresponsável, tal como as que um grupo de crianças pode viver num ambiente físico favorável.

Não há sexo entre os espíritos-da-natureza, não há doença e não há luta pela existência. Têm afeições bem fortes e podem formar amizades intimas e duradouras. Ciúme e cólera são possíveis entre eles, mas parecem apagar-se rapidamente diante da dominadora satisfação que desfrutam de todas as operações da natureza, que é sua característica mais saliente.

Seus corpos não têm estrutura interna, de forma que não podem ser despedaçados ou machucados, e o calor e o frio não lhe produzem nenhum efeito. Parecem também estar inteiramente livres do medo.

Embora astuciosos e travessos, raramente são maliciosos, a não ser que positivamente provocados. Como um todo, não confiam no homem e geralmente ressentem o aparecimento de um recém-chegado ao plano astral, de forma que esse recém-chegado habitualmente os conhece sob forma desagradável e aterradora. Se, contudo, ele se recusa a ser amedrontado, depressa o aceitam como um mal necessário e não mais lhe dão atenção. E até alguns podem se lhe tornar amistosos.

Um dos seus mais agudos prazeres é brincar com as crianças que estão no plano astral, aquelas que chamamos “mortas”. E brincam de centenas de formas diferentes.

Os que são menos infantis e mais sérios têm sido às vezes reverenciados como deuses dos bosques locais das aldeias. Esses apreciam os agrados que lhes tributam e, sem duvida, estão dispostos a prestar pequenos serviços em retribuição.

Os adeptos sabem como usar os serviços dos espíritos-da-natureza, e confiam-lhes alguns trabalhos, frequentemente, mas o mago comum só pode fazer isso através de invocação, isto é, atraindo a atenção deles como um suplicante e fazendo com eles alguma espécie de permuta, ou por evocação, isto é, compelindo-os à obediência. Ambos os métodos são excessivamente perigosos, pois o operador pode provocar uma hostilidade que talvez lhe venha a ser fatal. Discipulo algum de um Mestre jamais teria permissão para tentar qualquer coisa nesse sentido.

O mais alto tipo de espíritos-da-natureza consiste nos silfos, ou espíritos do ar, que tem no corpo astral seu veículo de maior inferioridade. Sua inteligência iguala-se à do homem médio. O método normal através do qual atingem a individualização está em associarem-se e amarem os membros do estágio que lhes fica imediatamente superior – os anjos astrais.

Um espírito-da-natureza que deseje experiências quanto à vida humana pode obsedar uma pessoa que viva no mundo físico.

Houve tempo em que uma certa classe de espíritos-da-natureza materializou-se fisicamente e assim entrou em relacionamento indesejável com homens e mulheres. Talvez daí venham as historias de faunos e sátiros, embora tais histórias se refiram, também, a uma evolução subumana bastante diferente.

É bom notar, de passagem, que, embora o reino dos espíritos-da-natureza seja radicalmente dessemelhante do humano – não havendo nele sexo, medo ou a luta pela existência – ainda assim o resultado eventual do seu desenvolvimento é, sob todos os aspectos, igual ao que a humanidade obtém.

4. Os Devas.- Os seres chamados devas pelos hindus, são denominados anjos pelos demais, e também filhos de Deus etc. Pertencem a uma evolução diferente da que rege a humanidade, uma evolução na qual podem ser vistos como um reino logo acima da humanidade.

Na literatura oriental, a palavra deva é também usada, vagamente, para classificar qualquer tipo de entidade não-humana. Aqui a usaremos no estrito sentido apontado acima.

Jamais serão humanos, porque a maioria deles já está além desse estagio, mas há alguns, entre eles, que foram humanos no passado.

Os corpos dos devas são mais fluídicos do que os dos homens, sendo a textura da aura, por assim dizer, mais frouxa. São capazes de expansão e contração muitíssimo maiores e tem certa qualidade ígnea que os torna nitidamente distinguíveis do ser humano comum. A forma dentro da aura de um deva, que é sempre aproximadamente uma forma humana, é muito menos definida do que a do homem: o deva vive mais na circunferência, mais em toda a sua aura do que o homem. Os devas aparecem, habitualmente, como seres humanos de tamanho gigantesco. Têm uma linguagem colorida, que não pode ser provavelmente definida como a nossa linguagem, embora sob certos aspectos seja mais expressiva.

Os devas estão, quase sempre, à mão e dispostos a expor e a exemplificar assuntos, ao longo de sua própria linha, para qualquer ser humano suficientemente desenvolvido para apreciá-los.

Embora relacionados com a terra, os devas evoluem através de um grande sistema de sete cadeias, sendo o todo dos nossos sete mundos como um só mundo para eles. Muito poucos, entre os da nossa humanidade, alcançaram o nível do qual é possível reunir-se à evolução dos devas. A maioria dos recrutas do reino deva tem vindo de outras humanidades do sistema solar, umas inferiores e outras superiores à nossa.

O objetivo da evolução dévica é elevar sua fileira mais avançada a um nível muito mais alto do que o pretendido pela humanidade em período igual.

As três grandes divisões inferiores dos devas são: (1) Kamadevas, cujo corpo inferior é o astral; (2) Rupadevas, cujo corpo inferior é o mental inferior; (3) Arupadevas, cujo corpo inferior é o mental superior, ou causal.

A manifestação dos Rupadevas e Arupadevas no plano astral é, pelo menos, tão rara como para uma entidade astral é a sua materialização no plano físico.

Acima destas classes, há quatro outras grandes divisões, e acima e além do reino dévico estão as grandes hostes dos Espíritos Planetários.

Aqui estamos tratando, principalmente, dos Kamadevas. A média geral, entre eles, é muito mais elevado do que entre nós, porque tudo quanto é positivamente mau de há muito foi eliminado de seu meio. Diferem largamente em disposição, e um homem realmente espiritual pode muito bem estar em evolução mais elevada do que alguns deles.

Certas evocações mágicas podem atrair-lhes a atenção, mas a única vontade humana que pode dominar a deles é a de uma certa elevada classe de Adeptos.

Em regra, parecem pouco conscientes de nosso mundo físico, embora um deles possa ocasionalmente prestar-lhe assistência, mais ou menos como o faríamos quando em auxilio de um animal. Compreendem entretanto que, no presente estagio, qualquer interferência com os assuntos humanos tende a produzir mais mal do que bem.

É desejável que se mencione, aqui, os quatro Devarajas, embora eles não pertençam, estritamente falando, a qualquer das nossas classes.

Esses quatro passaram por uma evolução que, certamente, em nada corresponde à da nossa humanidade.

Fala-se deles como Regentes da Terra, Anjos dos Quatro Pontos Cardeais, ou Chatur Maharajas. Governam, não os devas, mas os quatro “elementos” da terra, da água, do ar, e do fogo, com as essências e espíritos-da-natureza que neles moram. Outros itens de informação concernentes a eles vão, para maior conveniência, na tabela abaixo:

NomePontos da bússolaHostes elementaisCores simbólicas
DhritarashtraLesteGandharvasBranco
VirudhakaSulKumbhandasAzul
VirupakshaOesteNagasVermelho
VaishravanaNorteYakshasOuro

 

A Doutrina Secreta fala deles como “globos alados e rodas de fogo”, e na Bíblia cristã, Ezequiel tenta descrevê-los com palavras bastante semelhantes. Referências a eles são feitas na simbologia de todas as religiões, e são sempre altamente reverenciados como protetores da humanidade.

São eles os agentes do Karma do homem durante sua vida terrena e têm assim um papel muito importante no destino humano. As grandes deidades Kármicas do Cosmos, os Lipika, pesam as ações de cada personalidade ao fim de sua vida astral e dão por assim dizer o molde de um duplo etérico inteiramente apropriado ao seu Karma, para o próximo nascimento do homem. Mas são os Devarajas que, tendo o comando dos “elementos” dos quais o duplo etérico deve ser formado, arranjam suas proporções de forma a preencher inteiramente as intenções dos Lipika.

Através de toda a vida, eles contrabalançam constantemente as mudanças introduzidas nas condições do homem pela sua própria e livre vontade e a dos que o rodeiam, de forma que aquele Karma possa ser exata e justamente esgotado. Erudita dissertação sobre esses seres pode ser encontrada na obra A Doutrina Secreta. Eles podem tomar a forma humana quando o desejem, e sabe-se de casos em que fizerem isso.

Todos os espíritos-da-natureza de ordem superior e as hostes de elementais artificiais atuam como seus agentes no estupendo trabalho que fazem; mas todos os fios estão em suas próprias mãos e eles assumem a inteira responsabilidade. Raramente se manifestam no plano astral, mas quando o fazem são certamente os mais notáveis de seus habitantes não-humanos.

Na realidade, devem ser sete, e não quatro Devarajas, mas para além do círculo da Iniciação pouco é sabido e menos pode ser dito em relação aos três superiores.

 

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