Como já dissemos, um homem de saúde robusta emite, sem cessar, emanações vitais suscetíveis de ser absorvidas por outras pessoas, cujo vigor aumentará; essas emanações podem ainda curar pequenos incómodos ou, pelo menos, favorecer a cura.
Mas, como as correntes prânicas podem ser submetidas à vontade, é possível à pessoa dirigir conscientemente os fluxos de vitalidade que nela têm sua fonte e também aumentar a sua intensidade. Dirigindo-os a um paciente enfraquecido, porque seus rins não funcionam normalmente, há a probabilidade de auxiliar eficazmente o seu restabelecimento. A vitalidade adicional, transmitida pelo curador, mantém em função o mecanismo físico do paciente, até que este fique bem restabelecido, para especializar o prâna do qual tem necessidade.
A cura de pessoas débeis por outras vigorosas pode, portanto, ser, em certos casos, determinada pela simples aproximação física; o fenómeno pode ser ou inteiramente automático e inconsciente, ou favorecido e acelerado de um modo quase ilimitado, por um esforço consciente.
Muitas vezes se pode causar muito benefício, apenas derramando no paciente copiosas correntes de vitalidade, que vão inundar o seu organismo. O operador pode ainda dirigi-las a determinada região, que se ache em más condições. O simples aumento da circulação prânica basta para curar muitas afeções pouco graves. As moléstias nervosas denotam sempre um desequilibrio do duplo etérico; as perturbações digestivas e a insónia não têm outra origem. As dores de cabeça não habitualmente causadas por um estado congestivo, seja do sangue, seja do fluido vital, chamado, às vezes, magnestismo. Uma corrente abundante projetada pelo curador à cabeça do paciente, suprime a enxaqueca, levando consigo a matéria congestionada.
Estes métodos são relativamente simples e de fácil aplicação, embora um curador hábil, principalmente se for clarividente, possa aumentar grandemente a sua eficácia. Um aperfeiçoamente deste género, exigindo certos conhecimentos de anatomia e fisiologia, consiste em formar um quadro mental do órgão enfermo e depois imaginá-lo em seu estado são e normal.
O pensamento enérgico modela a matéria etérica, dando-lhe a forma desejada, a qual auxiliará a natureza na construção de novos tecidos, muito mais rapidamente do que de outro modo.
Um método ainda mais eficaz consiste em criar o órgão na matéria mental e depois incorporá-lo na matéria astral, e em seguida densificá-la por meio da matéria etérica. Finalmente, deve encher-se o molde de elementos gasosos, líquidos e sólidos, utilizando-se os materiais disponíveis no corpo e tomando do exterior o que faltar.
Eis um modo prático e eficaz de empreender uma cura pelo magnetismo: ao paciente, colocado em posição confortável, sentado ou deitado, recomenda-se-lhe banir tanto quanto possível toda tensão muscular. Será melhor, ainda, que se instale numa poltrona de braços sólidos e lisos; o operador senta-se de lado, sobre um dos braços da poltrona, ficando um pouco mais alto do que o paciente. Com as mãos começa, então, a efetuar passes sobre o corpo do doente, ou sobre a região afetada, e faz um esforço de vontade para retirar do corpo a matéria etérica congestionada ou enferma.
Estes passes podem ser executados sem tocar o indivíduo, embora haja vantagem em repousar a palma da mão, suave e levemente, sobre a epiderme. Após cada passe, o operador deve tomar a precaução de expelir para longe a matéria etérica assim retirada, sem o que poderia conservála consigo e logo sofreria pessoalmente os males de que libertou o paciente, fato este que já se tem verificado muitas vezes.
Exemplificando: o operador, após suprimir a dor de um dente ou de um membro do paciente, não demora a sentir dor idêntica, no dente ou no membro correspondente.
Em certos casos, se em tratamentos sucessivos, o operador negligência em expelir a matéria etérica retirada, pode cair seriamente doente e mesmo expôr-se a sofrimentos crônicos.
A. P. Sinnett cita um caso interessante. Uma senhora, após ter sido curada de reumatismo crónico, estabeleceu-se numa região da Europa, distante donde residia o magnetizador, que morreu quatro anos mais tarde. Imediatamente a enfermidade voltou a manifestar-se com a mesma virulência na antiga paciente.
Parece que o magnetismo mórbido retirado do corpo da doente pelo operador, não fôra destruído, tendo permanecido durante anos na proximidade da aura do mesmo, e após a morte deste voltou ao seu antigo centro.
Basta, em geral, sacudir vivamente as mãos para o solo, afastando-as de si. O magnetismo pode ainda ser abandonado numa bacia cheia de água, tendo-se, naturalmente, o cuidado de esvaziar, logo a seguir, o seu conteúdo.
Será recomendável, após esta primeira parte do tratamento, lavar as mãos antes de passar à seguinte, que é a parte positiva.
Diz-se que é possível dirigir o magnestimo malsão para certas categorias de elementais que o utilizarão. A parábola bíblica do rebanho de porcos seria uma descrição alegórica disto.
De certo, será melhor, segundo pensamos, proceder assim, a deixar o magnetismo doentio perto da aura de quem efetuar a cura ou de outras pessoas que se encontrem nas proximidades.
Uma variante de tratamento, que é particularmente útil nos casos de congestão local, consiste em colocar as mãos em cada lado da região enferma e fazer passar, da mão direita para a esquerda, uma corrente de magnetismo purificador, que expulsa a matéria congestionada.
Após esta preparação, a pessoa que vai efetuar a cura, procura derramar o seu fluido magnético e o seu prâna pessoal sobre o paciente.
Isto pode ser feito, como precedentemente, por meio de longos passes, sobre todo o corpo do enfermo, ou passes curtos sobre a zona atingida. Pode-se ainda empregar as duas mãos, fazendo passar a corrente da mão direita para a esquerda, atravessando a parte do corpo que precise de tratamento.
O estudante comprenderá, sem dificuldade, quanto é desejável que goze boa saúde a pessoa que deva efetuar a cura; sem isto, arrisca-se a transmitir ao paciente parte de seu magnetismo malsão.
É preciso notar que, nas curas magnéticas, as roupas, sobretudo os tecidos de sêda, constituem obstáculo à corrente; o paciente deve, pois, segundo o permitirem as circunstâncias, estar vestido o menos possível.
Certas formas de alienação mental são devidas à má constituição do cérebro etérico, cujas moléculas não correspondem às físicas densas, ficando impossibilitadas de transmitir as vibrações dos veículos superiores. É de supor que tais casos sejam passíveis de cura magnética.
Há, sem dúvida, outras maneiras de agir sobre o corpo etérico, pois os corpos mental, astral e físico estão tão estreitamente associados que um deles pode certamente afetar os outros.
De modo geral, pode-se dizer que tudo o que favorece a saúde física, reage favoravelmente sobre os veículos superiores. Músculos não exercitados, por exemplo, tendem não só a degenerar, como ainda a produzir congestão do magnestismo; isto produz no duplo etétrico um ponto fraco, que pode dar passagem a germes perniciosos, como os de uma infecção.
Igualmente, a má saúde mental ou astral quase sempre, mais cedo ou mais tarde, se traduz em doença física. A pessoa predisposta a "agitar-se" astralmente, isto é, a desperdiçar sua energia em emoções, preocupações e confusões por motivos insignificantes, arrisca-se a perturbar o corpo astral de outras pessoas sensíveis. Além disso, frequentemente esta contínua agitação astral reage sobre o corpo físico, por intermédio do corpo etérico e dá origem a diversas moléstias nervosas.
Todas as afeções específicas dos nervos, por exemplo, têm diretamente por causa as preocupações, inúteis, que bem depressa desapareceriam se se pudesse ensinar ao paciente a conservar os seus veículos em calma e em paz.
A cura magnética quase que se confunde com o. mesmerismo, que examinaremos a seguir.