O Zoar e o rabino Shimom

Enviado por Estante Virtual em sex, 23/11/2012 - 19:31

A maior, dentre as obras cabalísticas dos hebreus - o Zohar, - foi compilada pelo Rabino Shimon bem Yohai. De acordo com alguns críticos, esse trabalho foi feito alguns anos antes da era cristã; segundo outros, só após a destruição do templo. Todavia, ele só foi completado pelo filho de Shimon, o Rabino Eleazar, e por seu secretário, o Rabino Abba, pois a obra é tão imensa e os assuntos nela tratados são tão abstrusos, que nem mesmo a vida inteira desse Rabino, chamado o Príncipe dos cabalistas, seria suficiente para essa tarefa. Devido ao fato de se saber que ele possuía esse conhecimento, como o da Merkabah, que lhe assegurou o recebimento da “Palavra”, sua vida foi posta em perigo e ele teve de fugir para o deserto, onde viveu numa caverna durante doze anos, cercado por discípulos fiéis, até a sua morte assinalada por sinais e maravilhas.

Na venerável seita dos tannaim, os homens sábios, houve aqueles que ensinaram, na prática, os segredos e iniciaram alguns discípulos no grande mistério final. Mas o Mishnah Hagîgâh, segunda seção, diz que o conteúdo da Merkabah “só deve ser confiado aos sábios anciães”. A Gemara [do Hagîgâh] é ainda mais dogmática. “Os segredos mais importantes dos mistérios não eram revelados a todos os sacerdotes. Só os iniciados os recebiam”. E vemos então que o mesmo grande sigilo prevalecia em toda religião antiga.

Como vemos, nem o Zohar nem qualquer outro tratado cabalístico contém doutrina puramente judaica a própria, sendo um resultado de milênios de pensamentos, é patrimônio comum dos adeptos de todas as nações que viram o Sol. Não obstante, o Zohar ensina mais ocultismo prático do que qualquer outra obra sobre esse assunto; não como ele foi traduzido e comentado por vários críticos, mas com os sinais secretos de suas margens. Esses sinais contem as instruções ocultas necessárias às interpretações metafísicas e aos absurdos aparentes em que acreditou tão completamente Josefo, que nunca foi iniciado e que expôs a letra morta tal como a recebera.

A verdadeira magia prática contida no Zohar e em outras obras cabalísticas só deve ser utilizada por aqueles que as podem ler interiormente. Os apóstolos cristãos - pelo menos aqueles que operavam "milagres" (*) à vontade - deviam estar inteirados desta ciência.

São João alude claramente à poderosa "cornalina branca" - uma gema bastante conhecida pelos adeptos como "alba petra" ou pedra da iniciação, sobre a qual se gravava quase sempre a palavra "prêmio" e que era dada ao candidato que vencia com sucesso as provas preliminares por que um neófito deveria passar. O fato é que nada menos do que o Livro de Jó, bem como o Apocalipse, é simplesmente uma narrativa alegórica dos mistérios e da iniciação ali de um candidato, que é o próprio João. Nenhum maçom de grau superior, versado nos diferentes graus, o compreenderá de maneira diferente. Os números sete, doze e outros são outras tantas luzes lançadas sobre a obscuridade da obra. Paracelso afirmava a mesma coisa alguns séculos atrás. E quando vemos "o semelhante ao Filho de um homem" dizer (Apocalipse II, 17): "ao vencedor darei de comer o maná oculto e uma PEDRA BRANCA com um novo nome escrito" - a palavra - "que não conhece senão quem o recebe", qual Mestre maçom titubeará em reconhecer essas palavras "JAH-BUH-LUN".

 

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