Muitos, talvez a maioria, que virem o título deste livro, de imediato objetarão, e negarão que haja qualquer coisa valiosa que possa ser descrita corretamente como “Cristianismo Esotérico”. Existe uma idéia amplamente disseminada, e além disso muito popular, de que não existe essa coisa de um ensino oculto em conexão com o Cristianismo, e que “Os Mistérios”, sejam Menores ou Maiores, foram uma instituição puramente Pagã. O próprio nome dos “Mistérios de Jesus”, tão familiar aos ouvidos dos Cristãos dos primeiros séculos, soaria com um choque de surpresa nos de seus sucessores modernos, e, se mencionado como denotando uma instituição especial e definida na Igreja Primitiva, provocaria um sorriso de incredulidade. Na verdade tem se tornado um motivo de gracejos que o Cristianismo não possua segredos, que o que quer que tenha a dizer o diz para todos, e o que quer que tenha a ensinar, ensina para todos. Suas verdades são supostas ser tão simples que “um caminhante, embora tolo, não possa enganar-se com elas”, e o “Evangelho simples” se tornou uma frase feita.
É necessário, portanto, provar claramente que pelo menos na Igreja Primitiva o Cristianismo não ficava nem uma vírgula atrás das outras grandes religiões no fato de possuir um lado oculto, e que ele guardava, como tesouro inestimável, os segredos revelados em seus Mistérios somente a uns poucos escolhidos.
Mas antes de fazermos isto será bom considerarmos toda a questão do lado oculto das religiões, e averiguarmos por que um tal lado deve existir se uma religião há de ser forte e estável; pois assim sua existência no Cristianismo parecerá uma conclusão natural, e as referências a ele nos escritos dos Padres Cristãos parecerão simples e naturais em vez de surpreendentes e ininteligíveis. Como um fato histórico, a existência deste esoterismo é demonstrável; mas pode ser demonstrado também que intelectualmente é uma necessidade.
A primeira questão que devemos responder é: Qual é o objetivo das religiões? Elas são dadas ao mundo por homens mais sábios do que as massas do povo ao qual são outorgadas, e têm o propósito de estimular a evolução humana. A fim de fazer isto efetivamente elas devem atingir os indivíduos e influenciá-los. Mas os homens não estão todos no mesmo nível de evolução, a evolução poderia ser figurada como uma escala progressiva, com homens em todos os estágios. Os mais altamente evoluídos estão muito acima dos menos evoluídos, tanto em inteligência como em caráter; as suas capacidades de entender e de agir também variam em cada estágio. Portanto, é inútil dar a todos o mesmo ensino religioso; aquilo que ajudaria o homem intelectualizado seria inteiramente ininteligível para o estúpido, enquanto que aquilo que lançaria o santo em êxtase deixaria o criminoso inabalado. Se, por outro lado, o ensinamento adequado para auxiliar o não inteligente é intoleravelmente cru e tosco para o filósofo, enquanto que aquilo que redime o criminoso é completamente inútil para o santo. Mesmo assim todos os tipos (de pessoas) precisam de religião, de modo que cada um possa se alçar a uma vida mais elevada do que aquela que está levando, e nenhum tipo ou nível deve ser sacrificado a nenhum outro. A religião deve ser tão graduada como a evolução, senão falhará em seu objetivo.
A seguir vem a questão: De que modo as religiões procuram estimular a evolução humana? As religiões buscam desenvolver as naturezas moral e intelectual, e auxiliar a natureza espiritual a desabrochar. Considerando o homem como um ser complexo, elas procuram tocá-lo em todos os pontos de sua constituição, e portanto trazer mensagens adequadas para cada um, ensinamentos adequados às mais diversas necessidades humanas. Os ensinamentos devem portanto ser adaptados a cada mente e coração a que são endereçados. Se uma religião não alcança e adestra a inteligência, se ela não purifica e inspira as emoções, terá falhado em seu objetivo, até onde isso envolver a pessoa buscada.
Ela assim não apenas se dirige à inteligência e às emoções, mas procura, como foi dito, estimular o desabrochar da natureza espiritual. Ela responde àquele impulso interno que existe na humanidade, e que está sempre impulsionando a raça para diante. Pois fundo no coração de todos – amiúde suplantada por situações transitórias, amiúde submersa debaixo de interesses e ansiedades prementes – existe uma contínua busca por Deus. “Assim como o cervo busca pelas fontes d’água, assim busca” (Salmos, XIII, 1) a humanidade por Deus. A busca às vezes é interrompida durante algum tempo, e o anelo parece desaparecer. Fases são recorrentes na civilização e no pensamento, daí que este grito do Espírito humano pelo Divino – buscando sua fonte assim como a água busca seu nível, para tomar um exemplo de Giordano Bruno – este anelo do Espírito humano por aquilo que lhe é semelhante no universo, da parte pelo todo, parece aquietar-se, parece ter-se desvanecido; não obstante o anelo reaparece e o Espírito lança o mesmo grito. Sufocado por algum tempo, aparentemente destruído, mesmo que a tendência do momento possa ser esta, ele se ergue de novo e novamente com persistência imorredoura, repete-se sempre e sempre, não importa quantas vezes tenha silenciado; e assim prova-se constituir uma tendência inerente à natureza humana, e portanto uma parte constituinte inerradicável. Aqueles que declaram triunfantes “Ora!, está morto!” o encontram face a face de novo, e com a mesma vitalidade. Aqueles que edificam sem dar-lhe espaço vêem seus edifícios tão bem construídos derrocar como se abalados por um terremoto.
Aqueles que o sufocam encontram as mais brutas superstições seguirem-se à negação. É tanto uma parte integral da humanidade, que o homem terá alguma resposta aos seus questionamentos; antes uma resposta falsa do que nenhuma. Se ele não puder encontrar a verdade religiosa, ele abraçará o erro religioso antes do que ficar sem religião alguma, e aceitará os ideais mais toscos e incongruentes do que admitir a inexistência do ideal.
A religião, assim, satisfaz esta ânsia, e tomando conta do constituinte humano que lhe dá surgimento, o treina, fortalece, purifica e guia em direção ao seu fim próprio – a união do Espírito humano com o divino, de modo “que Deus possa ser tudo em todos” (I Coríntios, XV, 28).
A próxima pergunta com que nos deparamos neste estudo é: Qual a origem das religiões? A isto foram dadas duas respostas nos tempos modernos – a da Mitologia Comparada e a da Religião Comparada. Ambas respaldam suas respostas em uma única base comum de fatos admitidos. A pesquisa provou irrefutavelmente que as religiões do mundo são marcadamente semelhantes nos seus ensinamentos principais, na existência de Fundadores que apresentam poderes sobre-humanos e extraordinária elevação moral, nos seus preceitos éticos, no seu uso de meios para entrar em contato com os mundos invisíveis, e nos símbolos pelos quais expressam suas crenças principais. Esta similaridade, chegando em muitos casos até a identidade, prova – de acordo com ambas escolas – uma origem comum.
Mas sobre a natureza desta origem comum as duas escolas estão em litígio.
Os Mitologistas Comparados pretendem que a origem comum seja a ignorância comum, e que as mais elevadas doutrinas religiosas sejam simplesmente expressões refinadas das crenças cruas e bárbaras dos selvagens, dos homens primitivos, a respeito de si mesmos e do seu ambiente. O animismo, o fetichismo, o culto à natureza, o culto ao sol – estes são os constituintes do barro primevo do qual brotou o esplêndido lírio da religião. Um Krishna, um Buda, um Lao-Tsé, um Jesus, são altamente civilizados, mas descendentes diretos do curandeiro dançante do selvagem. Deus é uma fotografia compósita dos inumeráveis Deuses, os quais são personificações das forças da natureza.
E assim por diante. E é tudo resumido na frase: as religiões são ramos de um tronco único – a ignorância humana.
A Religião Comparada considera, por outro lado, que todas as religiões sejam originadas dos ensinamentos dos Homens Divinos, que dão a diferentes nações do mundo, de tempos em tempos, as partes das verdades fundamentais da religião que os povos são capazes de receber, ensinando sempre a mesma moralidade, inculcando o uso de meios similares, empregando os mesmos símbolos significativos. As religiões selvagens – animismo e o resto – são degenerações, resultados da decadência, distorcidos e atrofiados descendentes das verdadeiras crenças religiosas. O culto ao sol e as formas puras de culto à natureza foram, em seus dias, nobres religiões, altamente alegóricas, mas cheias de verdade e conhecimento profundos. Os grandes Instrutores – como é proclamado pelos Hinduístas, Budistas, por alguns que estudam a Religião Comparada, como os Teosofistas – formam uma Fraternidade perene de homens que se elevaram para além da humanidade, que aparecem em certas épocas para iluminar o mundo, e que são os guardiães espirituais da raça humana. Esta visão pode ser resumida na frase: “As religiões são ramos de um tronco único – a Sabedoria Divina”.
Esta Sabedoria Divina é chamada de Sabedoria, Gnose, Teosofia, e alguns, em diferentes eras do mundo, desejaram enfatizar assim sua crença nesta unidade das religiões preferindo o nome eclético de Teosofia, antes do que qualquer designação mais estreita.
O valor relativo dos argumentos das duas escolas opostas deve ser julgado pela reunião das evidências apresentadas por cada uma. A aparição de uma forma degenerada de uma idéia nobre pode semelhar-se muito ao produto refinado de uma idéia grosseira, e o único método de discernir entre degeneração e evolução seria o exame, se possível, de formas ancestrais intermediárias e remotas. A evidência trazida pelos crentes na Sabedoria é deste tipo. Eles alegam que os Fundadores das religiões, a julgar pelo registro de seus ensinamentos, estavam muito acima do nível médio da humanidade; que as Escrituras das religiões contêm preceitos morais, ideais sublimes, aspirações poéticas, profundas asserções filosóficas, dos quais sequer se aproximam em beleza e elevação os escritos posteriores nas mesmas religiões – isto é, que o antigo é mais elevado do que o novo, em vez de o novo ser mais elevado que o antigo -; que não pode ser demonstrado nenhum caso do processo de refinamento e melhoramento suposto ser a fonte das religiões atuais, enquanto que podem ser apresentados muitos casos de degeneração de ensinos puros; que mesmo entre os selvagens, se suas religiões forma cuidadosamente estudadas, muitos traços de idéias elevadas podem ser encontrados, idéias que obviamente estão acima da capacidade dos próprios selvagens em produzi-las.
Esta última idéia foi desenvolvida por Andrew Lang, que – a julgar pelo seu livro The Making of Religion – deveria ser classificado como adepto da Religião Comparada antes do que da Mitologia Comparada. Ele aponta para a existência de uma tradição comum, a qual, alega ele, não pode ter sido desenvolvida pelos selvagens por si mesmos, sendo homens cujas crenças ordinárias são do tipo mais tosco e cujas mentes são pouco desenvolvidas. Ele mostra, debaixo de crenças brutas e visões degradadas, elevadas tradições de um caráter sublime, chegando mesmo a tratar da natureza do Ser Divino e Suas relações com os homens. As deidades adoradas são, em sua maior parte, verdadeiros demônios, mas por trás, para além de todos eles, existe uma tênue mas gloriosa Presença acima de tudo, raramente ou nunca nomeada, mas sussurrada como sendo a fonte de tudo, como poder, amor e bondade, terna demais para despertar terror, boa demais para requerer preces. Tais idéias manifestamente não podem ter sido concebidas pelos selvagens onde são encontradas, e elas permanecem como testemunhos eloqüentes da revelação feita por algum grande Instrutor – do qual geralmente é detectável um vestígio de tradição – que era Filho da Sabedoria, e que comunicou alguns de seus ensinamentos em uma era há muito passada.
A razão, e na verdade a justificação, da visão dos que assumem a Mitologia Comparada é patente. Eles encontram em todas as direções formas inferiores de fé religiosa, existindo entre tribos selvagens. Isto foi visto como acompanhamento da falta geral de civilização. Considerando os homens civilizados evoluindo dos não civilizados, o que seria mais natural do que considerar a religião civilizada derivando da religião não civilizada? È a primeira idéia óbvia. Só um estudo posterior e mais profundo pode mostrar que os selvagens de hoje não são nossos protótipos ancestrais, mas são a prole degenerada de grandes raças civilizadas do passado, e que o homem em sua infância não foi deixado crescer sem treinamento, mas foi cuidado e educado pelos mais velhos, de quem ele recebeu sua primeira orientação tanto em religião como em civilização. Esta visão está sendo substanciada por fatos tais como aqueles abordados por Lang, e logo suscitará a pergunta: “Quem foram estes mais velhos, dos quais são encontradas tradições em todo lugar?”
Ainda prosseguindo em nossa pesquisa, passamos à próxima questão: A que povos as religiões foram dadas? E aqui de imediato chegamos a uma dificuldade com a qual todo Fundador de religião deve lidar, aquela já mencionada envolvendo o objetivo primário da própria religião, a estimulação da evolução humana, com seu corolário de que todos os graus da humanidade em evolução devem ser considerados por Ele. Homens em todos os estágios de evolução, do mais bárbaro ao mais desenvolvido; são encontrados homens de elevada inteligência, mas também de mentalidade a mais subdesenvolvida; em um local existe uma civilização altamente desenvolvida e complexa, em outro, uma política crua e simples. Mesmo dentro de cada civilização encontramos os tipos mais variados – o mais ignorante e o mais educado, o mais pensativo e o mais relaxado, o mais espiritual e o mais brutal; mesmo assim cada um destes tipos deve ser alcançado, e cada um deve ser ajudado no estágio em que estiver. Se a evolução for uma verdade, esta dificuldade é inevitável, e deve ser enfrentada e superada pelo Instrutor divino, senão Sua obra será um fracasso. Se o homem está evoluindo como tudo em seu redor está evoluindo, estas diferentes de desenvolvimento, estes variados graus de inteligência devem ser uma característica da humanidade em toda parte, e devem receber atenção em cada religião do mundo.
Assim somos trazidos face a face à evidência de que não pode haver só um e o mesmo ensino religioso sequer para uma só nação, muito menos para uma civilização que seja, ou para o mundo todo. Se houver apenas um ensino, um grande número daqueles a quem seria endereçada escapariam inteiramente á sua influência. Se for conformada àqueles cuja inteligência é limitada, cuja moralidade é elementar, cujas percepções são obtusas, de modo que possa ajudá-los e treiná-los, capacitando-os assim a evoluir, seria uma religião completamente inadequada para aqueles homens, vivendo na mesma civilização, que têm percepções morais finas e delicadas, inteligência brilhante e sutil, e uma espiritualidade em evolução. Mas se, por outro lado, esta última classe há de ser auxiliada, se à inteligência há de ser dada uma filosofia que possa ser considerada admirável, se as delicadas percepções morais hão de ser ainda mais refinadas, se à natureza espiritual que desperta há de ser possibilitado que frutifique até a plenitude, então a religião deve ser tão espiritual, tão intelectual, e tão moral, que quando for pregada à primeira classe não tocará suas mentes ou seus corações, para eles será como um rosário de frases sem sentido, incapazes de suscitar sua inteligência latente, ou de darlhes qualquer padrão de conduta que os ajude a evoluir para uma moralidade mais pura.
Olhando, então, para estes fatos a respeito da religião, considerando seu objetivo, seus meios, sua origem, a natureza e variadas necessidades dos povos a quem foi endereçada, reconhecendo a evolução das faculdades espirituais, intelectuais e morais no homem, e a necessidade de cada homem por um treinamento tal que lhe seja adequado para o estágio de evolução em que chegou, somos conduzidos à absoluta necessidade de um ensinamento religioso variado e graduado tal que atenda a estas diferentes necessidades e ajude a cada homem em sua própria posição.
Existe ainda uma outra razão pela qual o ensinamento esotérico é desejável a respeito de certas classes de verdades. Este é eminentemente o fato a respeito desta classe que “conhecimento é poder”. A promulgação pública de uma filosofia profundamente intelectual, suficiente para treinar um intelecto altamente desenvolvido e atrair a adesão de uma mente excelsa, não pode prejudicar ninguém. Pode ser pregada sem hesitação, pois não atrai o ignorante, que se afastará dela considerando-a seca, rígida e desinteressante.
Mas existem ensinamentos que tratam da constituição da natureza, explicam leis recônditas, e lançam luz sobre processos ocultos, cujo conhecimento dá controle sobre energias naturais, e capacitam seu possuidor a dirigir estas energias para certos fins, do mesmo modo que o químico lida com a produção de compostos químicos. Tal conhecimento pode ser bastante útil para homens altamente evoluídos, e pode aumentar seu poder de servir a raça. Mas se este conhecimento fosse publicado ao mundo, poderia ser e seria mal empregado, assim como o conhecimento de venenos sutis foi mal empregado na Idade Média pelos Borgia e por outros. Passaria às mãos de pessoas de poderoso intelecto, mas de desejos descontrolados, homens movidos por instintos separativistas, procurando o lucro para seus eus separados e descuidados do bem comum. Eles seriam atraídos pela idéia de ganhar poderes que os colocariam acima do nível geral, e poriam a humanidade à sua mercê, e correriam para adquirir o conhecimento que exalta seus possuidores a uma posição super-humana. Com esta posse, eles se tornariam ainda mais egoístas e confirmados em sua separatividade, seu orgulho seria alimentado e seu senso de distanciamento intensificado, e assim eles inevitavelmente seriam levados pela estrada que leva ao diabolismo, a Senda da Mão Esquerda, cuja meta é o isolamento e não a união. E não só eles sofreriam em sua natureza interna, mas também se tornariam uma ameaça à Sociedade, que já sofre o suficiente nas mãos de homens cujo intelecto é mais evoluído que sua consciência. Disto emerge a necessidade de ocultar certos ensinamentos daqueles que, moralmente, ainda não estão prontos para recebê-los; e esta necessidade pesa sobre todo Instrutor capaz de transmitir este conhecimento.
Ele deseja dá-lo àqueles que usarão para o bem comum, para estimular a evolução humana, os poderes que o conhecimento confere; mas ele deseja igualmente não ter parte alguma no dá-lo àqueles que o usariam para seu próprio engrandecimento à custa dos outros.
Tampouco isso é um assunto teórico, de acordo com os Registros Ocultos, que dão detalhes dos eventos aludidos no Gênesis VI et seq. Este conhecimento, naqueles antigos dias e no continente de Atlantis, foi dado sem nenhum requisito rígido a respeito da elevação moral, pureza e altruísmo dos candidatos. Aqueles que eram intelectualmente qualificados eram ensinados, assim como aos homens são ensinadas as ciências comuns nos dias modernos. A publicidade que ora é exigida tão imperiosamente foi dada então, com o resultado de que os homens se tornaram gigantes em conhecimento mas também gigantes no mal, até que a Terra gemeu debaixo de seus opressores e o grito de uma humanidade arrasada ecoou através dos mundos.
Então sucedeu-se a destruição de Atlantis, o afundamento daquele vasto continente debaixo das águas do oceano, do que alguns detalhes são dados nas Escrituras Hebraicas através da história de Noé e o dilúvio, e, nas Escrituras Hindus, na história do Manu Vaivasvata.
Desde aquela experiência do perigo de permitir-se mãos impuras tocar no conhecimento que é poder, os grandes Instrutores impuseram rígidas condições sobre pureza, altruísmo e autocontrole para todos os candidatos àquela instrução. Eles terminantemente recusam transmitir conhecimento deste tipo a quem quer que seja que não se sujeite a uma rígida disciplina, planejada para eliminar a separatividade de sentimento e interesses. Eles avaliam a força moral do candidato ainda mais do que seu desenvolvimento intelectual, pois o próprio conhecimento desenvolverá o intelecto, enquanto ele coloca um freio sobre a natureza moral. É muito melhor que os Grandes sejam acusados pelo ignorante, por Seu suposto egoísmo em reter o conhecimento, do que Eles terem de precipitar o mundo em outra catástrofe Atlante.
Apresentamos muita teoria sobre a necessidade de um lado oculto em todas as religiões. Quando da teoria passamos aos fatos, naturalmente perguntamos: Este lado oculto existiu no passado, formando parte das religiões do mundo? A resposta deve ser uma imediata e convicta afirmativa; todas as grandes religiões têm alegado possuir um ensinamento oculto, e têm declarado que ele é o repositório do conhecimento místico - ou oculto - teórico, e ainda mais do prático. A explicação mística de ensino popular era pública, e a expunha como alegoria, dando a asserções e histórias cruas e irracionais um significado que o intelecto pudesse aceitar. Por trás deste misticismo teórico, assim como por trás do popular, existia além o misticismo prático, um ensino espiritual oculto, que só era concedido sob condições muito definidas, condições conhecidas e divulgadas, que deviam ser preenchidas por todos os candidatos. São Clemente de Alexandria menciona esta divisão dos Mistérios. Ele diz que depois da purificação “há os Mistérios Menores, que têm alguma base de instrução e de preparação preliminar para o que vem depois, e os Grandes Mistérios, através dos quais nada resta para aprender do universo, mas só para contemplar e compreender a natureza e as coisas” (Stromata, livro V, cap. XI. Ante-Nicene Christian Library (A.-N.C.L), vol. XII).
Esta posição não pode ser considerada controversa a respeito das antigas religiões. Os Mistérios do Egito eram a glória daquela terra antiga, e os mais nobres filhos da Grécia, como Platão, foram para Saís e para Tebas para serem iniciados pelos Instrutores de Sabedoria egípcios. Os Mistérios Mitraicos dos persas, os Mistérios Órficos e Báquicos e mais tarde os semiMistérios Eleusinos dos gregos, os Mistérios da Samotrácia, Cítia, Caldéia, de nome são familiares, senão pelo menos como frases feitas. Mesmo nas formas extremamente diluídas dos Mistérios Eleusinos, seu valor é mui altamente louvado pelos mais eminentes homens da Grécia, como Píndaro, Sófocles, Isócrates, Plutarco, e Platão. Eles eram considerados especialmente úteis com relação à existência pós-morte, e o iniciado aprendia aquilo que garantiria sua futura felicidade. Sopater alegou ainda que a Iniciação estabelecia uma afinidade da alma com a Natureza divina, e no exotérico Hino a Deméter são feitas referências veladas ao santo infante, Iacchus, e à sua morte e ressurreição, assim como eram apresentadas nos Mistérios (vide o artigo “Mistérios”, Encyclopaedia Britannica, 9ª ed. inglesa).
De Jâmblico, o grande teurgo dos séculos III e IV, muito pode ser aprendido sobre o objetivo dos Mistérios. Teurgia era magia, “a última parte da ciência sacerdotal” (Psellus, citado por T. Taylor em Iamblicus on the Mysteries, p.343, nota na p. 23, 2ª ed.) e era praticada nos Grandes Mistérios para evocar a aparição de Seres superiores. A teoria sobre onde se baseiam estes Mistérios pode ser apresentada brevemente da seguinte forma: Existe UM, antes de todos os seres, imóvel, habitando na solidão de Sua própria unidade.
D’AQUELE surge o Deus Supremo, o Auto-engendrado, a Bondade, a Fonte de todas as coisas, a Raiz, o Deus dos Deuses, a Causa Primordial, desdobrando-Se em Luz (Iamblicus, sic ante, p. 301). D’Ele brota o Mundo Inteligível, ou universo ideal, a Mente Universal, Nous, e os Deuses incorpóreos ou inteligíveis relacionados a ela. Dali surge a Alma Mundial, a que pertencem “as formas intelectuais divinas que existem junto dos corpos visíveis dos Deuses” (Ibid., p. 72). Então derivam várias hierarquias de seres super-humanos, Arcanjos Arcontes (Regentes) ou Cosmocratores, Anjos, Gênios [Daimons, no original – NT], etc. O Homem é um ser de ordem inferior, aliado àqueles em sua natureza, e capaz de conhecê-los; seu conhecimento era adquirido nos Mistérios, e conduzia á união com Deus (O artigo Mysteries da Enc. Britannica tem a seguinte continuação no ensinamento de Plotino [204-206 dC]: “O UM [o deus Supremo citado antes] é exaltado acima de nous e das idéias; transcende toda a existência e não é cognoscível pela razão. Permanecendo Ele mesmo em repouso, como que irradia de sua própria plenitude uma imagem de Si mesmo, chamada nous, e que constitui o sistema de idéias do mundo inteligível. A alma por sua vez é a imagem ou produto de nous, e a alma por seu movimento toma matéria corpórea. A alma deste modo olha para dois caminhos – para nous, de onde se origina, e para a vida material, que é seu próprio produto. O esforço ético consiste em repudiar o sensível; a existência material é em si um estranhamento em relação a Deus... Para atingir sua meta última, o próprio pensamento deve ser deixado para trás, pois o pensamento é uma forma de movimento, e o desejo da alma é pelo descanso imóvel que pertence ao UM. A união com a deidade transcendente não é tanto conhecimento ou visão, mas êxtase, coalescência, contato. O Neoplatonismo é assim antes de tudo um sistema de completo racionalismo; é pressuposto, em outras palavras, que a razão seja capaz de mapear todo o sistema das coisas.
Mas, porquanto Deus seja afirmado estar além da razão, o misticismo se torna de certo modo o necessário complemento do todo-abrangente racionalismo último. O sistema culmina em um ato místico”). Nos Mistérios estas doutrinas eram expostas, “a progressão do UM, e a regressão de todas as coisas para o UM, e a completa supremacia do UM” (Iamblichus, sic ante, p. 73), e, mais ainda, estes diferentes Seres eram evocados, e apareciam, algumas vezes para ensinar, algumas vezes, por Sua mera presença, para elevar e purificar.
“Os Deuses”, diz Jâmblico, “sendo benevolentes e propícios, concediam sua luz aos teurgos com abundância generosíssima, chamando as almas deles para cima, para si mesmos, buscando que se unissem a si mesmos, e acostumando-as, enquanto ainda estando em corpos, a ser separadas dos corpos, e ser levadas diretamente ao seu princípio eterno e inteligível” (Ibid., pp. 55-56). Pois “a alma, tendo uma vida dupla, uma em conjunção ao corpo, mas outra separada de todos os corpos” (Ibid., pp. 118-119), e “é muitíssimo necessário aprender a separá-la do corpo, para que ela possa unir-se aos Deuses por sua parte intelectual e divina, e aprender os genuínos princípios do conhecimento, e as verdades do mundo inteligível” (Iamblichus, pp. 118-119).
“A presença dos Deuses, em verdade, concede-nos saúde de corpo, virtude de alma, pureza de intelecto e, numa palavra, eleva tudo em nós até sua própria natureza. Ela (a presença dos Deuses) exibe o que não é corpo como corpo aos olhos da alma” (Ibid., pp. 95-100). Quando os Deuses aparecem, a alma recebe “uma liberação das paixões, uma perfeição transcendente, e uma energia inteiramente mais excelente, e participa do amor divino e de uma imensa alegria” (Ibid. p. 101). “Com isso ganhamos uma vida divina, e somos tornados em realidade divinos” (ibid., p. 330).
O ponto culminante dos Mistérios era quando o Iniciado se tornava um deus, seja pela união com um Ser divino fora de si, seja pela percepção do Eu divino em si. Isso era chamado êxtase, e era um estado que o Yogi indiano chamaria Samadhi, sendo posto em transe o corpo denso e a alma liberta efetuando sua própria união com o Grande Ser. Este “êxtase não é propriamente falando uma faculdade, é um estado da alma, que a transforma de tal modo que então ela percebe o que antes estava oculto de si. O estado não era permanente antes que nossa união com Deus fosse irrevogável; aqui, na vida terrena, o êxtase não passa de um instante... O homem pode cessar de ser homem, e passar a ser Deus; mas o homem não pode ser Deus e homem ao mesmo tempo”(G.R.S.Mead, Plotinus, p. 42-43). Plotino declara ter atingido este estado “somente três vezes”.
Também Proclo ensinou que a única salvação da alma era retornar à sua forma intelectual, e assim escapar do “ciclo de geração, das peregrinações multiplicadas”, e atingir o verdadeiro Ser, “a energia simples e uniforme do período de igualdade [sameness, no original – NT], em vez do movimento abundantemente errante do período em que é caracterizada pela diferença”.
Esta é a vida procurada pelos iniciados por Orfeu nos Mistérios de Baco e Prosérpina, e este é o resultado da prática das virtudes purificativas, ou catárticas (Iamblichus, p. 364, nota na p. 134).
Estas virtudes eram necessárias para os Grandes Mistérios, já que estavam relacionadas à purificação do corpo sutil, no qual a alma atuava quando fora do corpo denso. As virtudes políticas ou práticas pertenciam à vida comum dos homens, e era requerido que existissem em certo grau antes que ele pudesse ser candidato mesmo para uma Escola tal como a descrita antes. Então vinham as virtudes catárticas, pelas quais o corpo sutil, o das emoções e da mente inferior, era purificado; em terceiro lugar vinham as virtudes intelectuais, pertencendo ao Augoeides, ou a forma luminosa do intelecto; em quarto, as contemplativas, ou paradigmáticas, pelas quais era realizada a união com deus. Porfírio escreve: “Aquele que age de acordo com as virtudes práticas é um homem digno; mas o que age de acordo com as virtudes purificativas é um homem angélico, ou também um gênio [daimon, no original – NT] bom. Aquele que atua de acordo só com as virtudes intelectuais é um Deus; mas o que age de acordo com as virtudes paradigmáticas é o Pai dos Deuses” (G.R.S.Mead, Orpheus, pp. 285-286).
Também era dada muita instrução nos Mistérios pelas hierarquia angélica e outras, e de Pitágoras, o grande instrutor que foi iniciado na Índia, e que deu "o conhecimento das coisas que são” aos seus discípulos eleitos, é dito ter possuído um conhecimento tal de música que ele podia usá-la para controlar as mais selvagens paixões dos homens, e para iluminar suas mentes. São dados exemplos disto por Jâmblico em sua Vida de Pitágoras. Parece provável que o título de Teodidacto [“ensinado por Deus” - NT], dado a Amônio Saccas, o mestre de Plotino, se referia menos à sublimidade de seus ensinamentos do que á divina instrução por ele recebida nos Mistérios.
Alguns dos símbolos usados são explicados por Jâmblico (Iamblicus, p. 864, nota na p. 134) que diz para Porfírio remover de seu pensamento na imagem da coisa simbolizada e chegar em seu significado intelectual. Assim "lodo” significa tudo o que é corpóreo e material; o “Deus sentado sobre o lótus” significava que Deus transcendia tanto o lodo quanto o intelecto, simbolizado pelo lótus, e estava estabelecido em Si mesmo, estando sentado. Seu domínio sobre o mundo era figurado na expressão “navegando em um barco”, e assim por diante (Ibid., p. 205 et seq). Sobre este uso dos símbolos Proclo assinala que “o método Órfico almejava a revelação das coisas divinas por meio de símbolos, um método comum a todos os escritores sobre a sabedoria divina” (G.R.S. Mead, Orpheus, p. 59).
A Escola Pitagórica na Magna Grécia foi fechada no final do século VI aC, devido à perseguição do poder civil, mas outras comunidades existiam, preservando a tradição sagrada (Ibid., p. 30). Mead declara que Platão a intelectualizara a fim de protegê-la de uma crescente profanação, e os ritos Eleusinos preservaram algumas de suas formas, tendo perdido sua substância.
Os Neoplatônicos herdaram de Pitágoras e Platão, e seus trabalhos deveriam ser estudados por aqueles que percebiam algo da grandeza e beleza preservadas para o mundo nos Mistérios.
A Escola Pitagórica em si serve como um protótipo da disciplina aplicada.
Sobre isto Mead fornece muitos detalhes interessantes (G.R.S.Mead, Orpheus, p. 263 e 271) e assinala: “Os autores da antigüidade concordam que esta disciplina havia conseguido produzir os mais altos exemplos, não só da mais pura castidade e sentimento, mas também uma simplicidade de modos, uma delicadeza e um gosto por buscas sérias, que não tinha paralelo. Isto é admitido até mesmo pelos escritores Cristãos”. A Escola tinha discípulos externos, liderando a vida familiar e social, e a citação acima se refere a eles.
Na Escola interna havia três graus – o primeiro, dos Ouvintes, que estudavam por dois anos em silêncio, fazendo o melhor possível para dominar os ensinamentos; o segundo era dos Mathematici, onde era ensinada a geometria e a música, a natureza do número, da forma, da cor e do som; o terceiro grau era dos Physici, que dominavam a cosmogonia e a metafísica. Isto levava aos verdadeiros Mistérios. Os candidatos à Escola deveria ser “de uma reputação imaculada e de uma disposição tranqüila”.
A estreita identidade entre os métodos e objetivos seguidos nestes diversos Mistérios e aqueles do Yoga na Índia é patente até ao observador mais superficial. Não é, contudo, necessário supormos que as nações da antigüidade beberam na Índia; todas beberam de uma única fonte, a Grande Loja da Ásia Central, que enviava seus Iniciados a todas as terras. Todos eles ensinavam as mesmas doutrinas, seguiam os mesmos métodos, conduzindo aos mesmos fins. Mas havia muita intercomunicação entre os Iniciados de todas as nações, e havia uma linguagem comum e um simbolismo comum.
Deste modo Pitágoras esteve entre os Indianos, e recebeu na Índia uma alta Iniciação, e Apolônio de Tyana mais tarde seguir suas pegadas. Muito indianas em sua forma assim como em seu pensamento foram as palavras de Plotino no seu leito de morte: “Agora procuro levar de volta o Eu em mim ao Eu de tudo” (G.R.S.Mead, Plotinus).
Entre os Hinduístas o dever de ensinar o conhecimento supremo só ao digno era estritamente enfatizado. “O mais profundo mistério da culminação do conhecimento... não deve ser declarado a alguém que não seja um filho ou um discípulo, e a quem não é tranqüilo de mente” (Shvetâshvataropanishad, VI, 22). Novamente, depois de um resumo de Yoga, lemos: “Levantai! Despertai! Tendo encontrado os Grandes Seres, ouvi! O caminho é tão difícil de andar como se fora a fina lâmina de uma navalha. Assim diz o sábio” (Kathopanishad, III, 14). O Mestre é necessário, pois o ensinamento escrito sozinho não basta.
A “culminação do conhecimento” é conhecer a Deus – e não apenas acreditar; é se tornar uno com Deus – não somente adorá-lo à distância. O homem deve conhecer a realidade da Existência divina, e então conhecer – não apenas vagamente acreditar ou ter esperança – que seu Eu mais profundo é uno com Deus, e que o objetivo da vida é perceber [realise no original – pode ser entendido tanto como perceber como no sentido de realizar, levar a cabo – NT] esta unidade. A menos que a religião possa guiar um homem até esta realização, será somente “como um sino que toca ou um guizo que retine” (I Coríntios, VI, 17).
Também foi dito que o homem deveria aprender a deixar o corpo denso: “Que um homem a separe (a alma) com firmeza de seu próprio corpo, como o cerne do talo de capim de seu invólucro” (Kathopanishad, VI, 17). E foi escrito: “No mais elevado corpo dourado reside o Brahman imaculado, imutável; Ele é a radiosa, branca Luz das luzes, conhecida dos que conhecem o Eu” (Mundakopanishad, II, II, 9). “Quando o vidente vir o Criador dourado, o Senhor, o Espírito, cujo seio é Brahman, então, tendo arrojado de si mérito e demérito, imaculado, o sábio atinge a mais elevada união” (Ibid., III, I, 3).
Tampouco estavam os Hebreus desprovidos de seu conhecimento secreto e suas Escolas de Iniciação. A companhia dos profetas em Naioth, presidida por Samuel (I Samuel, XIX, 20) formava uma destas Escolas, e o ensinamento oral era transmitido por eles. Escolas similares existiam em Bethel e Jericó (II Reis, II, 2, 5) e na Concordância de Cruden (Verbete Escola) há a seguinte nota interessante: “As Escolas ou Colégios dos profetas são as primeiras (escolas) de que temos qualquer notícia na Escritura; onde os filhos dos profetas, isto é, seus discípulos, viviam nos exercícios de uma vida retirada e austera, em estudo e meditação, e na leitura da lei de Deus... Estas Escolas, ou Sociedades, dos profetas foram sucedidas pelas Sinagogas”. A Kabbala, que contém os ensinos semipúblicos, é, na forma que subsiste hoje, uma compilação moderna, parte da qual é trabalho do Rabbi Moisés de Leão, que morreu em 1305. Ela consiste de cinco livros, Bahir, Zohar, Sepher Sephiroth, Sepher Yetzirah, e Asch Metzareth, e é dito ter sido transmitida oralmente desde tempos muito antigos -– como antigüidade, é reconhecida historicamente. O Dr. Wynn Westcott diz que “a tradição Hebraica atribui às partes mais antigas do Zohar uma data que anteceda a construção do segundo Templo”; e é dito que o Rabbi Simeão ben Jochai colocou por escrito partes dele no primeiro século depois de Cristo. O Sepher Yetzirah é mencionado por Saadjah Gaon, que morreu em 940 dC, como sendo “muito antigo” (Dr. Wynn Westcott, Sepher Yetzirah, p. 9). Algumas partes do ensinamento oral foram incorporadas à Kabbala na forma em que ela se encontra hoje, mas a verdadeira sabedoria arcaica dos Hebreus permanece sob guarda de alguns poucos dos verdadeiros filhos de Israel.
Breve como é este esboço, é contudo suficiente para demonstrar a existência de um lado oculto nas religiões do mundo além do Cristianismo, e podemos agora examinar a questão de se o Cristianismo foi uma exceção a esta regra universal.