Meditação para expandir a consciência

Enviado por Estante Virtual em seg, 16/12/2013 - 00:40
O estudante poderia elevar sua consciência e contemplar as imensidões do universo; a imagem dos céus estrelados, a suave radiância do pôr-do-sol, ou o pensamento do cosmos incluso no átomo infinitesimalmente pequeno, o ajudarão nisso, e poderá, se assim quiser, usar o método de elevar-se através dos corpos descrito antes neste livro. Então direcione seus pensamentos na mais alta aspiração em direção ao Logos1 de nosso sistema e imagine todo o sistema como se contido nos limites de Sua consciência: 'nEle nós vivemos e nos movemos e temos nosso ser'. Ele pode então seguir a linha de pensamento desenvolvida pela Sra. Besant no panfleto intitulado Sobre os Temperamentos; a saber, que ainda que possamos naturalmente pensar nos membros excelsos da Hierarquia como estando mui distantes de nós e quase além do alcance da nossa débil aspiração devido ao seu distanciamento dos interesses humanos mesquinhos, o inverso é que é a verdade, e nós estamos literalmente no mais íntimo contato com a consciência todo-abrangente do Logos. O estudante pode achar útil pensar sobre o aumento progressivo da aura à medida que o desenvolvimento espiritual é obtido; na do homem normal, na dos discípulos e iniciados, na aura do Mestre e na estreita relação de consciência entre o Mestre e seus discípulos e outros a quem está ajudando, na aura do Senhor Buda que de acordo com a tradição se estendia por quase três quilômetros em torno de Sua Pessoa, e então alçando-se em pensamento poderia conceber um ser cuja aura ou campo de consciência abrangesse a totalidade de nosso planeta, e nAquele que assim abraça todo o sistema a que pertencemos. Literalmente é verdadeiro que cada ação, cada sentimento e cada pensamento a que damos expressão são parte dEle; melhor, que nossa própria memória é parte de Sua memória, pois não é toda a recordação apenas o poder de tocar os registros akáshicos da natureza, que é só uma expressão de Si Mesmo? 
 
O estudante pode então passar a pensar em algumas daquelas qualidades que ele pode associar com a manifestação de Deus em Seu mundo; tomemos a justiça e a beleza e o amor; que a justiça do Supremo se revele nas invariáveis leis da natureza, na lei da conservação da energia, a fórmula de Newton que diz que ação e reação são equivalentes e opostas, na lei da retribuição kármica que dá a cada homem a justa paga por seus feitos. Que pense no que a fé no karma realmente implica: a mão que desfere um golpe terrível é o seu próprio passado redivivo; e com tais reflexões possa contentar-se com o que quer que suceda ou não a ele. Que pense ainda nas inumeráveis relações sob esta lei estreitadas entre um homem e outro, o desdobrar do plano de Deus no universo, e veja nestas complexas relações a imutável lei da justiça perfeita. 
 
Passando adiante para o aspecto da beleza ele pode estudar o extraordinário plano do Grande Arquiteto e Grande Geômetra do universo, e olhando com atenção mais fina para cada criatura da natureza possa perceber a universalidade daquele aspecto do Supremo que se expressa pela beleza ou harmonia. Passando da beleza natural para aquela criada pelo homem ele pode voar alto nas asas da imaginação e contemplar as obras-primas da arte humana que se beiram o território da divindade, porque em plena verdade os materiais nas mãos do artista são os poderes divinos da natureza. Assim, na música, as poderosas estruturas sonoras refletem em muitos aspectos aquelas forças arquetípicas da natureza que emanam das resplandecentes hostes dos Gandharvas2, revelando ao homem o poder do Verbo oculto e elevando-o para cima de volta ao reino de sua herança divina. 
 
E no amor compassivo do Supremo todas as relações humanas de ternura e amor têm sua origem. Ao olho do espírito a beleza da mulher não dá margem ao desejo carnal, mas é antes uma razão para que ela seja respeitada como uma criança de Deus e uma manifestação de Sua beleza suprema. Há somente um amor disseminado por todo o universo, dado pelo Divino Pai à custódia de Suas criaturas; é a única força primal que em seus aspectos criativos elementares produz a multiplicidade das formas e em seu aspecto mais elevado reúne as almas em direção à unidade na Vida Una.
 

  1. Logos: a Divindade manifesta. N. do Trad.
  2. Gandharvas: os músicos celestes. - N. do Trad.

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