Os Espíritos Elementais

Enviado por Estante Virtual em qui, 22/12/2011 - 03:08

"Os fenômenos psíquicos", quando ocorriam à parte dos ritos religiosos, na Índia, no Japão, no Tibete, no Sião, e outros países "pagãos", fenômenos centenas de vezes mais diversos e estonteantes do que jamais vistos na Europa ou na América civilizada, nunca foram atribuídos aos espíritos dos mortos. Os pitris nada têm a fazer em tais exibições públicas. E basta-nos apenas consultar a lista dos principais demônios ou espíritos elementais para descobrir que os seus próprios nomes indicam as suas profissões, ou, para dizê-lo mais claramente, o truque a que cada variedade deles é mais afeita. Temos assim o Mâdana, um nome genérico que indica os espíritos elementais perversos, metade burros, metade monstros, pois Mâdana significa aquele que olha como uma vaca. Ele é amigo dos feiticeiros maliciosos e ajuda-os a realizar os seus desígnios demoníacos de vingança atacando os homens e o gado com doença e mortes súbitas.

O Sudãla-mâdana, ou demônio do cemitério, corresponde aos nossos vampiros. Ele se compraz com os locais em que crimes e assassínios foram cometidos, junto aos túmulos e aos lugares de execução. Ele ajuda o prestidigitador em todos os fenômenos do fogo assim como Kutti Shãttana, os diabretes trampolineiros. Sudala, dizem eles, é um demônio metade de fogo, metade de água, pois ele recebeu de Shiva permissão para assumir qualquer forma que desejasse e transformar uma coisa em outra; e quando não está no fogo, ele está na água. É ele que impede as pessoas "de verem o que não vêem". O Sula-mâdana é outro fantasma turbulento. Ele é o demônio da fornalha, experiente na arte de moldar e de cozer. Se vós tornais seus amigos, ele não vos injuriará; mas ai daquele que cai em sua ira. Sula significa cumprimentos e lisonjas, e porque ele geralmente se mantém sob a terra, é para ele que um prestidigitador deve olhar para obter ajuda para extrair uma árvore de uma semente num quarto de hora e fazer desabrochar os seus frutos.

Kumila-mâdana é a própria ondina. É um espírito elemental da água, e seu nome significa rebentar como uma bolha. É um diabrete muito amigo e alegre, e auxiliará um amigo em qualquer coisa relativa à sua esfera; fará chover e mostrará o futuro e o presente àquele que recorrerem à hidromancia ou à adivinhação por água.

Poruthû-mâdana é o demônio "lutador"; ele é o forte de todos; e sempre que há façanhas em que a força física é requerida, tais como as levitações, ou a domesticação de animais selvagens, ele auxiliará o realizador mantendo-o sobre o solo ou subjugará uma fera selvagem antes que o domador tenha tempo de pronunciar seu encantamento. Assim, todas as "manifestações físicas" têm a sua própria classe de espíritos elementais para supervisioná-las.

A levitação de um médium, seria um fenômeno puramente mecânico. O corpo inerte do médium passivo é elevado por um vórtice criado seja pelos espíritos elementais - possivelmente, em alguns casos, por espíritos humanos, e às vezes por meio de causas mórbidas, como nos casos de sonâmbulos doentes do Prof. Perty. A levitação do adepto é, ao contrário, um efeito eletromagnético. Ele tornou a polaridade de seu corpo oposta à da atmosfera (dizemos campos magnético da Terra), e idêntica à da Terra; por conseguinte, atraída pela primeira, mantendo a consciência nesse ínterim. Uma levitação fenomênica dessa natureza é possível também quando a doença modificou a polaridade corporal de um paciente, pois ela o faz sempre em grau maior ou menor. Mas, em tal caso, a pessoa levitada não teria provavelmente consciência de seu ato.

Os adeptos da ciência hermética conhecem tão bem esse princípio que explicam a levitação de seus próprios corpos, quando ela ocorre de modo imprevisto, dizendo que o pensamento está fixado tão intensamente sobre um ponto sobre eles que, quando o corpo está totalmente imbuído de força astral, ele segue a aspiração mental, e eleva-se no espaço tão facilmente quanto uma rolha, mantida sob a água, se eleva à superfície quando a sua força ascensional lhe permite fazê-lo. A vertigem que algumas pessoas sentem quando estão à beira de um abismo explica-se pelo mesmo princípio. As crianças que têm pouca ou nenhuma imaginação ativa, e em quem a experiência não teve tempo suficiente para incutir medo, raramente, ou nunca, se atordoam; mas o adulto de um certo temperamento mental, vendo o abismo e pintando em sua fantasia imaginativa as conseqüências da queda, deixa-se levar pela atração da Terra, e a menos que o encanto da fascinação seja quebrado, seu corpo lhe seguirá o pensamento até o fundo do precipício.

Que essa vertigem é puramente um caso de temperamento prova-o o fato de que algumas pessoas nunca experimentaram a sensação, e a pesquisa provavelmente revelará que tais pessoas são desprovidas da faculdade imaginativa. Temos um caso em mente - um cavalheiro que, em 1858, tinha tanto sangue frio que horrorizou as testemunhas permanecendo sobre a cimalha do Arc de Triomple, em Paris, com os braços cruzados, e os pés semi-elevados sobre a borda; mas, depois, sofrendo de miopia, foi tomado de pânico ao tentar cruzar uma passarela de mais de dois pés e meio de largura, que não oferecia perigo algum. Ele olhava para o chão, dava livre curso à sua imaginação, e cairia se não se sentasse rapidamente.

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