A Mediunidade

Enviado por Estante Virtual em seg, 12/12/2011 - 18:03

Médium, é a pessoa anormalmente constituída, cujos corpos etérico e físico denso podem ser facilmente deslocados. O duplo elétrico deslocado fornece, em grande parte, a base física aos fenômenos de materialização.

Em geral, formas assim materializadas quase não se afastam do médium, pois a matéria que as constitui sofre uma atração que não cessa de repuxá-las para o corpo do qual procedem; tanto que, se a figura materializada permanecer por muito tempo afastada do médium, desagrega-se, e a matéria com a qual foi formada volta instantaneamente à sua fonte.

As formas destes gênero só podem resistir por alguns instantes às intensas vibrações de uma luz forte.

A mediunidade é, em suma, perigosa e, por sorte, relativamente rara; acarreta grande tensão e perturbações no sistema nervoso. Quando o duplo etérico é deslocado, em realidade ele se divide em dois. Não poderia ser inteiramente separado do corpo físico denso, sem disso resultar a morte, porque a força vital, ou prâna, não pode circular sem a presença de matéria etérica. A retirada parcial do duplo é suficiente para deixar o corpo denso em sono letárgico e quase suspender as funções vitais; este perigoso estado é seguido naturalmente de um esgotamento extremo.

O espantoso desperdício de vitalidade devido à supressão dos meios que permitem ao prâna circular, explica a prostração dos médiuns após uma sessão e também porque muitos deles acabam por incorrer no vício da embriagues. Pedem aos estimulantes a satisfação da imperiosa necessidade de energia, provocada pelo seu súbito enfraquecimento.

William Crookes, à página 41 de sua Researches (Pesquisas), escreveu o seguinte: "Após ter verificado o penoso estado de prostração nervosa e corporal em que algumas dessas experiências deixaram o Sr. Home, após tê-lo visto deitado no chão, quase sem sentidos, pálido e mudo, como duvidar de que a evolução da força psíquica seja acompanhada de um desperdício correspondente de força vital?

A condição acima descrita assemelha-se ao choque que se segue às operações cirúrgicas.

Nas sessões espíritas, o clarividente vê o duplo etérico que sai, em geral, do lado esquerdo do médium, porém, às vezes, da superfície toda do corpo — este duplo é que, muitas vezes, constitui o "espírito materializado", modelado facilmente e de diversas maneiras pelos pensamentos dos assistentes, aumentando a sua força e vitalidade quando o médium está mergulhado em transe profundo. Habitualmente não intervém nenhum esforço consciente por parte dos assistentes; não obstante, o resultado pode ser sistematicamente obtido. Assim, H. P. Blavastsky relata que, durante os notáveis fenômenos obtidos na granja dos Eddy, ela modelou sistematicamente a forma do "espírito", que foi visto pelos assistentes, sob diversas aparências.

A matéria etérica, modelada em formas deste gênero, embora invisível à vista ordinária, pode, entretanto, impressionar uma chapa fotográfica, porquanto esta é sensível a certos comprimentos de ondas luminosas, não perceptíveis à vista humana. É esta a explicação de todos os casos verificados, em que "formas de espíritos" apareceram em negativos de retratos fotográficos comuns.

Acontece frequentemente, durante as sessões, que não só é utilizada matéria do duplo etérico do médium, mas também dos assistentes; daí a fadiga muitas vezes sentida pelos frequentadores dessas sessões.

Para que do corpo físico possa ser subtraída grande quantidade de matéria, sem perigo de morte, é preciso que haja absoluta passividade. O médium, em geral, conserva-se bem consciente, no fundo, mas a menor tentativa de afirmar a individualidade ou de pensar de maneira contínua, enfraquece imediatamente a forma que está materializada ou fá-la voltar à fonte originária. Um choque ou perturbação súbita ou qualquer tentativa para agarrar a "formaespírito", são extremamente perigosos e podem mesmo produzir a morte.

Além da matéria etérica, acontece muitas vezes que certa quantidade de matéria física, principalmente gasosa e líquida, é retirada do corpo do médium. Citam-se casos em que, durante a materialização, o corpo do médium diminuia visivelmente de volume, enquanto o aspecto deprimido, enrugado, do rosto, oferecia, diz-se, espetáculo singularmente horrível e penoso.

Colocado numa balança, o corpo do médium nesses casos acusa diminuição de pêso, que pode chegar até a vinte quilos, enquanto que o pêso da forma materializada demonstrava aumento pelo menos igual a essa quantidade, e geralmente até mais, sem dúvida pelo fato de certa porção de matéria densa haver sido retirada dos corpos dos assistentes. Num caso muito conhecido, o "espírito" materializado carregou o corpo do médium, Sr. Eglinton.

Para uma entidade astral que quer "manifestar-se" ou produzir um fenômeno qualquer no plano físico, o médium serve para fornecer a matéria etérica indispensável; esta age como intermediária, para trazer as forças astrais à matéria física.

Coisa análoga se passa, quando um ébrio falecido se acerca de uma taverna e se reveste de um véu de matéria etérica, a fim de poder absorver o odor de álcool, de que tanto sente necessidade. Incapaz de ter as sensações do álcool, como os vivos, ele impele outros a se embriagarem, a fim de poder entrar parcialmente em seus corpos físicos, obsedá-los e assim desfrutar diretamente, uma vez mais, o gosto e as demais sensações da bebida, que tanto deseja.

Algumas vezes, a matéria tomada ao médium basta apenas para formar uma mão etérica ou dedos, que seguram um lápis e escrevem, ou para permitir golpes, ou ainda derrubar ou deslocar objetos, e assim por diante.

Em geral a matéria etérica e a física densa retiradas do médium servem para materializar uma forma astral, o bastante para torná-la visível aos assistentes; a forma que então se vê não é, pois, sólida, porém constituída simplesmente por uma película delgada.

As roupas com as quais os "espíritos" se apresentam comumente vestidos nas sessões, são muitas vezes fabricadas com as do médium ou dos assistentes. Ora o tecido é muito grosseiro, ora de extrema delicadeza, mais delicado mesmo do que o produzido pelos teares orientais. Por vezes essas roupas podem ser retiradas da sala da sessão e conservadas durante vários anos; ou, ao contrário, podem desaparecer ao cabo de uma hora, ou duas e até em alguns minutos.

É indiscutível que salvo, talvez, casos mui raros e tomadas todas as precauções possíveis, as práticas da mediunidade são prejudiciais e às vezes extremamente perigosas. Devemos, no entanto, reconhecer que por meio de tais práticas uma multidão de pessoas aprenderam a conhecer a realidade do mundo invisível e a continuidade da vida após a morte, ou pelo menos a crêr nestes fatos. Por outro lado, porém, deve-se salientar que este conhecimento ou crença poderia talvez ser obtido por outros meios menos perigosos.

Jamais um oculista experimentado, pertencente a uma escola de "magia branca", agiria sobre o duplo etérico de alguém, a fim de obter uma materialização, nem tampouco provocaria uma perturbação no seu, para se tornar visível à distância. Lembrar-se-ia de condensar e construir ao redor de seu corpo astral uma quantidade de éter do ambiente suficiente para permitir a materialização e, em seguida, por um esforço de vontade, impor-lhe esta forma pelo tempo que fosse necessário.

A maior parte dos "espíritos-guias" sabem muito bem os perigos que correm os médiuns e, para protegê-los, tomam todas as precauções possíveis.

Os próprios "espíritos" sofrem, algumas vezes, quando a forma materializada é, por exemplo, tocada ou ferida, devido à associação estreita que se estabelece entre a matéria etérica da fornia materializada e a matéria astral pertencente ao corpo dos "espíritos".

É verdade que, naturalmente, nenhuma arma física pode afetar um corpo astral, porém, uma lesão na forma materializada pode ser transmitida ao corpo astral pelo fenômeno conhecido como "repercussão".

Como, durante a materialização, as partículas de matéria são tiradas do médium e de todos os assistentes, elas se encontram intimamente misturadas. Por conseguinte, qualidades indesejáveis ou vícios, existentes em algum dos assistentes podem influenciar os outros e sobretudo o médium, que é de todos o mais vulnerável e por certo, também, o mais sensitivo. A nicotina e a intoxicação pelo álcool parecem determinar especialmente esse penosos efeitos.

Os médiuns de baixa categoria atraem inevitavelmente as mais indesejáveis entidades astrais, que podem reforçar sua própria vitalidade à custa do médium e dos assistentes. Um "fantasma" semelhante pouco desenvolvida, o que lhe acarreta deploráveis resultados.

Citam-se casos em que uma entidade estranha, encarnada ou não, se apoderou do corpo de um homem adormecido e se serviu dele para seus fins pessoais. É numa pessoa apresentando as características mediúnicas que seria mais fácil esse gênero de agressão.

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