Consciência e atividade no corpo astral são uma coisa; a lembrança, no cérebro, da consciência e da atividade astrais, são algo inteiramente diferentes. A existência ou a ausência da memória física de forma alguma afeta a consciência no plano astral, nem a capacidade de funcionar no corpo astral com facilidade e liberdade perfeitas. Realmente não só é possível, mas também de forma alguma pouco comum, para um homem, funcionar livre e utilmente em seu corpo astral durante o sono do corpo físico, e ainda assim voltar ao corpo físico sem a mais leve recordação do trabalho astral em que esteve empenhado.
A falta de continuidade entre a vida astral e a vida física é devido à carência de desenvolvimento do corpo astral ou à falta de uma ponte etérica adequada entre a matéria astral e a densa matéria física
Essa ponte consiste numa teia bem entretecida de matéria atômica, através da qual as vibrações têm de passar, o que produz um momento de inconsciência, como um véu, entre o dormir e o acordar.
A única forma através da qual a lembrança da vida astral pode ser levada ao cérebro físico está no desenvolvimento suficiente do corpo astral e no despertar dos Chakras etéricos, que têm, como uma de suas funções, a de levar forças do astral para o etérico. Ademais, deve haver funcionamento ativo do corpo pituitário, que focaliza as vibrações astrais.
As vezes, ao acordar, surge uma sensação de que algo aconteceu, sem que disso ficasse a lembrança. A sensação indica que houve consciência astral, embora o cérebro se mostre insuficientemente receptivo para fazer o registro. Em outras ocasiões, o homem, em seu corpo astral, pode conseguir fazer uma impressão momentânea sobre o duplo etérico e o corpo denso, daí resultando memória vivida da existência astral. Isso é às vezes feito deliberadamente, quando algo ocorre e o homem sente que deve lembrar-se no plano físico. Tal lembrança habitualmente depressa se desvanece, e não pode ser recuperada; esforços para recobrar a memória, enviando intensas vibrações ao cérebro físico, sobrepõem-se às vibrações mais delicadas do astral e conseqüentemente tornam o êxito mais impossível.
Há certos acontecimentos também que fazem uma impressão tão viva sobre o corpo astral que chegam a imprimir-se no cérebro físico por uma espécie de repercussão.
Em outros casos, um homem pode conseguir a impressão de conhecimentos novos no cérebro físico, sem poder recordar onde e como tal conhecimento foi obtido. Exemplos disso, comum à maioria das pessoas, ocorrem quando soluções de problemas, antes insolúveis, subitamente surgem à consciência, ou quando uma luz é de repente lançada sobre questões previamente obscuras. Tais casos podem indicar que foi feito progresso com a organização e funcionamento do corpo astral, embora o corpo físico seja ainda apenas parcialmente receptivo.
Nos casos em que cérebro físico responde, há sonhos vividos, racionais e coerentes, tal como ocorre com muita gente de vez em quando.
Poucas pessoas, quando em corpo astral, se importam quanto ao cérebro físico recordar ou não, e nove entre dez não gostam nada de retornar ao corpo. Voltar ao corpo físico, vindo do mundo astral, traz uma sensação de grande constrangimento, como se a pessoa se visse envolvida por uma capa espessa e pesada. A alegria da vida no plano astral é tão grande que a vida física, em comparação, nem mesmo parece vida. Muitos vêem o retorno diário ao corpo físico como os homens muitas vezes encaram seu dia de trabalho no escritório. Não chegam a muitas vezes encaram seu dia de trabalho no escritório. Não chegam a detestar tal trabalho, mas não o fariam se a isso não fossem compelidos.
Eventualmente, no caso de pessoas altamente desenvolvidas e adiantadas, a ponte etérica entre o mundo astral e o mundo físico é construída, e então há perfeita continuidade de consciência entre a vida física e a vida astral. Para tais pessoas a vida deixa de ser composta de dias de recordações e noites de esquecimento e tornar-se, em vez disso, um todo continuo, ano após ano, de ininterrupta consciência.
Ocasionalmente, um homem que não tenha lembrança da sua vida astral pode, sem ter tido essa intenção, através de um acidente ou de doença ou intencionalmente, através de práticas definidas, armar a ponte sobre o vazio entre a consciência astral e a consciência astral será contínua e sua lembrança da vida durante o sono se mostrará portanto perfeita. Mas, naturalmente, antes que isso possa acontecer, ele já deve ter desenvolvido consciência integral no corpo astral. Apenas o rasgar do véu entre o astral e o físico é que se dá subitamente, e não o desenvolvimento do corpo astral.
A vida durante o sonho pode ser consideravelmente modificada, como resultado direto do crescimento mental. Cada impulso enviado pela mente ao cérebro físico tem de passar através do corpo astral e, sendo a matéria astral muito mais responsiva às vibrações-pensamentos do que a matéria física, segue-se que o efeito produzido no corpo astral é, em correspondência, maior. Assim, quando um homem adquire controle mental, isto é, quando aprende a dominar o cérebro, a se concentrar, a pensar como e quando aprende a dominar o cérebro, a se concentrar, a pensar como e quando bem queira, uma mudança correspondente terá lugar em sua vida astral. E, se trouxer a lembrança daquela vida através do cérebro físico, seus sonhos se farão vividos, bem sustentados, racionais, mesmo instrutivos.
Em geral, quanto mais o cérebro físico é treinado para responder às vibrações do corpo mental, maior é a facilidade de construir a ponte entre a consciência desperta e a adormecida. O cérebro deve tornar-se um instrumento cada vez mais obediente ao homem, agindo sob impulsos da sua vontade.
O sonho sobre assuntos comuns não interfere no trabalho astral, porque o sonho tem lugar no cérebro físico, enquanto o homem real está fora, atendendo a outros assuntos. Não importa realmente o que faz o cérebro físico, desde que se mantenha livre de pensamentos indesejáveis.
Desde que um sonho teve inicio, seu curso habitualmente não pode ser modificado; mas a vida-sonho pode ser controlada indiretamente em considerável extensão. É especialmente importante que o ultimo pensamento, quando se mergulha no sono, seja nobre, elevado, pois isso dá a tônica que determina amplamente a natureza do sonho que se segue. Um pensamento mau ou impuro atrai influências e criaturas más e impuras, que reagem sobre a mente e sobre o corpo astral, e tendem a despertar desejos baixos e terrenos.
Por outro lado, se um homem adormece com seus pensamentos fixados em coisas altas e santas, atrairá a si, automaticamente, elementais criados por esforços semelhantes de outros e, conseqüentemente, seus sonhos serão elevados e puros.
Já que neste livro consideramos principalmente o corpo astral e os fenômenos a ele associados, não há necessidades de tratarmos exaustivamente do assunto referente à consciência do sonho, que é amplo. Todavia, a fim de mostrar o ambiente exato que o corpo astral usa na vida do sonho, será útil delinear muito brevemente os principais fatores que operam na produção dos sonhos. Para um estudo pormenorizado de todo o assunto, os estudantes são remetidos ao excelente compêndio, Sonhos, de C. W. Leadbeater, do qual os fatos que se seguem foram extraídos.
Os fatores concernentes à produção dos sonhos são os seguintes:
- O cérebro físico inferior, com sua semiconsciência infantil, e seu hábito de expressar todos os estímulos de uma forma pictórica.
- A parte etérica do cérebro, através da qual corre uma procissão incessante de quadros desconexos.
- O corpo astral, palpitando com os tempestuosos vagalhões do desejo e da emoção.
- O ego ( no corpo casual ) , que pode estar em qualquer estado de consciência, da completa insensibilidade ao perfeito comando das suas faculdades.
Quando um homem adormece, seu ego recua ainda mais para dentro de si próprio e deixa seus vários corpos mais livres do que de costume, para seguirem seu próprio caminho. Esses corpos separados são (1) muito mais suscetíveis a impressões vindas de fora do que em outras ocasiões, e (2) têm uma consciência própria muito rudimentar. Conseqüentemente, há ampla razão para que produzam sonhos, bem como para que haja recordação confusa, no cérebro físico, das experiências dos demais corpos durante o sono.
Tais sonhos confusos podem ser devidos a: (1) uma serie de quadros desconexos e de transformações impossíveis produzidos pela ação automática, e sem sentido, do cérebro físico inferior; (2) um fluxo de pensamento casual que tem estado a percorrer a parte etérica do cérebro; (3) a sempre inquieta maré de desejos terrenos, influindo através do corpo astral, e provavelmente estimulada por influencias astrais; (4) tendência imperfeita de dramatização por parte de um ego não-desenvolvido; (5) mistura de várias dessas influências.
Vamos descrever brevemente os elementos principais em cada um desses tipos de sonho.
1. Sonhos do cérebro físico. – Quando dorme, o ego entrega o controle ao cérebro, e o corpo físico ainda tem certa enevoada consciência de si próprio. Alem disso há também a consciência agregada das células individuais do corpo físico. O domínio da consciência física sobre o cérebro é muito mais fraco do que o do ego sobre esse mesmo cérebro e, conseqüentemente, modificações puramente físicas podem afetar o cérebro numa extensão muitíssimo maior. Exemplos de tais modificações físicas são: irregularidade na circulação do sangue, indigestão, calor ou frio etc. A enevoada consciência física possui certas peculiaridades: (1) é, em grande parte, automática; (2) parece incapaz de captar uma idéia, exceto na forma na qual é ela própria que atual: conseqüentemente, todos os estímulos, sejam internos ou externos, são imediatamente trasladados para imagens perceptíveis; (3) é incapaz de dominar idéias ou lembranças abstratas como tais, e passa a transformá-las imediatamente em percepções imaginarias; (4) toda direção local de pensamento passageiro sobre a China transporta a consciência instantaneamente para a China; (5) não tem o poder de julgar a seqüência, valor ou verdade objetiva dos quadros que lhe aparecem à frente; toma-o todo os quais os vê, e jamais se surpreende com o que possa acontecer, por muito incongruente e absurdo que o fato seja; (6) está sujeita ao princípio de associação de idéias e por isso imagens sem outra conexão exceto o fato de representarem acontecimentos que se passaram em outra ocasião podem surgir misturadas, em inextricável confusão; (7) é singularmente sensível à mais leve influência externa, tal como sons ou toques; e (8) exagera e distorce essas influências num grau quase incrível.
Assim, o cérebro físico é capaz de criar exagero e confusão suficientes para que lhe sejam atribuídos muitos, mas de forma alguma todos os fenômenos do sonho.
2. Sonhos do cérebro etérico.- O cérebro etérico ainda é mais sensível às influências externas durante o sono do corpo do que durante o período de consciência desperta. Enquanto a mente está ativamente empenhada, o que, em conseqüência, traz o cérebro inteiramente empregado, ela se faz virtualmente impermeável à contínua pressão dos pensamentos externos. Mas, no momento em que o cérebro fica ocioso, o fluxo do caos inconseqüente começa a derramar-se nele. Na grande maioria das pessoas, os pensamentos que fluem através de seus cérebros não são em realidade seus próprios pensamentos, mas fragmentos lançados por outras pessoas. Em conseqüência, na vida do período de sono especialmente, qualquer pensamento itinerante que encontrar algo que tenha afinidade com ele, no cérebro da pessoa adormecida, é captado por esse cérebro, que dele se apropria, iniciando-se assim todo um curso de idéias: tais idéias, eventualmente, vão-se apagando e desaparecem, e o fluxo desconexo, indefinido, começa de novo a agir através do cérebro.
Um ponto a considerar é que, já que no presente estado de evolução do mundo é provável que exista quantidade maior de maus do que de bons pensamentos flutuando por ai, um homem cujo cérebro não é controlado está aberto para toda sorte de tentações que lhe teriam sido poupadas se a mente e o cérebro tivessem controle.
Mesmo quando tais correntes de pensamentos são expulsas do cérebro etérico do indivíduo adormecido, pelo deliberado esforço de outra pessoa, aquele cérebro não permanece inteiramente passivo, mas começa lenta e sonhadoramente a desenvolver quadros para si próprio, retirando-os dos que foram acumulados pelas suas lembranças do passado.
3. Sonhos astrais. – São simples recordações, no cérebro físico, da vida e da atividade do corpo astral durante o sono do corpo físico, e a isso já nos referimos nas paginas precedentes. No caso de pessoa razoavelmente desenvolvida, o corpo astral pode movimentar-se, sem desconforto, para distâncias consideráveis de seu corpo físico e podem trazer de volta impressões mais ou menos definidas dos lugares que visitou ou das pessoas com as quais se encontrou. Em todos os casos, como já dissemos, o corpo astral é sempre intensamente impressionado por qualquer pensamento ou sugestão que envolva desejo ou emoção, embora a natureza dos desejos que mais rapidamente despertam uma resposta dependa naturalmente do desenvolvimento da pessoa e da pureza ou da rusticidade de seu corpo astral.
O corpo astral, em todos os tempos, mostra-se suscetível às influências das correntes de pensamento que passam e, quando a mente não está controlando-o ativamente, vai recebendo perpetuamente esse estímulos externos e respondendo a eles animadamente. Durante o sono, ele ainda é mais facilmente influenciado. Em conseqüência, um homem que, por exemplo, destruiu inteiramente um desejo físico que podia ter anteriormente, no que se refere ao álcool, de modo que, quando acordado, tem até mesmo uma repulsa definitiva por ele, pode ainda assim, e freqüentemente, sonhar que está bebendo, e nesse sonho experimentar o prazer da sua influência. Durante o dia, o desejo do corpo astral estará sob controle da vontade, mas quando esse corpo astral é liberado pelo sono, escapa, de certa forma, ao domínio do ego e, respondendo provavelmente a influências astrais externas, retomba em seu velho hábito. Essa classe de sonhos é, com certeza, comum a muitos que estão fazendo esforços positivos para levar sua natureza de desejo a aceitar o controle da vontade.
Também pode acontecer que o homem tenha sido um ébrio em uma vida anterior e ainda possua, em seu corpo astral, um pouco da matéria absorvida pelas vibrações causadas no átomo permanente pelo alcoolismo. Embora essa matéria não seja vivificada em sua vida, nos sonhos, contudo, sendo fraco o controle do ego, a matéria pode responder às vibrações da bebida, vindas de fora, e o homem sonha que está bebendo. Tais sonhos, uma vez compreendidos, não devem causar angústia: apesar disso devem ser vistos como uma advertência de que ainda está presente a possibilidade de que a paixão do álcool seja reativada.
4. Sonhos do Ego. – Por muito que a natureza do corpo se modifique à proporção que se desenvolve, ainda maior é a modificação do ego, do homem real, que nele habita. Enquanto o corpo astral nada mais é que uma forma nebulosa, flutuante, o ego está quase tão adormecido quanto o seu corpo físico, sendo cego para as influências de seu próprio plano superior: mesmo quando uma idéia daquele plano consegue alcançá-lo, já que não há nele controle para seus corpos inferiores, ou o há pequeno, não lhe será possível imprimir a experiência em seu cérebro físico.
As pessoas adormecidas podem estar em qualquer estágio, desde o de esquecimento completo até o de completa consciência astral. E devemos recordar, conforme foi dito anteriormente, que, embora possa haver muitas experiências importantes nos planos superiores, o ego, apesar disso, pode ser incapaz de imprimi-las no cérebro, de forma que não haverá lembrança física, de forma alguma, mas apenas uma recordação das mais confusas.
As principais características da consciência e das experiências do ego, sejam ou não recordadas pelo cérebro, são as seguintes:
(1) As medidas de tempo e espaço do ego são de tal modo diferentes das que ele usa em sua vida desperta que isso é quase como se nem tempo nem espaço existissem para ele. Muitos exemplos são conhecidos em que, em poucos momentos de tempo, tal como nós o medimos, o ego pode ter experiências que parecem durar muitos anos, acontecimento acontecendo em completos pormenores circunstancias.
(2) O ego possui a faculdade ou o habito da dramatização instantânea. Assim, um som ou um toque físico pode alcançar o ego, não através do habitual mecanismo dos nervos, mas diretamente, uma fração de segundo antes que atinja o cérebro físico. Essa fração de segundo é suficiente para o ego construir uma espécie de drama, ou serie de cenas que culminam no acontecimento que acorda o corpo físico. O cérebro confunde o sonho subjetivo e o acontecimento objetivo e, assim, imagina-se como tendo realmente vivido através dos fatos do sonho.
Esse hábito, contudo, parece ser peculiar ao ego que, no que se refere à espiritualidade, ainda é relativamente pouco desenvolvido. À proporção que o ego se desenvolve espiritualmente, eleva-se acima dessas graciosas brincadeiras da infância. O homem que obteve continuidade de consciência está de tal modo integralmente ocupado no trabalho de planos superiores que não devota energia a essa dramatização e, por isso, tal classe de sonho cessa para ele.
(3) O ego possui também, e até certo ponto, a faculdade de previsão, sendo capaz às vezes de ver com antecipação acontecimentos que se vão dar, ou antes, que se dariam a não ser que algo fosse feito para evitá-los. E imprime essa previsão em seu cérebro físico. Registram-se muitos exemplos desses sonhos proféticos ou alertadores. Em alguns casos o aviso pode ser aceito, os passos necessários são dados e o resultado previsto é modificado ou inteiramente evitado.
(4) O ego, quando fora do corpo durante o sono, parece pensar em símbolos: uma idéia, que aqui precisaria de muitas palavras para ser expressa, lhe é perfeitamente transmitida através de uma só imagem simbólica. Se tal pensamento simbólico é impresso no cérebro, e recordado quando desperta a consciência, a mente pode traduzi-la em palavras; por outro lado, aquilo pode passar apenas como um símbolo, introduzido, e assim causar confusão. Em sonhos dessa natureza, ao que parece, cada pessoa tem um sistema simbológico próprio: assim, água significa aproximação de transtornos, pérolas podem significar lágrimas, e assim por diante.
Se um homem quiser ter sonhos úteis, isto é, colher, em sua consciência acordada, os benefícios daquilo que o ego possa ter aprendido durante o sono, há certos passos que devem ser dados para obter tal resultado.
Primeiro: é essencial que ele forme o hábito do pensamento mantido e concentrado durante a vida comum, quando desperto. Um homem que tem o controle absoluto de seus pensamentos saberá, sempre, exatamente em que está pensando e por quê. Descobrirá também que o cérebro, assim treinado para ouvir as sugestões do ego, permanecerá quieto quando não está sendo usado, e recusará receber e responder ao fluxo casual vindo do oceano de pensamentos circundante. Tal homem, assim, provavelmente receberá influências de planos superiores, onde a intuição é mais aguda, o julgamento mais verdadeiro do que jamais podem ser no plano físico.
Será bastante desnecessário acrescentar que o homem deverá também ter o domínio completo de, pelo menos, suas mais baixas paixões.
Por um ano muito elementar de magia, um homem pode expulsar de seu cérebro etérico a corrente de pensamentos que o pressionam, vindos de fora. Para tal fim ele deve, quando se deita para dormir, imaginar sua aura e desejar fortemente que sua superfície externa se torne uma concha que o proteja de influências exteriores. A matéria áurica obedecerá ao seu pensamento e formará a concha. Essa providência é de apreciável valor para o fim desejado.
A grande importância de fixar o último pensamento em coisas nobres e elevadas, antes de adormecer, já foi mencionada e deve ser regularmente praticada por aqueles que queiram manter seus sonhos sob controle.
Talvez seja útil acrescentar aqui os termos hindus para os quatro estados de consciência:
Jagrat é a consciência desperta comum,
Svapna é a consciência do sonho funcionando no corpo astral e capaz de imprimir suas experiências no cérebro.
Sushupti é a consciência funcionando no corpo mental e incapaz de imprimir suas experiências no cérebro.
Turiya é um estado de transe, a consciência funcionando no veiculo búdico e tão separada do cérebro que não pode ser facilmente chamada por meios externos.
Esses termos, contudo, são usados relativamente e variam de acordo com o contexto. Assim, em uma interpretação de jagrat, estão combinados os planos físico e astral, as sete subdivisões correspondentes às quatro condições da matéria física e as três amplas divisões da matéria astral mencionadas nas paginas 129/30.
Para elucidação adicional, o estudante é remetido ao livro Uma Introdução à Ioga, de A.. Besant, e também a Um Estudo da Consciência, em que a consciência desperta é definida como a parte da consciência total que está trabalhando através do veiculo mais externo.