Positividade e desenvolvimento psíquico

Submitted by Estante Virtual on Mon, 12/16/2013 - 01:15
O sistema de meditação aqui exposto para o estudante tem como seus objetivos o desenvolvimento espiritual, mental e ético, e o controle da mente e dos sentimentos. Não se deseja desenvolver faculdades psíquicas de baixo para cima. Mas seu resultado natural pode ser a abertura de uma espécie de psiquismo intuitivo em pessoas de constituição suficientemente sensível, que se mostrarão cada vez mais sensíveis à influência de pessoas e lugares, à recordação de memórias fragmentárias de experiências noturnas no plano astral, em uma maior suscetibilidade de direta orientação do Ego, no poder de reconhecer a influência do Mestre e de pessoas espiritualmente desenvolvidas, e daí por diante. 
 
Há uma situação especial que o estudante seguindo os métodos de auto-desenvolvimento positivo aqui descritos deve cuidadosamente evitar, é o desenvolvimento de mediunidade passiva e controle por espíritos através de métodos negativos de meditação; pois, quaisquer que sejam os méritos do espiritismo, os dois sistemas são absolutamente incompatíveis. Por exemplo, em alguns livros de Yoga ocidentalizada o estudante é instruído a começar a meditação rolando seus olhos para cima e mantendo-os fixos assim. O efeito disso é impor uma tensão ao mecanismo visual e desse modo de certa maneira bloqueando o cérebro, resultando que um estado negativo de auto-hipnose é induzido, e pode sobrevir um semi-transe, acompanhado de certas manifestações psíquicas. Um efeito similar é obtido pelo uso de um cristal. 
 
Também pode causar confusão ao iniciante quando escritores lhe recomendam abrir-se a influências espirituais e ao mesmo tempo ser positivo. A dificuldade vem de uma confusão dos estágios. O esforço positivo é necessário como uma condição preliminar, e a condição passiva segue depois. A positiva intensidade de esforços eleva a consciência para trabalhar através dos planos mais elevados de seus diferentes veículos, ou, vendo de um outro ângulo, harmoniza os veículos, trazendo-os a uma relação sincrônica entre si, de modo que a influência mais elevada pode agir em baixo; e só então é seguro relaxar o esforço para cima na percepção da paz assim atingida. Talvez, depois de tudo, a frase abrindo-se a influências espirituais em tais condições não signifique nada mais que manter uma atitude de intensa quietude num alto nível espiritual. O presente escritor uma vez ouviu um ponto semelhante ser bem ilustrado pelo Monsenhor Robert Hugh Benson. Ele evocou a imagem de uma gaivota enfrentando uma ventania; de fato para o observador o pássaro pareceria passivo e imóvel, não obstante se sabe que há um poderoso esforço continuamente mantido nas asas e espáduas. 
 
Agora, é óbvio que esta intensa quietude assinala um estágio separado por anos de esforços persistentes da atitude de pessoas que alegam poder atingir grandes alturas espirituais enquanto atiradas de costas em uma cama quente e confortável ou mesmo em um quente banho de banheira! Tais pessoas tomam por meditação o que é meramente um langor corporal e um preguiçoso arremesso de pensamento sobre algum tópico calmante e agradável. Não é assim que o reino dos céus é conquistado pela força! 
 
Meditação real significa intensíssimo esforço, não é a sensação de felicidade que surge de um estado de semi-sonolência e volúpia corpórea. O homem que está começando uma concentração real de pensamento não deveria de início exceder os cinco ou dez minutos no máximo, sob o risco de sobrecarregar o cérebro. Muito gradativamente o intervalo pode ser estendido para quinze, vinte e trinta minutos.
 

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