Do subplano densamente povoado que acabamos de considerar, passamos a outro muito menos povoado, como se passássemos de uma cidade populosa a uma aldeia tranqüila, porque no atual estado da evolução humana, tão-só uma exígua minoria de indivíduos chegou a este alto nível, onde mesmo os menos evoluídos são definitivamente conscientes de si mesmos e de tudo o que os rodeia. O Ego neste subplano é capaz de rever com alguma extensão o seu passado e compreende o método e a finalidade da evolução. Percebe que está empenhado numa obra de aperfeiçoamento próprio e reconhece as etapas da vida física astral e mental pelas quais passa revestido de seus veículos inferiores.
Ele vê como parte de si mesmo a personalidade com a qual está ligado e esforça-se em guiá-la, valendo-se do conhecimento de seu passado como um acervo de experiências das que formulam princípios de conduta com claro e imutável conhecimento do bem e do mal, transmitido à mente inferior para vigiar e dirigir suas atividades. Embora durante a primeira parte de sua vida no segundo subplano fracasse repetidamente o empenho de dar a entender logicamente à mente inferior os princípios que lhe transmitem, acaba por fixar nela os incontrastáveis conceitos de verdade, justiça e honra.
Existem regras de conduta a que obrigam as sanções sociais e religiosas pelas quais o homem se guia em sua conduta diária, e que não obstante ele pode transgredir pela força da tentação ou por algum invencível desejo passional; porém há algo, como a mentira, a traição ou a desonra que o homem evoluído é incapaz de fazer, embora a lei humana não o proibisse nem sancionasse penalmente, porque são coisas contrárias à sua verdadeira natureza e no mais íntimo de seu ser estão forjados certos princípios que lhe é impossível conculcar, por mais violenta que seja a pressão das circunstâncias ou a intensidade da tentação, pois são princípios inerentes à vida do Ego. Contudo, ainda que consiga guiar seus veículos inferiores, não é ainda claro e preciso o conhecimento deles e de suas ações. Vê nebulosamente os planos inferiores cujos pormenores não compreende tão bem como os princípios, e parte de sua evolução no segundo subplano consiste em pôr-se mais e mais conscientemente em contato direto com a personalidade que tão deficientemente o representa nos mundos inferiores.
Do dito se infere que só se encontram no segundo subplano os Egos que anseiam o aperfeiçoamento espiritual e portanto são capazes de receber a influência dos planos superiores. Amplia-se o canal de comunicação pelo qual flui então mais energia. Sob esta influência o pensamento adquire uma qualidade singularmente clara e penetrante, mesmo nos Egos menos adiantados, e o efeito desta qualidade se mostra na mente inferior como uma tendência à filosofia e às idéias abstratas. Nos Egos mais evoluídos a visão do passado tem muito maior alcance; reconhece as causas estabelecidas, como atuaram e o que ainda falta para esgotar seus Efeitos.
Os Egos residentes no segundo subplano têm amplas oportunidades de progresso quando estão livres dos veículos inferiores, porque podem receber ensinamentos de entidades muito adiantadas e colocam-se em contato direto com os seus Instrutores, não mais por meio de imagens mentais, e sim, pelos lampejos luminosos de descrição impossível, em que a essência das idéias voa como uma estrela de um a outro Ego, e suas correlações se manifestam como ondas luminosas dimanantes da estrela central sem necessidade de separada enunciação. No segundo subplano, um pensamento pode ser comparado a uma lâmpada colocada num aposento, que clareia todos os objetos circundantes sem necessidade de descrevê-los.