Contemplação

Submitted by Estante Virtual on Mon, 12/16/2013 - 00:41
Ao iniciante que tenta as meditações citadas previamente, elas no começo parecerão provavelmente pouco mais que exercícios intelectuais, mais ou menos interessantes de acordo com a feição de seu temperamento e capazes de suscitar um pouco de emoção. Mas perseverando em seus esforços e penetrando mais na maravilha e beleza dos grandes conceitos que ele está considerando, gradualmente ganhará algo daquela experiência espiritual pessoal que transpõe o hiato entre o homem de conhecimento e o homem de sabedoria, e atingirá alguma percepção daquela paz interna e exaltação de alma, da qual Santo Alfonso de Ligório fala quando descreve a meditação como 'a bendita fornalha em que as almas são inflamadas de Amor Divino'. Pois a meditação harmoniza os corpos em que trabalhamos, possibilitando à luz do espírito brilhar e iluminar os escuros recessos de nossa consciência desperta. Ela sossega o turbilhão de nossas personalidades, a mente, as emoções, a incansável atividade de nosso cérebro, e por causa das vibrações sincrônicas dos corpos inferiores possibilita ao Ego que influencie a personalidade. E assim o estudante se enriquecendo de experiência espiritual, encontrará novos níveis de consciência gradualmente se abrindo em si. Fixado em aspiração sobre seu ideal, ele logo se tornará consciente da influência daquele ideal descendo sobre ele, e fazendo um esforço supremo para atingir o objeto de sua devoção, por um breve momento as próprias comportas do céu se abrirão e ele se encontrará unificado com sua idéia e inundado pela glória de sua realização. Estes são os estágios de contemplação e união. Os primeiros são a subida, quando as figuras mentais mais comuns forem transcendidas, estes últimos são o alcance daquele estado de êxtase do espírito, quando os membros da personalidade se desprenderam e toda a sombra de separatividade foi dissipada na perfeita união entre objeto e buscador. Seria fútil tentar maiores descrições destas experiências, pois não estão além da possibilidade de expressão formal? As palavras podem servir apenas como sinais apontando o caminho para aquilo que é inefavelmente glorioso, para que o peregrino possa saber para onde direcionar seus passos.
 
 

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