A Invariabilidade da Lei

Submitted by Estante Virtual on Sat, 12/17/2011 - 21:38

Todos nós vivemos no domínio da lei; estamos cercados de leis cujos efeitos não podemos contrariar; nada de mais evidente. E, contudo, mal nós reconhecemos que este fato faz realmente parte integrante da vida, mal a existência deste fato nos aparece no mundo moral e mental, como no físico, senti-mo-nos tentados até certo ponto a abandonar-nos ao sentimento da nossa fraqueza, como terrível poder, que, apoderando-se de nós, nos fizesse andar aos baldões, a seu bel-prazer. Mas é precisamente o contrário que sucede; porque esse terrível poder, uma vez que o tenhamos compreendido, leva-nos obedientemente para onde "nós" quisermos ir. Toda a força da Natureza pode ser utilizada pelo homem, em maior ou menor grau. E este grau de utilização das forças da Natureza é proporcional à inteligência e ao conhecimento que o homem tem delas. A Natureza submete-se pela força, e as suas energias, fortes e irresistíveis, estão às nossas ordens, desde o momento em que, com conhecimento de causa, saibamos agir com elas e não contra elas. Nas suas reservas inexoráveis, temos a faculdade de escolher as forças apropriadas ao fim que nos propomos atingir, quer pelo seu ritmo, pela sua direção ou qualquer outra propriedade adequada; é precisamente a sua invariabilidade a melhor garantia do nosso sucesso.

É também na invariabilidade da lei que assenta a garantia das experiências científicas, a possibilidade de prever um resultado e de predizer o futuro. Graças a esta constância da lei, o químico tem a certeza de que a Natureza responderá sempre da mesma maneira às perguntas feitas com precisão e rigor; por isso, qualquer mudança nos resultados esperados deve atribuir-se — e o homem de ciência assim o pensa — a qualquer variação na maneira de operar e nunca à Natureza. E o mesmo sucede com toda a ação humana: quanto mais se apóia no conhecimento, tanto mais certo é o resultado previsto; uma vez que todo "acidente" provém da ignorância e é devido à ação de leis desconhecidas ou descuradas. No mundo mental e moral, como no mundo físico, os resultados podem prever-se, podem ser preparados e calculados. A Natureza nunca nos atraiçoa. O conhecimento aumenta, em todos os planos, quando o poder aumenta: a onisciência e a onipotência são uma e a mesma coisa.

E sendo a lei invariável nos mundos mental e moral é natural que o seja também no mundo físico, visto que o Universo emana do UNO; aquilo a que chamamos lei é apenas a expressão da Natureza Divina. Assim como tudo emana da vida una, tudo é sustentado por essa Lei una; os mundos repousam sobre esta rocha da Natureza Divina, como sobre um alicerce firme e inabalável.

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