Para a visão clarividente, uma das principais características do corpo astral consiste em cores que estão nele constantemente em movimento, cores que correspondem e são a expressão de sentimentos, paixões, e emoções, na matéria astral.
Todas as cores conhecidas, e muitas que presentemente não conhecemos, existem em cada um dos planos superiores da natureza, mas, conforme subimos de um estágio para outro, tornam-se mais delicadas e mais luminosas, de sorte que podem ser descritas como oitavas de cor. Não sendo possível representar fisicamente no papel essas oitavas, os fatos acima devem ser tidos em mente quando se considerar as ilustrações coloridas do corpo astral a que nos referiremos abaixo.
O que se segue é uma lista das cores principais e das emoções que elas expressam:
Preto: em nuvens espessas: ódio, malícia.
Vermelho: centelhas de um vermelho profundo, habitualmente sobre fundo preto: cólera.
Nuvem escarlate: irritabilidade.
Escarlate brilhante: sobre o fundo habitual da aura: “nobre indignação”.
Vermelho acobreado e sanguíneo: indiscutivelmente, embora não seja fácil descrição: sensualidade.
Marrom acinzentado: um marrom acinzentado opaco e escuro: egoísmo, uma cor das mais comuns no corpo astral.
Marrom avermelhado: opaco, quase ferrugem: avareza, quase sempre apresentada em listas paralelas através do corpo astral.
Marrom esverdeado: iluminado por cintilações de um vermelho profundo ou escarlate: ciúmes. No caso do homem comum há quase sempre, muita dessa cor presente, quando ele está “amando”.
Cinza: pesado, chumbo, depressão. Como o marrom avermelhado da avareza, disposto em linhas paralelas, dando a impressão de uma gaiola.
Cinza, lívido: coloração repulsiva e assustadora: medo.
Carmesim: opaco e pesado: amor egoísta.
Cor-de-rosa: amor sem egoísmo. Quando excepcionalmente brilhante, tocado de lilás: amor espiritual pela humanidade.
Laranja: orgulho ou ambição. Muitas vezes encontrado ao lado da irritabilidade.
Amarelo: intelecto: varia do tom profundo e opaco para o ouro brilhante, limão-claro e luminoso, ou amarelo claro, desmaiado. Amarelo-ocre opaco implica na direção das faculdades para propósitos egoístas; amarelo-claro dourado indica um tipo distintamente superior; amarelo-claro denota intelecto devotado a fins espirituais; ouro indica intelecto puro, aplicado à filosofia ou à matemática.
Verde: em geral, varia muitíssimo em sua significação, e necessita estudo a sua interpretação correta: quase sempre indica adaptabilidade. Verde-cinza, de aparência viscosa: engano e astúcia. Verde-esmeralda: versatilidade, engenhosidade, habilidade, aplicadas sem egoísmo. Verde-azulado pálido, luminoso: profunda simpatia e compaixão, com o poder de perfeita adaptabilidade que só ela pode dar. Verde-maça brilhante: parece acompanhar sempre uma vigorosa vitalidade.
Azul: escuro e claro: sentimento religioso. Pode acontecer que tenha toques de muitas outras qualidades, tomando assim qualquer tonalidade, do anil ou de um rico e profundo violeta até um fosco azul-acinzentado. Azul-claro, tal como ultramarino ou cobalto: devoção a um nobre ideal espiritual. Um toque de violeta indica mescla de afeição e devoção. Azul-lilás luminoso: habitualmente acompanhado de cintilantes estrelas douradas: a mais alta espiritualidade, com elevadas aspirações espirituais.
Ultravioleta: desenvolvimentos mais altos e mais puros das faculdades psíquicas.
Ultravermelho: faculdades psíquicas inferiores de quem cultiva as formas egoísticas e más da magia.
A alegria aparece em resplandecência e fulgor geral, tanto no corpo astral como no corpo mental, e numa ondulação característica da superfície do corpo. A jovialidade revela-se numa forma borbulhante e modificada daquela última, e também em estável serenidade.
A surpresa mostra-se em aguda contração do corpo mental, habitualmente comunicada tanto ao corpo astral como ao físico, acompanhada por crescente refulgir da faixa de afeição, se a surpresa for agradável, e por um aumento do marrom e do cinza, se a surpresa for desagradável. A contração causa com freqüência sensações desagradáveis, afetando muitas vezes o plexo solar, causando abatimento e doença; outras vezes afeta o centro cardíaco, levando a palpitações, e mesmo à morte.
Deve-se compreender que, sendo as emoções humanas quase sempre mescladas, aquelas cores raramente se mostram perfeitamente puras, fazendo-se, mais comumente, tons misturados. Assim, a pureza de muitas cores é nublada pelo duro tom marrom-acinzentado do egoísmo, ou tocado pelo laranja profundo do orgulho.
Para ler a completa significação das cores, outros pontos também devem ser levados em consideração, por exemplo: o brilho geral do corpo astral; a previsãoou imprecisão relativas do seu contorno; o brilho relativo dos diferentes centros de forca ( ver Capítulo V ).
O amarelo do intelecto, o rosa do afeto e o azul da devoção encontram-se sempre na parte superior do corpo astral: as cores do egoísmo, da avareza, do engano, do ódio, estão na parte mais baixa; a massa das sensações sensuais flutua, geralmente, entre os dois pontos.
Daí segue-se que, no homem não-desenvolvido, a parte inferior do ovóide tende a ser maior do que a superior, de forma que o corpo astral tem a aparência de um ovo com a ponta mais fina para cima. No homem mais desenvolvido o caso é ao reverso, a ponta mais fina do ovo apontando para baixo. A tendência é sempre para a simetria do ovóide, obtida de grau em grau, de forma que tais aparências são apenas temporárias.
Cada qualidade, expressa por uma cor, tem seu próprio tipo de matéria astral, e a posição mediana dessas cores depende da gravidade específica dos respectivos graus da matéria. O princípio geral é o de que o mal ou as qualidades egoísticas se expressam em vibrações relativamente lentas de matéria tosca, enquanto as boas e não-egoísticas funcionam através de matéria mais fina.
Sendo assim, felizmente para nós, as boas emoções persistem ainda por mais tempo do que as más, o efeito de um sentimento forte de amor ou devoção permanecendo no corpo astral muito tempo depois que a ocasião que os causou já está esquecida.
É possível, embora não comum, ocorrerem dois graus de vibrações atuando fortemente no corpo astral ao mesmo tempo; por exemplo, amor e cólera. Os efeitos posteriores serão paralelos, mas um estará em nível muito mais alto do que o outro, persistindo portanto por mais tempo.
A afeição e devoção elevadas e sem egoísmo pertencem ao mais alto ( atômico) subplano astral e se refletem na matéria correspondente do plano mental. Assim, tocam o corpo causal ( mental superior) e não o mental inferior. Este é um ponto importante ao qual o estudante deve dar especial atenção. O Ego, que reside no plano mental superior, é assim afetado apenas pelos pensamentos não-egoísticos. Os pensamentos inferiores afetam, não o Ego, mas os átomos permanentes.
Em conseqüência, no corpo causal haverá vácuos, e não cores más, correspondendo aos sentimentos e pensamentos inferiores. O egoísmo, por exemplo, mostra-se como a ausência de afeição ou simpatia: assim que o egoísmo é substituído pelo seu oposto, o vácuo do corpo causal ficará preenchido.
Uma intensificação das cores rudes do corpo astral, representando emoções baixas, embora não encontre expressão direta no corpo causal, nem por isso deixa de enevoar a luminosidade das cores que representam, no corpo causal, as virtudes opostas.
A fim de que se compreenda a aparência do corpo astral, é preciso que se tenha em mente que as partículas de que ele é composto estão sempre em rápido movimento; na vasta maioria dos casos, as nuvens de cores fundem-se umas nas outras e estão todo o temo rolando umas sobre as outras, a superfície da luminosa mistura assemelhando-se , de certa forma, à superfície de água que ferve violentamente. As várias cores, portanto, de forma alguma retêm as mesmas posições, embora haja uma posição normal à qual tendem a retornar.
Recomendamos ao estudante o livro O Homem Visível e Invisível, do Bispo C. W. Leadbeater, para as ilustrações da real aparência dos corpos astrais:
Gravura VII, p. 32: Corpo astral do homem não-desenvolvido.
Gravura X, p. 33: Corpo astral do homem comum.
Gravura XXIII, p. 96: Corpo astral do homem desenvolvido.
( Edição Pensamento.)
As características principais dos três tipos ilustrados – não-desenvolvido, comum e desenvolvido – podem ser resumidas como se segue:
Não-desenvolvido.- Uma grande proporção de sensualidade: engano, egoísmo e ganância são evidentes: a cólera violenta revela-se por manchas e salpicos de um tom escarlate opaco: poucos são os afetos que aparecem, e os sentimentos intelectuais e religiosos existentes são da mais baixa qualidade. O contorno é irregular e as cores borradas, espessas e pesadas. Todo o corpo mostra-se, evidentemente, mal regulado, confuso e desordenado.
Homem comum.- O sensualismo, embora menor, ainda é proeminente, como também o é o egoísmo, havendo certa capacidade de engano para fins pessoais, embora o verde comece a dividir-se em duas qualidades diferentes, mostrando que a astúcia vai, paulatinamente, se tornando adaptabilidade. A cólera ainda é marcada: a afeição, o intelecto, a devoção, são mais notáveis e de mais alta qualidade. As cores, como um todo, estão melhor definidas e são mais brilhantes, embora nenhuma delas se mostre perfeitamente clara. O contorno do corpo astral é mais definido e regular.
Homem desenvolvido. – As qualidades indesejáveis estão quase desaparecidas: através da parte superior do corpo há uma faixa lilás, indicando aspirações espirituais: acima da cabeça, e envolvendo-a, há uma nuvem com o amarelo brilhante do intelecto: abaixo dela existe uma larga faixa com o rosa da afeição, e na parte mais baixa do corpo uma grande quantidade do verde da adaptabilidade e simpatia encontra seu lugar. As cores são brilhantes, luminosas, em tiras claramente marcadas; o contorno é bem definido, e todo o corpo astral dá a impressão de estar em boa ordem e sob perfeito controle.
Embora neste livro não estejamos tratando do corpo mental, ainda assim deve ser mencionado que, conforme um homem se desenvolve, seu coro astral cada vez mais se assemelha ao seu corpo mental , até que se torna pouco mais do que um reflexo deste último, na matéria mais densa do plano astral. Isso, naturalmente, indica que o homem tem seus desejos sob seguro domínio da mente, e já não tende a ser arrastado pelos impulsos emocionais. Um homem assim estará, sem dúvida, sujeito a uma irritabilidade ocasional e a desejos indesejáveis de vários tipos, mas agora já sabe o bastante para reprimir essas manifestações inferiores e não ceder a elas.
Em um estágio mais adiantado, o próprio corpo mental torna-se um reflexo do corpo causal, já que o homem aprende a seguir apenas as sugestões do Eu superior, e a guiar sua razão exclusivamente por meio delas.
Assim, a mente e o corpo de um arbat teriam muito poucas da cores características que lhe são próprias, mas essas cores seriam reproduções do corpo causal até o ponto em que suas oitavas mais baixas pudessem expressa-las. Haveria uma bela iridescência, um efeito parecido à tonalidade opalescente da madrepérola, que fica muito além de qualquer descrição ou representação.
Um homem desenvolvido tem cinco graus de vibração em seu corpo astral; um homem comum possui pelo menos nove vibrações, com o acréscimo de tonalidades variadas. Muitas pessoas têm de 50 a 100 graus, estando toda a superfície partida numa infinidade de pequenos remoinhos e correntes cruzadas, todos batendo-se uns contra os outros, em adoidada confusão. É o resultado de emoções e preocupações desnecessárias, sendo a pessoa comum do Ocidente uma massa dessas coisas, através da qual muito de sua força é dispersada.
Um corpo astral, que vibra de cinqüenta maneiras ao mesmo tempo, não só é feito, mas também um sério incômodo. Pode-se compara-lo a um corpo físico que sofre de uma forma grave de paralisia espástica, com todos os músculos contraindo-se aos arrancos, simultaneamente, em diferentes direções. Tais efeitos astrais são contagiosos e afetam todas as pessoas sensíveis que se aproximam, comunicando-lhes uma sensação desagradável de inquietude e preocupação. Exatamente pelo fato de milhões de pessoas estarem assim desnecessariamente agitadas por todo tipo de tolos desejos e sentimento, é que se torna tão difícil, para uma pessoa sensível, viver numa grande cidade ou mover-se entre multidões. As perpétuas perturbações astrais podem mesmo reagir através do duplo etérico e originar doenças nervosas.
Os centros de inflamação do corpo astral são, para ele, como os furúnculos para o corpo físico – não só agudamente incômodos, mas também pontos fracos através do quais a vitalidade se extravasa. Eles, praticamente, não oferecem resistência às más influências, e impedem que as boas influências os beneficiem. Esta é uma condição dolorosamente comum: o remédio está em eliminar as preocupações, o medo e os aborrecimentos. O estudante de ocultismo não deve ter sentimentos pessoais que possam ser afetados assim, seja em que circunstâncias for.
Só uma criança muito nova tem uma aura branca ou relativamente destituída de cores, as quais só começam a aparecer quando as qualidades se desenvolvem. O corpo astral de uma criança é, com freqüência, uma das coisas mais belas – puro e brilhante em suas cores, livre das manchas da sensualidade, da avareza, da má vontade e do egoísmo. Também ali podem estar, latentes, os germes e tendências que vieram de sua vida passada, alguns deles maus, outros bons. Assim, as possibilidades da vida futura da criança podem ser vistas.
O amarelo do intelecto, encontrado sempre próximo da cabeça, é a origem da idéia da auréola, ou glória, que se encontra ao redor da cabeça de um santo, pois esse amarelo é a cor mais evidente entre as do corpo astral, a que mais facilmente é percebida pela pessoa que está desenvolvendo clarividência. As vezes, devido a uma atividade pouco comum do intelecto, o amarelo pode tornar-se visível mesmo na matéria física, de forma a fazer-se perceptível à visão física habitual.
Já vimos que o corpo astral tem uma certa ordenação normal, na qual suas várias partes tendem a agrupar-se. Um súbito ímpeto de paixão ou sentimento, contudo, pode temporariamente forçar toda ou quase toda a matéria do corpo astral vibrar a um certo grau, produzindo assim resultados surpreendentes. Toda a matéria do corpo astral é sacudida como por um violento furacão, e a esse tempo as cores ficam muitíssimo misturadas. Exemplos coloridos desse fenômeno são dados no livro Man Visible and Invisible ( O Homem Visível e Invisível):
Ilustração XI, p. 48/9: Súbito ímpeto de afeição.
Ilustração XII, p. 48/9: Súbito ímpeto de devoção.
Ilustração XIII, p. 48/9: Cólera intensa.
Ilustração XIV, p. 49: Choque de medo.
No caso de uma onda de pura afeição, quando, por exemplo, a mãe arrebata o bebê e o cobre de beijos, todo o corpo astral é atirado, num momento, a uma violenta agitação, e as cores originais naquela ocasião ficam quase que obscurecidas.
A análise descobre quatro efeitos separados:
(1) Certos remoinho ou vórtices, e de cor viva, são vistos, bem definidos e com aparência sólida, resplandecentes por uma luz intensa que vem de dentro. Cada um deles é, na realidade, uma forma-pensamento de intensa afeição, gerada dentro do corpo astral e saindo dele para derramar-se sobre o objeto daquele sentimento. As nuvens rodopiantes de luz viva são indescritivelmente belas, embora difíceis de descrever.
(2) Todo o corpo astral é cruzado por linhas latejantes de luz carmesim, ainda mais difícil de descrever, pela rapidez excessiva de seu movimento.
(3) Uma espécie de película cor-de-rosa cobre a superfície de todo o corpo astral, de forma que tudo quanto há dentro é visto através dela, como através de um vidro colorido.
(4) Uma espécie de coloração carmesim enche todo o corpo astral, colorindo até certo ponto as demais cores, e aqui e ali condensando-se em flocos flutuantes, como nuvens formadas a meio.
Essa exibição provavelmente durará apenas alguns segundos, e então o corpo rapidamente reassume sua condição normal, os vários graus de matéria dispondo-se de novo em suas zonas habituais, segundo sua gravidade específica. Ainda assim, esses ímpetos de sentimentos acrescentam um pouco do tom carmesim à parte mais alta do oval e torna um pouco mais fácil, para o corpo astral, responder à próxima onda de afeto que pode vir.
Da mesma maneira, um homem que sente, com freqüência, alta devoção, vem a ter uma grande área de azul em seu corpo astral. Os efeitos de tais impulsos são, assim, cumulativos: além da radiação de vividas vibrações de amor e alegria, produzem boa influencia em outros.
Com a substituição do azul pelo carmesim, um súbito acesso de devoção, envolvendo uma religiosa entregue à contemplação, produz quase que o mesmo efeito.
No caso de cólera intensa, o fundo comum do corpo astral é obscurecido por remoinhos ou vórtices de massas pesadas, tempestuosas, de um negrume fuliginoso, iluminado pela parte de dentro com o clarão sinistro do ódio em atividade. Flocos da mesma cor escura são vistos percorrendo todo o corpo astral, enquanto flechas de fogo da cólera desatada são atiradas entre eles como fulgores de relâmpagos. Esses fulgores terríveis são capazes de penetrar em outros corpos astrais como se fossem espadas, causando, assim, danos a outras pessoas.
Nesse caso, como em outros, cada explosão de raiva predispõe a matéria do corpo astral inteiro a responder, por assim dizer, mais prontamente do que antes a essas vibrações muitíssimo indesejáveis.
Um repentino choque de terror, num instante, envolve todo o corpo numa curiosa neblina de um cinzento pálido, enquanto linhas horizontais da mesma coloração aparecem, mas vibrando com tal violência que dificilmente são reconhecidas como linhas separadas. O resultado é indescritivelmente horrendo: toda a luz desaparece durante esse tempo daquele corpo e o todo da massa cinzenta estremece, irresistivelmente, como gelatina.
Um fluxo de emoção não afeta grandemente o corpo mental, embora, por algum tempo, se torne quase impossível que qualquer das atividades mentais possam atingir o cérebro físico, porque o corpo astral, que funciona como ponte entre o corpo mental e o cérebro, está vibrando tão inteiramente em determinado ritmo que o incapacita de receber qualquer ondulação que não esteja em harmonia com ele.
Os exemplos acima são dos efeitos de súbitos e temporários ímpetos vindos do sentimento. Há outros efeitos, de certa forma similares, e de caráter mais permanente, produzidos por certas disposições ou tipos de caráter.
Assim, quando um homem comum se apaixona, seu corpo astral de tal forma se modifica que mal pode ser reconhecido como pertencente àquela mesma pessoa. O egoísmo, a falsidade e a avareza desaparecem, e a parte mais baixa do oval enche-se com um grande desenvolvimento de paixões animais. O verde da adaptabilidade foi substituído pelo marrom esverdeado peculiar ao ciúme, e a extrema atividade desse sentimento mostra-se em relâmpagos brilhantes de cólera, de cor escarlate, que o penetram. Contudo, as modificações indesejáveis são mais ou menos contrabalançadas pela esplêndida faixa carmesim que enche uma grande parte do oval. Essa é, na ocasião, a característica predominante, e todo o corpo astral resplandece com sua luz. Sob sua influência, o aspecto enublado do corpo astral habitual desapareceu, e os coloridos são brilhantes e claramente marcados, tanto os bons como os maus. Trata-se de uma intensificação da vida em todas as direções. O azul da devoção também melhora claramente, e mesmo um toque de violeta pálido aparece no ponto mais alto do ovóide, indicando certa capacidade de resposta a um ideal realmente alto e destituído de egoísmo. O amarelo do intelecto, contudo, desaparece inteiramente nessa ocasião – fato que os cínicos podem considerar como uma característica da condição !
O corpo astral de um homem irritável mostra, habitualmente, uma larga faixa escarlate como elemento predominante e, além disso, todo o corpo astral está coberto de pequenos flocos escarlates, parecidos a um ponto de interrogação.
No caso de um sovina, a avareza, o egoísmo, a falsidade e a adaptabilidade são naturalmente intensificados, mas a sensualidade diminui. A modificação mais notável, entretanto, é uma curiosa série de linhas horizontais paralelas através do oval, dando a impressão de uma gaiola. As barras são de cor marrom profundo, quase um castanho queimado.
O vício da avareza parece ter o efeito de deter completamente o desenvolvimento durante esse tempo, e é muito difícil de ser repelido desde que consiga firmar-se.
Depressão profunda produz um efeito cinzento, em lugar do marrom, muito semelhante ao do avaro. O resultado é indescritivelmente sombrio e depressivo para o observador. Não há condição emocional mais infecciosa do que o sentimento de depressão
No caso do homem não-intelectual, que é decididamente religioso, o corpo astral assume uma aparência característica. Um toque de violeta sugere a possibilidade de resposta a um alto ideal. O azul da devoção é extraordinariamente desenvolvido, mas o amarelo do intelecto mostra-se escasso. Há uma proporção razoável de afeto e adaptabilidade, porém mais do que a quantidade média de sensualidade, sendo a falsidade e o egoísmo também predominantes. As cores se mostram irregularmente distribuídas, mesclando-se umas às outras, e o contorno é vago, indicando a imprecisão das concepções do homem devoto,
A sensualidade extrema e o temperamento devoto são vistos, freqüentemente, em associação: talvez porque esses tipos de homens vivem, principalmente, em seus sentimentos, e são governados por eles, em lugar de dominá-los pela razão.
Um grande contraste surge no homem de tipo cientifico. A devoção está inteiramente ausente, a sensualidade fica abaixo da média, mas o intelecto é desenvolvido em grau fora do comum. A afeição e a adaptabilidade mostram-se em pequena quantidade e em má qualidade. Grande dose de egoísmo e avareza estão presentes, bem como o ciúme. Um cone imenso, cor de laranja brilhante, no meio do amarelo dourado do intelecto, indica orgulho e ambição, relacionados com o conhecimento adquirido. O hábito ordenado e científico da mente leva ao arranjo das cores em faixas regulares, sendo as linhas de demarcação bastante definidas e claramente marcadas.
Do estudante se solicita que estude, ele próprio, o livro admirável do qual foi retirada a informação acima, sendo aquele trabalho um dos mais valiosos entre os muitos produzidos pelo grande e talentoso escritor C. W. Leadbeater.
Já que estivemos tratando das cores no corpo astral, podemos mencionar que os meios de comunicação com os elementais, que estão associados tão intimamente com o corpo astral do homem, se faz através de sons e de cores. Os estudantes podem recordar alusões obscuras, aqui e ali, sobre uma linguagem das cores, e o fato de os antigos manuscritos sagrados do Egito serem escritos em cores, sendo os erros de cópia castigados com a morte. Para os elementais, as cores são tão inteligíveis como as palavras o são para o homem.