Magnetização de Objetos

Enviado por Estante Virtual em seg, 12/12/2011 - 18:35

O magnetismo ou fluido vital do homem pode servir não só para mesmerizar ou curar seus semelhantes, como para impregnar de maneira análoga os objetos físicos.

De fato, todo objeto em contato imediato com um indivíduo absorve o magnetismo deste último e, por conseguinte, tende a despertar, na pessoa que o usa, os mesmos sentimentos ou os mesmos pensamentos de que está impregnado.

Isto explica naturalmente, pelo menos em parte, a ação dos talismãs, dos "amuletos" e das relíquias, como também os sentimentos de devoção e religioso respeito, que às vezes emanam literalmente das paredes das velhas igrejas e catedrais, em que cada pedra, verdadeiro talismã cumulado de veneração e de piedade do construtor, foi consagrado pelo bispo e reforçado pelas formas-pensamentos devocionais de sucessivas gerações durante milhares de anos.

O processo jamais se interrompe, embora poucas pessoas sejam conscientes disto. Assim, por exemplo, os alimentos tendem a absorver o magnetismo das pessoas que o manipulam ou deles se aproximam. Daí o verdadeiro motivo das regras severas observadas pelos hindus, que evitam comer em presença de pessoas pertencentes a uma casta inferior, ou nada consomem que tenha sofrido o magnetismo da mesma.

Para o ocultista, a pureza magnética é tão importante quanto a limpeza física. Alimentos como o pão e as massas são particularmente suscetíveis de absorver o magnetismo da pessoa que os prepara, pois é pelas mãos que o magnetismo se escoa com maior intensidade.

Felizmente a ação do fogo, na cocção, suprime a maior parte das variedades de magnetismo físico.

Certos estudantes de ocultismo, a fim de impedir, tanto quanto possível, qualquer mistura magnética, procuram servir-se à mesa exclusivamente de seus próprios utensílios, e não permitem, também, que pessoa alguma lhes corte o cabelo sem que seu magnetismo tenha recebido sua aprovação.

A cabeça é naturalmente a região do corpo em que o magnetismo de outrem exerceria a pior influência.

Os livros, sobretudo os de bibliotecas públicas, tendem a impregnar-se de todas as espécies de magnetismos.

As pedras preciosas, que representam o que o reino mineral produziu de mais perfeito, são muito suscetíveis de receber e reter impressões.

Muitas jóias estão saturadas de sentimentos de invejas e de cobiça, principalmente algumas célebres jóias históricas, que estão impregnadas de emanações físicas e outras associadas com crimes perpetrados para adquiri-las. Tais jóias conservam estas impressões durante milhares de anos, de sorte que os psicometristas podem vê-las enredadas em quadros de indizível horror.

Por este motivo muitos ocultistas desaconselham, regra geral, o uso de jóias.

Por outro lado, as jóias podem ser reservatórios de influências boas e desejáveis. Assim, as jóias gnósticas, empregadas há dois mil anos nas cerimónias iniciáticas, conservam, até hoje, sua poderosa eficácia magnética. Alguns escaravelhos egípcios também a conservam, embora sejam muito mais antigos que as jóias gnósticas.

O dinheiro — em moeda ou em notas — está frequentemente carregado de magnetismo extremamente desagradável. E não somente está carregado de todas as espécies de magnetismo, mas, além disso, está impregnado dos pensamentos e sentimentos das pessoas que o manusearam.

A pertubação e a irritação que derivam disso, para os corpos astral e mental, foram comparadas aos efeitos produzidos pelo bombardeamento das emanações de rádio sobre o corpo físico.

As moedas de cobre e de bronze, assim como as notas velhas e sujas, apresentam os maiores inconvenientes. O niquel conserva as influêncas perniciosas menos que o cobre; a prata e o ouro, ainda menos.

Citemos ainda as roupas de cama, como exemplo da maneira pela qual os objetos físicos absorvem e espalham influências magnéticas. Muitas pessoas têm observado que, frequentemente, os sonhos penosos tinham por causa a utilização de travesseiro que fora usado por pessoa pouco recomendável. Se se usar lã, seja como cobertor, seja como roupa, nunca deixá-la em contato imediato com a pele, pois a lã é saturada de influências animais.

Para preparar metodicamente um talismã, é preciso, em primeiro lugar, limpar todo o objeto de sua atual matéria etérica, fazendo-o atravessar uma película de matéria etérica especialmente criada por um esforço de vontade. Com o desaparecimento da antiga matéria ou magnetismo, o éter ordinário da atmosfera ambiente toma o seu lugar, pois existe uma pressão etérica que corresponde à pressão atmosférica, porém infinitamente mais poderosa.

Age-se semelhantemente com as matérias astral e mental; o objeto torna-se então, por assim dizer, uma folha branca sobre a qual se pode escrever o que se quiser. O operador, então, colocando sua mão direita sobre o objeto, carrega-o das qualidades especiais que deseja comunicar ao talismã. Um ocultista experimentado pode fazer isto tudo quase instantaneamente, por um poderoso esforço de vontade; outros necessitarão de muito mais tempo.

O processo anterior prepara um talismã do tipo geral. Talismã adaptado é o especialmente carregado para atender às necessidades de um indivíduo particular; é uma espécie de receita individual ao invés de um tónico geral. Talismã com alma é o destinado a conservar-se como fonte de radiação durante séculos.

Destes últimos há duas variedades. Numa se coloca no talismã um fragmento de um mineral superior, o qual emite uma corrente continua de partículas carregadas com a força acumulada no talismã. O trabalho de distribuição é feito pelo mineral, que desta maneira economiza a força.

Na segunda variedade se dispõem os ingredientes de maneira que servem como de meio de manifestação para uma certa categoria de espíritos da natureza sem desenvolvimento, os quais proporcionam a energia necessária para irradiar a influência. Tais talismãs podem durar milhares de anos, com intenso prazer para os espíritos da natureza e grande benefício para aqueles que se aproximarem do centro magnetizado.

Talismã vinculado é o magnetizado de maneira a pô-lo e mantê-lo em estreita ligação com quem o preparou, a fim de que se converta numa espécie de pôs-to avançado de sua consciência.

Graças a este vínculo, o usuário do talismã pode enviar um pedido de ajuda ao seu preparador, ou este pode emitir-lhe uma corrente de influência por meio do mesmo talismã. Este tipo de talismã facilitaria o que a Ciência Cristã chama "tratamento à distância".

Em casos raros se pode ligar um talismã físico ao corpo causal de um Adepto, tal qual se fez com os talismãs enterrados em vários países por Apolônio de Tia-na, há uns 1900 anos, para que a força irradiada pelos mesmos preparasse esses lugares como centros de grandes acontecimentos no futuro. Alguns destes centros já têm sido utilizados, e outros o serão num futuro próximo, em conexão com a obra do Cristo que há de vir.

Importantes santuários são, em geral, erigidos no lugar onde viveu algum santo ou se deu algum acontecimento notável, como uma Iniciação, ou onde haja relíquias de um grande personagem.

Em todos os casos, foi criado um centro de influência magnética poderosa, que persistirá durante milhares de anos.

Mesmo que a "relíquia" não seja muito potente, ou não seja autêntica, os sentimentos de devoção que desde séculos lhe foram tributados por inumeráveis peregrinos, fariam desta localidade um centro ativo de irradiação benfazeja. A influência de todos esses lugares sobre os visitantes e peregrinos é incontestavelmente boa.

Como já mencionamos, as pedras preciosas são naturalmente adequadas para se fazer delas talismãs ou amuletos. O fruto rudraksha com o qual os hindus frequentemente fabricam colares, presta-se eminentemente à magnetização, para favorecer o pensamento espiritual ou a meditação, afastando as influências perturbadoras. As pérolas fornecidas pela planta chamada tulsi são outro exemplo, embora a influência desenvolvida por elas tenha caráter um pouco diferente.

Categoria interessante de talismã é a dos objetos fortemente odoríferos. As gomas do incenso, por exemplo, podem ser incluídas entre as que favorecem o pensamento espiritual e piedoso.

É possível também combinar ingredientes de propriedades inversas, como o faziam algumas vezes as feiticeiras da Idade Média.

Um ocultista experimentado nunca deixa de comunicar influências benfazejas a todos os objetos que passam de sua mãos para outras, tais como cartas, livros ou objetos. Por um simples esforço de vontade, ele pode carregar também uma mensagem datilografada de maneira mais eficaz do que o faria, inconscientemente, escrevendo à mão, uma pessoa ignorante destas verdades.

Um ocultista instruído pode ainda, com um simples movimento de mão acompanhado de um pensamento enérgico, desmagnetizar quase instantaneamente os alimentos, roupas, apartamentos, etc.

Semelhante desmagnetização, embora expulse o magnetismo provindo de influência exterior, não afeta o magnetismo inerente aos objetos, como, por exemplo, as vibrações desagradáveis próprias à carne, que nem mesmo a cocção pode destruir.

Para facilitar a desmagnetização de habitações, etc., pode-se queimar incenso ou fazer aspersões de água, submetendo primeiro o incenso ou a água ao processo recomendado para fazer talismãs.

Deve-se ter também em mente que, como a matéria física do homem está em contato muito íntimo com a astral e mental, a aspereza ou grosseria no veículo físico implica quase necessariamente numa condição correspondente nos demais veículos. ' Daí a grande importância para o ocultista da limpeza tanto física como magnética ou etérica.

A "água benta", em uso em certas igrejas cristãs, oferece exemplo notável de magnetização, visto que a água se carrega prontamente de magnetismo. As instruções dadas no rito romano explicam claramente que o padre deve primeiramente "exorcizar" o sal e a água, isto é, purificálos de todas as más influências; depois, fazendo o sinal da cruz, deve abençoar os elementos, isto é, verter neles o seu próprio magnetismo, com a intenção de expulsar deles todos os pensamentos e sentimentos maus.

É bom notar que o sal contém cloro, elemento "ígneo"; daí que a água, o grande dissolvente, em combinação com o fogo, grande consumidor, seja de grande eficácia como agente purificador.

Ideias precisamente semelhantes envolvem outras cerimonias da Igreja cristã, como o batismo,0 em que se benze a água e se faz o sinal da cruz sobre ela; a consagração das Igrejas e dos túmulos, dos vasos do altar, dos ornamentos sacerdotais, dos sinos, do incenso; na confirmação, na ordenação dos padres e na consagração dos bispos.

Na Eucaristia, o vinho exerce poderosíssima influência sobre os níveis astrais superiores, enquanto a água emite mesmo vibrações etéricas.

No batismo da Igreja católica liberal, o sacerdote faz o sinal da cruz sobre a testa, a garganta, o coração e o plexo solar da criança. Isto abre os chakras etéricos correspondentes, de maneira que se expandem até o tamanho de uma pequena moeda, e depois começam a brilhar e a girar como nos adultos.

Além disto, a água magnetizada, ao tocar a fronte, faz vibrar com violência a matéria etérica, estimula o cérebro e, por meio do corpo pituitário, afeta o corpo astral, e a seguir, por este, o corpo mental.

Mais tarde, o sacerdote, ao ungir o alto da cabeça, com a crisma, transforma o chakra em uma espécie de peneira, que rejeita as influências, sentimentos ou partículas mais grosseiros, enquanto que, por um esforço de vontade, fecha os quatro centros que foram abertos.

Na confirmação, o efeito produzido no princípio átmico refletem no duplo etérico.

Na ordenação de um sacerdote, o escopo é abrir a comunicação entre os princípios superiores e o cérebro físico. A bênção inunda o cérebro etérico, para que flua para cima pelo corpo pituitário, que é o ponto de mais estreita junção entre os corpos físicos denso, etérico e astral.

A unção feita pela crisma sobre a cabeça de um bispo destina-se a influenciar o brahmarandra chakra, ou centro coronário, de tal forma que, em vez da depressão como de um pires, se torne parecido com um cone saliente, tal qual se nota muitas vezes nas estátuas do Senhor Buda.

A ordenação de um clérigo tem por objeto, sobretudo, agir sobre o corpo etérico; a do porteiro, sobre o astral; a do leitor, o mental, e a do exorcista, sobre o corpo causal.

Ao ser ordenado, o exorcista recebe uma assistência que lhe permite fortalecer seu poder curador.

Houve outrora, parece, um costume (origem do atual processo romano de ungir os órgãos dos sentidos) que consistia em selar todos os chakras no corpo do agonizante, para impedir que depois entidades más se apossassem do cadáver e dele se servissem para práticas de magia maligna.

É provável que muitas afeções nervosas possam ser melhoradas com óleo consagrado, assim como curadas muitas enfermidades etéricas por meio da "Unção".

No báculo de um Bispo, em cujo remate curvo se acham jóias engastadas, a energia etérica irradiada pelas jóias é tão pronunciada, que não é de se surpreender se efetuem curas ao simples contato do báculo.

Os alquimistas medievais também empregavam métodos algo semelhantes, ao usarem espadas, drogas, etc., magnetizadas. Nos Antigos Mistérios, o tirso era um bastão fortemente magnetizado, que se aplicava à coluna vertebral do candidato, para transferir-lhe algo do magnetismo de que o bastão estava carregado.

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