As Artes Mágicas Antigas e Modernas São Idênticas

Enviado por Estante Virtual em qui, 22/11/2012 - 20:21
Os “tempos antigos” são exatamente como os “tempos modernos”; nada mudou no que concerne às práticas mágicas, exceto que eles se tornaram ainda mais esotéricos e arcanos, e a cautela dos adeptos cresce na proporção da curiosidade dos viajantes. Hiuen-Tsang diz dos habitantes: “Os homens (...) amam o estudo, mas não o seguem com ardor. A ciência das fórmulas mágicas tornou-se para eles uma profissão regular”. Não contradiremos o venerável peregrino chinês a respeito desse ponto, e estamos propensos a admitir que, no século VII, algumas pessoas fizeram “uma profissão” da Magia; também o fazem hoje algumas pessoas, mas não certamente os verdadeiros adeptos. Não seria Hiuen-Tsang, o pio corajoso homem, que arriscou a vida uma centena de vezes para ter a ventura de olhar a sombra de Buddha na caverna de Peshawer, que iria acusar os santos lamas e taumaturgos monásticos de fazerem “uma profissão” mostrando-a aos viajantes. A injunção de Gautama, contida em sua resposta ao rei Prasejajit, seu protetor, que o animou a fazer milagres, deve ter sempre estado na mente de Hiuen-Tsang. “Grande Rei”, disse Gautama, “eu não ensino a lei dos meus discípulos dizendo-lhes ‘Ide, e diante dos brâmanes e dos notáveis fazei, por meio de vossos poderes sobrenaturais, os maiores milagres de que um homem é capaz’. Eu lhe digo, quando ensino a lei, ‘Vivei, ó santos, ocultando vossas grandes obras, e exibindo vossos pecados’”.
 
Impressionado com os relatos das exibições mágicas testemunhas e registradas pelos viajantes de todas as épocas que visitaram a Tartária e o Tibete, o Cel. Yule conclui que os nativos devem ter “à sua disposição toda a enciclopédia dos espiritistas modernos. Duhalde menciona entre as suas bruxarias a arte de produzir por meio de invocações as figuras de Lao-tsé e suas divindades no ar; e de fazer um pincel escrever respostas a perguntas sem que ninguém o toque”.
 
Essa invocações pertencem aos mistérios religiosos de seus santuários; executada de outro modo, ou com vista ao ganho, elas são consideradas como bruxaria, necromancia, e rigorosamente proibidas. A arte de fazer um pincel escrever sem contato era conhecida e praticada na China e em outros países muitos séculos antes da era cristã. É o ABC da Magia nesses países.

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