A matéria astral existe em sete graus, ou ordens de espessura, correspondente aos sete graus da matéria física, que são: sólido, líquido, gasoso, etérico, superetérico, subatômico e atômico. Não tendo ainda sido planejados nomes para esses estados astrais, é comum serem descritos pelo numero do grau ou subplano, sendo o mais fino o Número 1 e o mais espesso o Número 7, ou pelo grau físico correspondente. Falamos, por exemplo, da matéria sólida astral, referindo-nos à sétima ou mais baixa variedade e dizemos matéria etérica astral quando nos referimos ao quarto grau a partir do mais fino. E assim por diante.
A matéria astral, sendo muito mais fina do que a matéria física, interpenetra-a . Cada átomo físico, portanto, flutua num mar de matéria astral, que o circunda, enchendo cada interstício da matéria física. Naturalmente, sabe-se bem que mesmo na substância mais dura dois átomos jamais tocam um no outro, sendo o espaço entre dois átomos adjacentes imensamente maior, na realidade, do que os próprios átomos. A ciência física ortodoxa de há muito pressupôs um éter que interpenetra todas as substâncias conhecidas, tanto a mais densamente sólida como o gás mais rarefeito; e, tal como esse éter se move com perfeita liberdade entre as partículas da mais densa matéria, a matéria astral interpenetra-a, por sua vez, e se move com perfeita liberdade entre suas partículas. Assim, um ser, vivendo no mundo astral, pode estar ocupando o mesmo espaço ocupado por um ser que vive no mundo físico; entretanto cada qual seria inteiramente inconsciente do outro, e não impediria a sua livre movimentação. O estudante deve familiarizar-se perfeitamente com essa concepção fundamental, pois, a não ser que a aprenda com clareza, não lhe será possível entender grande número de fenômenos astrais.
O princípio de interpenetração torna claro que as diferentes regiões da natureza não estão separadas no espaço, mas existem entre nós, aqui e agora, de forma que para percebe-las e investiga-las não há necessidade de movimento no espaço, mas apenas uma abertura, dentro de nós mesmos, de sentidos através dos quais elas podem ser percebidas.
O mundo, ou plano astral é, pois, uma condição da natureza, mais do que uma localização.
Devemos notar que um átomo físico não pode ser rompido, diretamente, fazendo-se átomos astrais. Se a força que faz girar catorze milhões ( aproximadamente ) de “bolhas”, tornando-as em derradeiro átomo físico, for pressionada de volta, por um esforço da vontade, por sobre o limiar do plano astral,o átomo desaparece, libertando as “bolhas”. A mesma força, trabalhando então em plano mais alto, expressa-se, não através de um átomo astral, mas através de um grupo de quarenta e nove desses átomos.
Relacionamento similar, representado pelo número 49, existe entre os átomos de quaisquer outros dois planos contíguos da natureza: assim, um átomo astral contém 49 5, ou 282 475 249 “bolhas”, um átomo mental contém 494 bolhas, e assim por diante.
Há razões para que se acredite que os elétrons são átomos astrais. Os físicos declaram que um átomo químico de hidrogênio contém, provavelmente, de 700 a 1000 elétrons. Pesquisa oculta afirma que um átomo químico de hidrogênio contém 882 átomos astrais. Pode ser uma coincidência, mas não parece provável que o seja.
Deve-se notar que os derradeiros átomos físicos são de duas espécies, macho e fêmea: no macho, a força vem do mundo astral, passa através do átomo para o mundo físico; na fêmea, a força passa do mundo físico, através do átomo, para o mundo astral, desaparecendo, assim, do mundo físico.
A matéria astral corresponde, com curiosa exatidão, à matéria física que a interpenetra, cada variedade de matéria física atraindo matéria astral da densidade correspondente. Assim, a matéria física sólida é interpenetrada pelo que chamamos de sólida matéria astral; a matéria física líquida por matéria astral liquida, isto é, por matéria do sexto subplano, e, da mesma forma, a matéria gasosa, e os quatro graus de matéria etérica estão interpenetrados pelo grau correspondente de matéria astral.
Tal como é necessário que o corpo físico contenha em sua constituição matéria física em todas as suas condições – sólida, gasosa e etérica – é indispensável também que o corpo astral contenha partículas dos sete subplanos astrais, embora naturalmente as proporções possam variar muitíssimo, conforme os casos.
O corpo astral do homem, sendo assim composto de matéria dos sete graus, é possível, para ele, experimentar uma grande variedade de desejos, dos mais altos aos mais baixos, e em seu mais extenso grau.
Essa capacidade peculiar para a reação, própria do corpo astral, capacita-o a servir de invólucro no qual o Eu pode obter a experiência da sensação.
Além da matéria comum do plano astral, a que é conhecida como o Terceiro Reino Elemental, ou, simplesmente, como Essência Elemental do plano astral, também entra largamente na composição do corpo astral do homem, e forma o que é chamado o “Desejo Elemental”, do qual nos ocuparemos mais amplamente em capítulos posteriores.
A essência elemental astral consiste em matéria dos seis níveis mais baixos do plano astral, vivificados pelo Segundo Fluxo, vindo da Segunda Pessoa daTrindade. A matéria astral do mais alto nível atômico, igualmente vivificada, é conhecida com Essência Monádica.
Num homem não-desenvolvido, o corpo astral é massa de matéria astral nevoenta, frouxamente organizada, vagamente delineada, com uma grande predominância de substâncias dos graus mais baixos. É tosca, escura e densa – às vezes tão densa que o contorno do corpo físico quase desaparece nela – e é, assim, preparada para responder a estímulos relacionados com paixões e apetites. Em tamanho, estende-se para todas as direções em cerca de dez a doze polegadas para além do corpo físico.
Num homem de mediano nível moral e intelectual, o corpo astral é consideravelmente maior, estendendo-se por cerca de 18 polegadas de cada lado do corpo; sua matéria é mais equilibrada e de qualidade mais fina, a presença de qualidades mais raras dando certa luminosidade ao todo. Seu contorno é claro e definido.
No caso de um homem espiritualmente desenvolvido, o corpo astral é ainda maior em tamanho e compõe-se das mais finas partículas de cada grau de matéria astral, predominando amplamente a mais alta.
Há tanto que dizer no que se refere às cores dos corpos astrais que o assunto fica reservado para um capítulo especial. Aqui, contudo, podemos afirmar que nos tipos não-desenvolvidos as cores são grosseiras e turvas, tornando-se aos poucos cada vez mais luminosas à proporção que o homem se desenvolve emocional, mental e espiritualmente. O próprio nome “astral”, herdado dos alquimistas medievais, significa “estelar”, referindo-se à aparência luminosa da matéria astral.
Como já foi dito, o corpo astral de um homem não só penetra no corpo físico como também se estende ao redor dele, como uma nuvem.
Essa porção do corpo astral que se estende para além dos limites do corpo físico é chamada, habitualmente, de “aura” astral.
Os sentimentos intensos correspondem a uma grande aura. Podemos mencionar, aqui, que o tamanho aumentado da aura é um pré-requisito para a Iniciação, e, nela, as “Qualificações” devem ser visíveis. A aura aumenta, naturalmente, a cada Iniciação. A aura de Buda – diz-se – tem uma irradiação de três milhas.
A matéria do corpo físico sente forte atração para a matéria do corpo astral, e daí segue-se que a maior parte ( cerca de 99% ) das partículas astrais ficam comprimidas dentro da periferia do corpo físico, e só o remanescente 1% enche o resto do ovóide e forma a aura.
A porção central do corpo astral toma, assim, a forma exata do corpo físico e é, na verdade, muito sólida e definida, e bem claramente distinguível da aura circundante. Habitualmente, é chamada a contraparte astral do corpo físico. A exata correspondência do corpo astral com o físico, entretanto, é apenas questão deforma externa e não envolve qualquer similaridade de função nos vários órgãos, como veremos mais amplamente no capítulo sobre os Chakras.
Não só o corpo físico do homem, mas tudo quanto é físico, tem seu correspondente de matéria astral em constante associação, e não é separado a não ser mediante considerável esforço de fora oculta, e, mesmo então, só se manterá separado enquanto seja exercida, positivamente, essa força e com esse fim, Porém, como as partículas astrais estão em constante movimento entre si, tão facilmente como um liquido físico, não há associação permanente entre qualquer partícula física e a quantidade de matéria astral que aconteça, em dado momento, estar agindo como sua contraparte.
Habitualmente, a porção astral de um objeto projeta-se tanto para além de sua parte física e, assim metais, pedras etc. são vistos circundados por uma aura astral.
Se alguma parte do corpo físico do homem for removida, por amputação, digamos, a coerência da matéria astral viva é mais forte do que sua atração para a porção amputada do corpo físico. Conseqüentemente, a contrapartida astral do membro não será retirada como o membro físico amputado. Já que a matéria astral adquiriu o hábito de manter aquela forma particular, continuará a reter o feitio original, mas depressa se retrairá para dentro dos limites da forma mutilada. O mesmo fenômeno se dá no caso de uma árvore da qual um galho seja removido.
Contudo, no caso de um corpo inanimado – tal como uma cadeira ou uma bacia – não há a mesma espécie de vida individual para manter a coesão. Conseqüentemente, quando um objeto físico se quebra, sua contraparte astral também se divide.
Inteiramente à parte dos sete graus da matéria, arranjados por ordem de finura, há uma classificação totalmente diferente da matéria astral, conforme seu tipo. Na literatura teosófica, o grau de finura é habitualmente designado como divisão horizontal, e o tipo como divisão vertical. Os tipos, dos quais existem sete, estão completamente mesclados como o estão os componentes da atmosfera, e em cada corpo astral há matéria dos sete tipos, a proporção entre eles mostrando o temperamento do homem, se é devocional ou filosófico, artístico ou científico, pragmático ou místico.
O conjunto da porção astral de nossa terra e dos planetas físicos, reunido aos planetas puramente astrais do nosso Sistema, forma coletivamente o corpo astral do Logos Solar, mostrando assim que a antiga concepção panteísta era verdadeira.
Similarmente, cada um dos sete tipos de matéria astral é, até certo ponto, visto como um todo, um veiculo separado, e é possível também imagina-lo o corpo astral de uma Deidade ou Ministro subsidiário, que é, ao mesmo tempo, um aspecto da Deidade, uma espécie de seu gânglio ou centro de força. Daí ser o mais ligeiro pensamento, movimento, ou alteração de qualquer espécie, na Deidade subsidiária, instantaneamente refletido, de uma forma ou de outra, em toda a matéria do tipo correspondente. Tais modificações psíquicas ocorrem periodicamente: talvez correspondam à inalação e expiração, ou ao pulsar do nosso coração no plano físico. Observou-se que os movimentos dos planetas físicos fornecem uma pista para a operação das influências que fluem dessas modificações: daí o que há de racional na ciência astrológica. Daí também o fato de qualquer dessas modificações deverem alterar, até certo ponto, os homens, na proporção da quantidade daquele tipo de matéria que eles possuam em seu corpo astral. Assim, uma das modificações afeta as emoções ou a mente, ou ambas; outra pode intensificar a excitação e irritabilidade nervosas, e assim por diante. Essa proporção é que determina em cada homem, animal, planta ou mineral, certas características fundamentais que jamais se modificam – às vezes chamadas sua tônica, sua cor, sua radiação.
O prosseguimento desta interessante linha de idéias nos levaria para alem do escopo deste livro; assim, o estudante é remetido ao livro O Lado Oculto das Coisas, pp. 31-36, da edição Pensamento.
Há sete subtipos em cada tipo, formando quarenta e nove subtipos ao todo.
O tipo, ou radiação, é permanente através de todo o esquema planetário, de forma que a essência elemental do tipo A, em seu devido tempo, animará minerais, plantas e animais do tipo A, e daí emergirão os seres humanos do mesmo tipo.
O corpo astral também se gasta, lenta e constantemente, tal como se dá com o corpo físico, mas, em lugar do processo de ingestão e digestão de alimentos, as partículas que tombam são substituídas por outras, retiradas da atmosfera circundante. Apesar disso, o sentimento de individualidade é comunicado às novas partículas, conforme entram, e também a essência elemental incluída em cada corpo astral de homem sente-se como uma espécie de entidade, indubitavelmente, e atua de acordo com o que considera de seu próprio interesse.