Prâna ou Vitalidade

Submitted by Estante Virtual on Mon, 12/12/2011 - 16:14

(Ver os diagramas I, II, III, IV, V)

Os ocultistas sabem que existem pelo menos três forças independentes e distintas, emanadas do Sol, que chegam ao nosso planeta.

Podem existir outras em número infinito — ao que ninguém se opõe no estado atual dos nossos conhecimentos — porém, estamos bem certos de três, a saber:

  1. Fohat ou eletricidade:
  2. Prâna ou Vitalidade.
  3. Kundalini ou fogo serpentino.

Sob o nome de Fohat estão incluidas todas as energias físicas, conhecidas e conversíveis entre si, como a eletricidade, o magnetismo, a luz, o calor, o som, a afinidade química, o movimento, etc.

Prâna ou Vitalidade é uma força vital cuja existência não foi ainda oficialmente reconhecida pelos cientistas ortodoxos do Ocidente, embora alguns suspeitem de sua realidade.

Kundalini, ou fogo serpentino, é conhecido apenas de poucas pessoas; a ciência ortodoxa ocidental ignora-o completamente.

Diagrama 1 - Forças Solares

 

Cada uma destas forças se manifesta em todos os planos do sistema solar. Estas três forças permanecem distintas e nenhuma delas, em nosso plano, pode se transformar em outra. Este é um fato muito importante, que não deve ser esquecido pelo estudante.

Demais, estas três forças nada têm de comum com as Três Grandes Efusões. Estas representam esforços especiais da Divindade Solar, enquanto Fohat, Prâna e Kundalini parecem antes resultar de Sua vida e representar Suas qualidades manifestadas sem esforço visível.

Prâna é palavra sânscrita, derivada de pra (para fora) e de an (respirar, mover-se, viver). Assim pra-an, Prâna, significa soprar; sopro de vida ou energia vital são os equivalentes portugueses mais aproximados do termo sânscrito.

Como para os pensadores hindus não há senão uma única Vida, uma só Consciência, designou-se por Prâna o Eu Supremo, a energia do Único, a Vida do Logos.

Por conseguinte, a vida em cada plano pode se denominar o Prâna deste plano, sendo Prâna o sopro vital de cada ser.

"Eu sou Prâna... Prâna é vida", diz Indra, o grande Deva, Chefe da hierarquia vital no mundo inferior.

Prâna significa, evidentemente, aqui, a totalidade das forças vitais.

No tratado Mundakopanishad se diz que de Brahman, o Único, procede Prâna ou a Vida. Prâna é também definido como Atma em sua atividade centrífuga: "Do Atma nasceu Prâna" (Prashnopanissad). Prâna, diz-nos Shankara, é Kriyâshakti — shakti da ação e não a do saber.

Prâna está colocado entre os sete Elementos, que correspondem às sete regiões do universo, aos sete invólucros de Brahman, etc., a saber: Prâna, Manas, Éter, Fogo, Ar, Água e Terra.

Os hebreus mencionam o "sopro da Vida" (Ne-phesh) insuflado nas narinas de Adão. Entretanto, o Nephesh não é propriamente o Prâna isolado, porém combinado com o princípio Kama. Ambos reunidos formam a "centelha vital", que é "o sopro da vida no homem, nos animais ou insetos; o sopro da existência física e material".

Traduzido em termos mais ocidentais, Prâna, no plano físico, é a vitalidade, a energia integrante que coordena as moléculas e células físicas e as reúne num organismo definido; é o "Sopro da Vida" no organismo, ou antes, a porção do Sopro da vida universal, de que organismo humano se apropria durante o breve período de tempo que denominamos "Vida".

Sem a presença de Prâna, não poderia existir corpo físico formando um todo completo, agindo como uma só entidade; sem Prâna, o corpo seria, quando muito, um agregado de células independentes.

Prâna as reúne e as associa num todo único e complexo, percorrendo as ramificações e malhas da tela vital, cintilante e dourada, de finura inconcebível, beleza delicada, constituida por um só fio de matéria búdica, por um prolongamento do Sutratma e nas malhas do qual vêm se justapôr os átomos mais grosseiros.

Prâna é absorvido por todos os organismos vivos; uma determinada quantidade de Prâna é necessária para a sua existência; não é, pois, de maneira alguma, um produto da vida; pelo contrário, o animal vivo, a planta, etc., é que são seus produtos. Se existir em excesso no sistema nervoso, podem sobrevir a doença e a morte; se for escasso, o esgotamento e, finalmente, a morte são a consequência.

H. P. Blavatsky compara Prâna, energia ativa produzindo todos os fenómenos vitais, ao oxigénio, o produtor da combustão e o agente químico ativo em toda a vida orgânica.

Ela compara também o duplo etérico, veículo inerte da vida, ao azoto, gás inerte existente no ar, que, misturado ao oxigénio, tem por função adaptá-lo à respiração dos animais, e que faz parte da composição das proteínas.

A crença popular do gato possuir "sete fôlegos" é devida a ter ele quantidade extraordinária de Prâna; o mesmo fato parece ter valido a este animal, no Egito, atributos sagrados.

No plano físico, este Prâna, esta força vital, constrói todos os minerais. É ele que provoca a diferenciação e a formação dos diversos tecidos dos corpos das plantas, dos animais e dos homens. Estes tecidos revelam sua presença por seu poder de responder às excitações exteriores.

A associação do Prâna astral e do Prâna físico cria a matéria nervosa que é, fundamentalmente, a célula, e confere a faculdade de sentir o prazer e o sofrimento.

Pelo efeito do pensamento, as células estendem-se em fibras, e o prâna, cujas pulsações recebem o influxo dessas fibras, é composto de prâna físico, astral e mental.

Nos átomos do plano físico, o prâna segue as espirilas. Durante a primeira Ronda de nossa cadeia terrestre, o primeiro grupo de espirilas dos átomos físicos entra assim em atividade, sob a influência da Vida monádica, que verte da Tríada espiritual. É por este grupo de espirilas que fluem as correntes prânicas — "sopros de vida" — que agem sobre a parte densa do corpo físico. Na segunda Ronda, o segundo grupo de espirilas entra em atividade e torna-se o campo de ação das correntes prânicas que agem sobre o duplo etérico. Durante estas duas Rondas não há ainda nada — quanto às formas, que se possa chamar sensações de prazer ou de dor. Na terceira Ronda, o terceiro grupo de espirilas entra em atividade, e é somente neste momento que aparece o que compreendemos por sensações. É por intermédio destas espirilas que a energia kâmica, ou energia dos desejos, pode afetar o corpo físico, e que o prâna kâmico pode circular e colocar assim o corpo físico em comunicação direta com o astral. Durante a quarta Ronda, desperta-se o quarto grupo de espirilas, e o prâna kâma-manásico circula livremente, preparando-as para o uso que delas será feito na construção do cérebro físico, o qual mais tarde se tornará o instrumento do pensamento.

Eis até onde progrediu a humanidade normal.

Certas práticas de Ioga (cujo emprego exige muita prudência, pois elas poderiam ocasionar lesões no cérebro), provocam o desenvolvimento dos quinto e sexto grupo de espirilas, que servem de canais a formas mais elevadas de consciência.

É preciso não confundir as sete espirilas do átomo com os "verticilos", em número de dez, dos quais três grosseiros e sete mais delicados. Nos três primeiros circulam correntes das diversas electricidades, enquanto que os sete seguintes correspondem a ondas etéricas de todo gênero — som, luz, calor, etc.

A Doutrina Secreta fala de Prâna como vidas "invisíveis" e "ígneas" que fornecem aos micróbios "a energia vital construtora" e lhes permitem também construir células físicas. Quanto às dimensões, a menor bactéria está para uma "vida ígnea" como um elefante para o microscópico infusório. "Toda coisa visível neste universo foi construida por estas vidas, desde o homem primordial, consciente e divino, até os agentes inconscientes que constróem a matéria".

"Pela manifestação de prâna, o espírito que é mudo aparece como o falador".

Assim, toda vitalidade construtora, no universo e no homem, resume-se em prâna.

Um átomo é também uma "Vida"; sua consciência é a consciência do Terceiro Logos. Um micróbio é uma "Vida", e sua consciência é a consciência do Segundo Logos, adaptada e modificada pêlos Logos planetário e "o espírito da terra".

A Doutrina Secreta fala também de um "dogma fundamental" de ciência oculta: "O Sol, diz ela, é o reservatório da Força Vital; do Sol emanam as correntes vitais que vibram através dos organismo de todo ser vivo neste mundo".

Eis como se exprimia Paracelso sobre Prâna: "Todo microcosmo está potencialmente contido no Liquor Vitae, fluido nervoso... no qual se encotram a natureza, a quantidade, o caráter e a essência de todos os seres".

Paracelso dava-lhe também o nome de Arqueu.

O Dr. B. Richardson, membro de Sociedade Real, chamava-o "o éter nervoso".

As folhas de salgueiro de Nasmyth, são os reservatórios de energia vital solar. O verdadeiro sol está escondido atrás do sol visível e gera o fluido vital que circula através de todo o nosso sistema no decurso de um ciclo de dez anos.

O ariano dos tempos antigos cantava que Surya, "ocultando-se atrás de seu Iogue, cobre-lhe a cabeça para que ninguém o veja".

A vestimenta dos ascetas hindus, de côr amarela avermelhada com partes róseas, representa o prâna no sangue humano; é o símbolo do princípio vital contido no sol, ou o que hoje chamamos a cromosfera, a região "côr de rosa".

Os próprios centros nervosos são naturalmente nutridos pelo "veículo do alimento" ou o corpo denso, mas prâna é a energia soberana que torna esse veículo obediente e o modela, como o exige o Eu, cuja sede é a inteligência superior.

É importante notar que, apesar da presença dos nervos no corpo físico, não é este que possuí a faculdade de sentir.

Como veículo, o corpo físico não sente; é simples receptor de impressões. O corpo exterior recebe o impacto, porém! não é em suas células que reside a faculdade de sentir o prazer ou o sofrimento, salvo de maneira muito vaga, amortecida e "maciça", despertando sensações vagas e difusas, como, por exemplo, a da fadiga geral.

Os contatos físicos são transmitidos pelo prâna ao interior; são agudos, penetrantes, picantes, específicos, muito diferentes das sensações lerdas e difusas derivadas das próprias células.

É, pois, invariavelmente, o prâna que dá aos órgãos físicos a atividade sensorial, e que transmite as vibrações externas aos centros sensórios situados no kâma, na bainha, imediatamente vizinha à do prâna, o Manomayakosha. É graças ao duplo etérico que o prâna segue os nervos do corpo e permite-lhes, assim, agir como transmissores, não somente dos impactos exteriores, como da energia motora proveniente do interior.

É a circulação das correntes vitais prânicas nos duplos etéricos dos minerais, dos vegetais e dos animais, que faz sair, de seu estado latente, a matéria astral que participa da estrutura de seus elementos atômicos e moleculares, e produz, assim, um "estremecimento". Este permite que a Mônada da forma se aproprie dos materiais astrais; enfim, destes últimos os espíritos da natureza constituem u'a massa vaporosa, o futuro corpo astral.

No mineral, a matéria astral associada ao átomo astral permanente é tão pouco ativa e a consciência aí está tão profundamente adormecida, que não há atividade perceptível entre o astral e o físico.

Nos vegetais superiores parece existir vaga sensação interna do sistema nervoso, porém o desenvolvimento deste é tão pequeno, que apenas lhe permite funções rudimentares.

Nos animais, a consciência astral muito mais desenvolvida afeta os duplos etéricos e, por estas vibrações etéricas, o sistema nervoso, vagamente esboçado nas plantas, é estimulado.

Assim, os impulsos engendrados pela consciência — que quer passar por experiências — dão nascimento a vibrações astrais, e estas, por sua vez, produzem vibrações na matéria etérica. O impulso provém da consciência, mas como esta ainda é incapaz de empreender a construção do sistema nervoso, esse trabalho é começado pêlos espíritos de natureza etérica, sob a direção dos Seres luminosos do terceiro reino elemental e a do Logos trabalhando através da Alma-grupo.

Em primeiro lugar, aparece no corpo astral um centro que tem por função receber e responder às vibrações que passam ao duplo etérico, onde dão nascimento a turbilhões etéricos, que atraem parcelas de matéria física mais densa e acabam por formar uma célula nervosa, e enfim, grupos de células.

Estes centros físicos, ao receber vibrações do mundo exterior, reenviam os impulsos aos centros astrais, aumentando assim suas vibrações. Os centros físicos e astrais agem e reagem, pois, uns sobre os outros; cada um deles se torna assim mais complexo e aumenta o âmbito de sua utilidade.

Destas células nervosas se constitui o sistema simpático, pêlos impulsos emanados do mundo astral, como vimos; mais tarde, o sistema cérebro espinal será formado pêlos impulsos provenientes do mundo mental.

O sistema simpático permanece sempre ligado diretamente aos centros astrais, mas é importante assinalar que estes centros nada têm de comum com os chakras ou rodas astrais. São simplesmente agregados contidos nos invólucros astrais e que formam os começos dos núcleos destinados a construir os órgãos no corpo físico.

Os chakras astrais são formados muito mais tarde.

Destes núcleos (que não são os chakras) se formam dez órgãos físicos: cinco têm por função receber impressões do mundo externo — em sânscrito Jnânendriyas, literalmente, os "sentidos do conhecimento" — isto é, centros sensórios no cérebro, que estão ligados aos olhos, ouvidos, língua, nariz e pele; e cinco outros para transmitir as vibrações da consciência ao mundo externo — os Karmendriyas, ou os sentidos da ação, ou "centros sensórios" que engendram a ação; os centros motores no cérebro, que estão ligados aos órgãos sensórios das mãos, pés, laringe, órgãos da geração e de excreção.

O estudante deve observar com atenção que o prâna que segue os nervos é inteiramente indepente e distinto do chamado magnetismo do homem, ou fluido nervoso, pois este nasce no próprio corpo.

Este fluido nervoso ou magnestismo mantém a circulação de matéria etérica pelas ramificações nervosas ou, mais exatamente, pelo envoltório de éter que cerca os nervos; esta circulação parece-se muito com a do sangue nas veias.

Assim como o sangue conduz o oxigénio, o fluido nervoso transporta o prâna para todo o corpo.

Além disso, se as partículas do corpo físico denso se reformam constantemente e são substituidas por outras, fornecidas pêlos alimentos, água e ar, da mesma forma as partículas do duplo etérico mudam-se continuamente e são substituidas por partículas novas, introduzidas no corpo com os alimentos ingeridos e o ar respirado, e com o prâna, sob a forma denominada glóbulo da vitalidade, como passamos a explicar.

Prâna ou vitalidade existe em todos os planos — físico, astral, mental, etc. Prâna, a Vida Única, é "o cubo ao qual estão presos os sete raios da roda universal" (Hino a Prâna, Atharva Veda, XI, 4). Porém, aqui vamos nos ocupar apenas de sua aparência e métodos de operação no plano inferior, o físico.

Deve também notar-se que no plano físico o prâna é também sétuplo, isto é, existem sete variedades de prâna.

Já vimos que o prâna é absolutamente independente e distinto da luz, do calor. Todavia, sua manifestação no plano físico parece depender da luz solar: quando esta é abundante, o prâna também o é; quando ela está ausente, o prâna igualmente o está.

O Glóbulo de Vitalidade

 

O prâna que emana do sol penetra em alguns dos átomos físicos últimos, que flutuam, inumeráveis, na atmosfera terrestre. Esta força prânica, já o dissemos, "penetra" no átomo físico, porém não o faz por fora; ela provém de uma dimensão superior, a quarta; para o clarividente ela dá a impressão de brotar do interior do átomo.

Assim, duas forças penetram no átomo pelo interior:

  1. A força de Vontade do Logos, que mantém a forma própria do átomo;
  2. A força prânica.

É importante notar que o prâna provém do Segundo Aspecto da Divindade Solar, enquanto que a força de vontade emana do Terceiro Aspecto.

O efeito do prâna sobre os átomos difere inteiramente dos da eletricidade, da luz, do calor ou de outras expressões de Fohat.

O Glóbulo de Vitalidade
 

A eletricidade, ao fazer irrupção nos átomos, desvia-os e os mantém de certa maneira; ela impõe-lhes, igualmente, determinada velocidade vibratória. Toda variedade de Fohat, como a eletricidade, a luz, ou o calor, determina a oscilação de todo átomo.

O Glóbulo de Vitalidade
 

 

A Força de Vitalidade aumenta a vida do átomo e dota-o de poder atratívo.

A amplitude dessa oscilação é enorme, comparada com o tamanho do átomo em si; é preciso compreender que estas forças agem de fora, sobre o átomo.

Os estudantes de ocultismo conhecem a forma e a estrutura do átomo físico último, a menor das partículas materiais constitutivas do plano físico, cujas combinações determinam outras diversas, que chamamos sólidos, líquidos, gases, etc.

Por isso, nos diagramas deste livro, estes átomos físicos últimos aparecem apenas em esboço.

A energia prânica emanada do Sol penetra em certos átomos de nossa atmosfera e torna-os luminosos.

Tais átomos, dotados dessa vida adicional, possuem uma sêxtupla potência de atração, incorporando imediatamente seis outros átomos ao seu redor.

Ficam dispostos de forma particular, que dá lugar, segundo a expressão da Química Oculta, a um hiper--metaprotoelemento, ou combinação de matéria no subplano subatômico.

Esta combinação, no entanto, difere de todas as observadas até aqui, pois a força que a cria e mantém provém do Segundo Aspecto da Divindade Solar e não do Terceiro.

Esta forma é denominada Glóbulo de Vitalidade, e está representada no diagrama V, ampliação de uma figura da Química Oculta.

Este pequeno grupo é a pérola excessivamente brilhante sobre a serpente masculina ou positiva do elemento químico oxigénio; forma também o coração do globo central no rádio.

Em virtude de seu brilho e de sua extrema atividade, podem esses glóbulos ser vistos difundidos na atmosfera, por qualquer pessoa que se dê ao trabalho de olhar. Seu número é imenso, sobretudo em dias ensolarados.

O Glóbulo de Vitalidade

A melhor maneira de discerni-los é desviar o olhar do sol e fixar o foco visual a alguns pés de distância, num fundo livre de céu.

O glóbulo é brilhante, porém quase incolor e é comparável à luz branca.

Já fizemos observar que a força vivificante desses glóbulos é inteiramente diferente da luz; não obstante, parece que não pode se manifestar sem ela.

Quando o Sol brilha, a vitalidade brota e se renova sem cessar, e os glóbulos são gerados em quantidades incríveis. Ao passo que em tempo nublado se nota grande diminuição no número dos glóbulos formados, e durante a noite a operação parece estar inteiramente suspensa.

Assim, pode-se dizer que durante a noite vivemos do estoque gerado na vigília e, embora o esgotamento completo desse estoque pareça praticamente impossível, há diminuição evidente do mesmo numa longa sucessão de dias nublados.

Naturalmente, é ao elemental físico que cabe a tarefa de defender o corpo e de assimilar a vitalidade, como veremos detalhadamente no próximo capítulo. Enquanto o corpo físico está acordado, os nervos e músculos mantêm-se tensos, prontos a funcionar instantaneamente; quando está adormecido, o elemental permite que os nervos e músculos se relaxem, e ocupa-se especialmente em assimilar a vitalidade. Isto explica a influência poderosamente restauradora do sono, mesmo quando breve.

O trabalho do elemental é mais proveitoso nas primeiras horas da noite, quando a vitalidade é abundante.

No ciclo cotidiano, esta mingua mais entre meia noite e o levantar do sol; é por isto que tantos agonizantes expiram neste intervalo; daí, também, o ditado: do: "Uma hora de sono antes da meia noite vale por duas depois." No inverno, o prâna é menos abundante do que no verão.

Por outro lado, como o prâna está difundido não somente no plano físico, mas em todos os demais, a emoção, a inteligência, a espiritualidade estarão no seu ápice sob um céu puro, quando a luz solar lhes dá sua assistência inestimável. Podemos mesmo acrescentar que as cores do prâna etérico correspondem, até certo ponto, às tonalidades existentes no nível astral.

É por isto que os bons sentimentos e os pensamentos retos reagem sobre o corpo físico e o ajudam a assimilar o prâna, e assim a conservar-se sadio e vigoroso.

Uma viva luz parece, pois, projetar-se aqui, sobre às relações estreitas que unem, por um lado, a saúde espiritual, mental e emocional, e por outro, a saúde do corpo físico. Lembremo-nos das bem conhecidas palavras de Nosso Senhor, o Buda, de que o primeiro passo no caminho do Nirvana é uma saúde física perfeita.

Depois de carregado, o glóbulo de vitalidade torna-se um elemento subatômico e não parece sujeito a nenhuma diminuição ou modificação, enquanto não for absorvido por algum ser vivo.

Antes de abordar o estudo de um assunto extremamente interessante e importante, como o da absorção do prâna no corpo físico, é preciso primeiro estudar, no duplo etérico, o mecanismo que torna possível essa absorção.

 

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